OBRIGADO

No passado 5 de Outubro fui procurar São Frei Gonçalo Coelho. Quem é este Santo desconhecido, que na minha aldeia por adopção, veneram?
Augusto Soares d’Azevedo Barbosa de Pinho Leal nas páginas 107 e 108, do volume VII, do PORTUGAL ANTIGO E MODERNO, Lisboa, 1876, escreve:
«Tinha o abbade de Junias (fr.Gonçalo), duas annexas, uma no reino de Galliza, a que chamavam SANTA MARIA DE CELLA, e outra n’este arcebispado, a que chamavam S.ROSENDO, às quaes hia muitas vezes prégar e cumprir com as obrigações que lhe incumbiam, como prelado. Retirando-se de Cella, onde se tinha hido enterter em tão santos e caritativos empregos, e dizendo missa no caminho, em um domingo, vespera da Purificação de Nossa Senhora, n’ella lhe foi revelada a sua morte, como deu a intender aos assistentes, que foi d’esta sorte.
Como na noite antecedente tivesse nevado em tanta quantidade, que estava a neve de altura de dois metros, principalmente na eminência de um monte, no sitio a que chamavam FONTE FRIA, chegou a elle tão debilitado, que não podendo resistir entregou a alma ao Creador, que querendo dar a conhecer ao mundo a santidade do seu servo, mandou repicar os sinos de Junias e Cella, por invesiveis mãos.
Vendo os monges prodígio tão inaudito, se persuadiram que alguma desgraça havia succedido ao seu abbade, por occasião das neves.
Ajuntaram quantidade de homens do logar de Pitões, para que abrindo-lhes caminho, pelas neves, podessem procurar o santo abbade, a quem emfim acharam, entre as neves, com o corpo exanime, de joelhos, e com os olhos e mãos levantadas ao Ceo, como achara Santo Antão, abbade, a S.Paulo, primeiro erimita da Thebaída.
Confusos e admirados ficaram os monges com tão singular prodígio, e louvando todos o Altíssimo, porque permittiu tivesse aquelle seu servo semelhante morte, levaram o santo cadaver para o mosteiro de Junias, onde não cessaram os sinos de tocar, senão depois de o terem dado à sepultura, no 1º. de fevereiro de 1501.»
Perguntei no café da aldeia, onde me disseram que descendo da Fonte Fria em direcção à aldeia galega de Guende, mais ou menos a meio encontraria uma pedra, que assinala o local onde foi encontrado S. Gonçalo, pela certa resolvi Googlar, foi ai que cheguei ao ponto, Base do Cruzeiro (N – 41º 52,590`  W – 008º 00,760`).
Montanha acima, montanha abaixo, lá chegámos (com a ajuda do GPS), enquanto refazíamos a cruz com 2 velhos troncos secos, tendo presente a figura deste Abade que morreu ao serviço de uma pequena comunidade, pensei no exército de homens, que consagrando-se a Cristo tornaram a nossa vida mais plena.
Aqui fica o meu agradecimento a todos os padres que passaram pela minha vida, BEM HAJAM.
miguel mesquita guimarães
um católico irrequieto

Comentários

Mensagens populares deste blogue

OS JOVENS DE HOJE segundo Sócrates

Hino da Padroeira

O passeio de Santo António