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A mostrar mensagens de junho, 2008
Atribulacoes de um chines fora da China, Joao Cesar das Neves, DN, 080630
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ATRIBULAÇÕES DE UM CHINÊS FORA DA CHINA João César das Neves professor universitário naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt Honorável primo Chu Agradeço a carta e as notícias. Espero que tudo continue bem aí em Beijing. Como passa a tia Ma? Por cá as coisas andam prósperas. Com os estrangeiros daqui em crise, é bom para a nossa loja e restaurantes. Quanto às perguntas que me faz acerca dos ocidentais, tem toda a razão em estar preocupado com os Jogos Olímpicos que se aproximam. Tenha muito cuidado, porque os narizes compridos só dizem mentiras. Falam muito em liberdade e querem ensinar a todos o que ela é, mas só conhecem as liberdades que não interessam. Faltam-lhes as realmente importantes. Andam muito orgulhosos por poderem escolher os chefes e dizer mal deles. Como acham que nós não dizemos, consideram-nos oprimidos. Mas não têm liberdade para vender, comer, guiar, despejar lixo e mil outras coisas. É proibido fumar cigarros, cortar árvores, fazer barulho. Vendem só a certas horas e em ce
Pão e vinho
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PÚBLICO 29.06.2008, António Barreto Retrato da semana Jaime Silva transformou-se numa espécie de embaixador da União Europeia e num carrasco da agricultura portuguesa Ao denunciar a CNA e a CAP, o ministro Jaime Silva usou os lugares-comuns habituais: acusou-as de defender interesses político-partidários! Uma de extrema-esquerda, outra conservadora. Para um ministro de um governo partidário, não é mau. Depois de levar uns açoites, corrigiu: referia-se aos dirigentes, não às associações. A diferença é, como se vê, radical. A CAP suspendeu a sua presença no conselho de concertação. O primeiro-ministro acudiu e tomou conta das negociações a fim de conseguir assinar o acordo. Sócrates fez bem, o ministro merecia, aliás há muito tempo, o despedimento. Sócrates fez mal e deu um sinal do que poderá ser no futuro: quem se zangar com os ministros, tem como recompensa uma graduação. Jaime Silva é um daqueles ministros que não são políticos; um daqueles políticos de um governo socialista que não
Papa abre Ano Paulino
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Agência Ecclesia Bento XVI presidiu este Sábado, 28 de Junho, à abertura solene do Ano Paulino, que assinala os 2000 anos do nascimento de São Paulo, figura central do Cristianismo.Antes da celebração das Vésperas, na Basílica papal de São Paulo fora de muros, em Roma, o Papa abriu a Porta Paulina, debaixo do quadripórtico deste templo, e foi acesa a Chama Paulina que arderá ao longo de todo o ano. Antes da chegada ao altar, o Papa desceu para venerar o sepulcro do Apóstolo.Na homilia da cerimónia, que contava com a presença do Patriarca Ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I, e outros líderes cristãos – sinal concreto do diálogo ecuménico que se pretende levar por diante neste ano -, o Papa lembrou São Paulo como “Mestre das Nações, cuja palavra se abre ao futuro, para todos os povos e todas as gerações”.“Paulo não é para nós uma figura do passado, que recordamos com veneração. Ele é também o nosso mestre, apóstolo e anunciador de Jesus Cristo”, acrescentou.Dando o significado para
O ESTADO DAS ELITES
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Diário de Notícias, 080628 João Miranda Os juízes do tribunal de Santa Maria da Feira cancelaram os julgamentos até Setembro. Queixam-se. Dizem que as instalações são inseguras. Os reitores das universidades portuguesas queixam-se periodicamente que não têm dinheiro para pagar salários. Esta semana, voltaram a queixar-se. Juízes e reitores são escolhidos de entre os melhores. São os melhores de entre os melhores. São as elites. Das elites, a sociedade espera liderança e iniciativa. Espera soluções. Não espera queixas.Juízes e reitores comportam- -se como os funcionários burocratizados que de facto são. Juntam- -se às dezenas de corporações que se queixam. Mas queixam-se a quem? Quando as elites de uma sociedade protestam, protestam contra quem? Se os juízes se queixam, se os advogados se queixam, se os reitores se queixam, se os médicos se queixam, se os professores se queixam, queixam-se todos a quem?Se, numa sociedade, os melhores de entre os melhores abdicam de liderar, não resta ni
Inicia-se hoje o ano Paulino, 28 de Junho de 2008
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O Sequestro dos Senhorios
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Fernanda Câncio 5 dias.net Pode ser que a chave do mistério esteja na palavra. Afinal, “senhorio” tem uma ressonância nobre, uma sugestão medieval de riqueza e posição. Confirma-o o dicionário, equivalendo-lhe ainda “domínio, posse, autoridade”, além de “propriedade” e “proprietário de casa alugada”. O senhorio é pois um senhor, alguém com posses. Alguém que não merece nem precisa de defesa - um privilegiado. Um explorador, em suma.Assim, à falta de melhor e sobretudo de racionalidade e justiça, se explicam, por uma espécie de psicanálise lexical, as leis e os regulamentos que no País regem os arrendamentos. E se o dicionário também define a palavra como “direito sobre alguma coisa”, é só para certificar que o senhorio tem, por exemplo, o direito de solicitar às autarquias e às finanças que avaliem os estragos que foram infligidos à sua propriedade por dezenas de anos de rendas miseráveis que o impediram de fazer quaisquer obras - impedindo-o agora de actualizar convenientemente o valo
Irlanda
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João César das Neves, Destak 26 06 2008 09.19H «Que grande lata tem a Irlanda? Não é que, no referendo de dia 12, votando 1621 mil pessoas de um eleitorado de 3051 mil, uns meros 862 mil votos, com vantagem de menos de 110 mil votos, pretendem matar um tratado tão longamente negociado? Como se atreve um punhado de extremistas contrariar a opinião unânime de 495 milhões de europeus, ansiosos por terem o Tratado de Lisboa a funcionar?» Esta é a posição que, em várias formas, os líderes europeus têm veiculado estes dias. Atrevendo-se a votar «não» a Irlanda arranjou um grande problema, e tem de o resolver. De facto, o único problema que existe é a incrível cegueira desses líderes que, fechados num mundo de ficção, se recusam a entender a realidade. Ninguém na Europa aprova o Tratado de Lisboa, até porque ninguém o entende. A Irlanda foi única a dizer «não», simplesmente porque foi a única que teve oportunidade de o fazer. Porque outros 10 governos, que prometeram referendos à Constitu
Onde estas, nacao valente? Miguel Gaspar, Publico, 080626
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Onde estás, nação valente? Miguel Gaspar - 20080626 Implacável actualidade. Já quase ninguém parece recordar que ainda há uma semana Portugal vivia mergulhado no "sonho" da glória europeia da bola. Quem se lembrará então do dia em que a selecção partiu rumo ao Euro, com grande fanfarra nacional, directos em triplicado, manifestações de massas atrás de um autocarro e o piloto do avião a dizer que traria a taça no regresso? Tudo era orgulho nacional, auto-estima reforçada e imparável sede de vitória.Implacável actualidade. Já quase ninguém parece recordar que ainda há uma semana Portugal vivia mergulhado no "sonho" da glória europeia da bola. Quem se lembrará então do dia em que a selecção partiu rumo ao Euro, com grande fanfarra nacional, directos em triplicado, manifestações de massas atrás de um autocarro e o piloto do avião a dizer que traria a taça no regresso? Tudo era orgulho nacional, auto-estima reforçada e imparável sede de vitória. Foi como se nunca tivesse
À descoberta de Saulo de Tarso
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Voz Portucalense, 080625 A alguns dias do início do “Ano Paulino”, parece-me oportuno reflectir um pouco sobre Saulo de Tarso. Nasceu em Tarso, cidade da Ásia Menor. A sua família pertencia aos fariseus. Desde criança foi educado nas leis do judaísmo. Quando a sua família regressou a Jerusalém, Saulo ingressou na famosa escola de Gamaliel. Fervoroso defensor das suas tradições, Saulo insurge-se contra os cristãos. Terá conhecido Estêvão na escola de Gamaliel. O Livro dos Actos dos Apóstolos dá conta da presença de Saulo no martírio de Estêvão: “A roupa de Estêvão, na hora da sua morte, foi colocada aos pés de um jovem chamado Saulo”. Na sua cruzada contra os cristãos, entrava nas suas casas, prendia homens e mulheres e metia-os na prisão. Resolveu levar até Damasco a sua missão de acabar com os cristãos. Mas, no caminho, foi surpreendido por um luz forte que o envolveu e o fez cair do cavalo. Ouviu uma voz que lhe dizia: - Saulo, Saulo, porque me persegues?” - Quem és, Se
O Zé e a Ana na nova lei do divórcio
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Isilda Pegado - Público, 20080625 Na lei actual, o património divide-se em partes iguais. Com a nova lei, a Ana tem direito a 1/6 do património e o Zé a 5/6O Zé e Ana estão casados há 15 anos e têm dois filhos, ele é engenheiro e ela secretária. Ele, sabe-se lá porquê, ultimamente chega a casa bebe uns uísques e... bate na Ana. À terceira vez, a Ana apresentou queixa na GNR, para "ver se ele tem respeito a alguém". A Ana gosta do Zé e não se quer divorciar, apenas pediu ajuda para "esta fase má" do casamento. Hoje, com a lei actual, a Ana não tem medo de apresentar queixa porque o casamento não é posto em causa por esse facto. Amanhã, com a nova lei do divórcio, o Zé com cópia da queixa apresentada na GNR pode divorciar--se (art. 1.781.º, al. d), nova versão). O Zé usa a sua própria violência para pôr fim ao casamento.Acontece que a Ana ganha mil euros por mês, mas o marido aufere 5000 euros por mês. Sempre foi assim. Ele ganhava cinco vezes mais do que ela. É certo
Simplus, 27 Junho de 2008, col. S. Tomás
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Quando as prisões são sucursais do Intendente
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Isabel Stilwell, DESTAK 24 06 2008 22.33H Os números revelados no texto aqui ao lado provocam um nó na garganta. Cada um destes reclusos quer o queiramos admitir, quer não, podia ser um dos nossos irmãos, um dos nossos filhos. Embora esteja detido por um crime concreto, com uma pena estipulada, na realidade sabemos que para a maioria a prisão é perpétua: presos atrás de grades, ou presos à dependência, até que a morte os liberte. São miúdos, com baixa escolaridade, e o que mais indigna é que continuam a praticar a ofensa que os levou até ali, com o beneplácito do Estado. Se a ASAE consegue descobrir um pão saloio fora da validade, e apreende camisolas de contrafação, como é que é possível que a droga continue a entrar e a circular com esta facilidade nas prisões, como se fossem sucursais do Intendente? Diz a má língua que só acontece com o conluio de muitos guardas-prisionais, mas não há provas, e não serão certamente os prisioneiros a testemunhar contra eles. Quanto aos colegas, ent
UM BUSH MAIS CATÓLICO QUE O PRÓPRIO KENNEDY
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Leonídio Paulo Ferreira, DN080623 jornalista leonidio.ferreira@dn.pt E nquanto subia a escadaria da Torre de São João, George W. Bush não parava de exclamar "que honra, que honra, que honra!". Bento XVI decidiu oferecer este Junho uma recepção única ao Presidente americano, retribuição pelo acolhimento caloroso em Abril durante a visita papal aos Estados Unidos (até lhe cantaram os parabéns na Casa Branca). E em vez de encontrar-se com Bush na biblioteca do palácio apostólico, como é hábito com os chefes de Estado, acolheu-o antes no imponente edifício do século XII, plantado no meio desses jardins do Vaticano que Bento XVI costuma percorrer nas suas longas horas de reflexão. Foi suficiente a meia hora de conversa entre Bush e Bento XVI para a imprensa italiana voltar a especular sobre uma conversão ao catolicismo, repetindo a série de argumentos que tinham sido já usados pela revista Panorama e pelo jornal Corriere della Sera quando Joseph Ratzinger esteve em Washington:
O regresso do 'Zombie' constitucional, JCdasNeves, DN 080623
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João César das Neves professor universitário naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt As instituições da Europa parecem-se cada vez mais com O Regresso dos Mortos- -Vivos . A defunta Constituição Europeia, assassinada por dois referendos, voltou à vida no Tratado de Lisboa. Seguindo o princípio de "não se falar de corda em casa de enforcado", foi quase eliminada a menção referendária na ratificação. Mesmo assim, como num filme de terror rasca, a bala prateada conseguiu matar o pobre descendente do monstro. Mas não desespere. Já se notam sinais de movimento no cadáver, anunciando a continuação da série. A União Europeia nunca foi um processo democrático, com as elites a empurrar a integração. Logo o primeiro passo, o tratado que criou o Benelux, foi assinado a 5 de Setembro de 1944 em Londres, por governos exilados de três países ocupados. Também desde o início o ridículo persegue a Europa. No cinquentenário do Tratado de Roma uma antiga dactilógrafa revelou à BBC que, devido a atraso
Avaliação
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RR on-line, Raquel Abecasis, 080623 Talvez fosse sendo tempo de cada um, no seu sector, ser capaz de fazer um pouco de auto crítica. Portugal e os portugueses têm um problema com a avaliação. Seja em que matéria for, tendemos sempre a pensar que somos injustiçados, que não nos dão o devido valor ou, quando as coisas correm mesmo mal, que tivemos azar. É assim na educação, no trabalho, na política e até no futebol. E, talvez, seja esta a razão porque, quase sempre, valorizamos a mediocridade e desprezamos a excelência. Os alunos têm más notas? Facilitemos os exames. A selecção nacional foi eliminada do Euro? Afinal, os nossos génios do futebol podem ser dispensados porque não são assim tão bons. E, este fim-de-semana, não deixou de ser curioso ver a comunicação social em peso ir comentando o congresso do PSD à luz do “palmódromo” da assistência e da maior ou menor excitação dos congressistas com o andamento dos trabalhos. Convenhamos que em nenhum dos exemplos o critério
Do tempo livre à libertação do tempo
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O documento «Do tempo livre à libertação do tempo», fruto das três primeiras Jornadas da Pastoral da Cultura, foi apresentado nos dias 19 e 20 de Junho, durante a conferência de D. Gianfranco Ravasi na Universidade Católica e aquando das IV Jornadas . O texto, da autoria do P. José Tolentino Mendonça e Paulo Pires do Vale, inaugura uma nova marca editorial - «Cadernos do Sicómoro» - que acompanhará as obras publicadas pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. O sicómoro é uma das árvores frondosas referidas na Bíblia. Semelhante à figueira pelo seu fruto e à amoreira pelas suas folhas, cresce nas margens do Mediterrâneo. Zaqueu sobe ao sicómoro, porque a multidão o impede de ver Jesus (Lc 19,1-10). Neste artigo apresentamos a introdução do documento, da autoria de D. Manuel Clemente. "O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura oferece à cultura em Portugal, e à Igreja no seu conjunto, esta síntese da reflexão que dedicou, ao longo de três anos, à tem
Catedral de Santa Maria de Sevilla
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"Hagamos una Iglesia que los que la vieren labrada nos tengan por locos" ; así tradujo el pueblo lo que habían decidido en sus reuniones los canónigos de Sevilla en 1401. Estaban dando a luz, sin saberlo del todo, esta maravilla que hoy contemplamos y cuya historia resulta sorprendente. Soñaban, por qué no, que un día fuera la mejor cátedra del Arzobispo de Sevilla y futuro Patriarca de la Indias; que en ella se celebrara el más esplendoroso culto litúrgico de la Metrópoli hispalense; que asombrara a sus visitantes al caminar bajo sus bóvedas góticas, al descubrir su multiforme iconografía, (pintura, escultura, orfebrería, tejidos, libros corales, vidrieras),llenando las más diversas capillas góticas y renacentistas, para llegar después a encontrarse, en el remanso del Patio de los Naranjos, con las joyas bibliográficas y documentales que se custodian en el Archivo y Bibliotecas, pórtico de un singular sancta sanctorum: la Biblioteca Colombina. Piedra a piedra ven crecer esa
Discurso do Dr. António Maria Pinheiro Torres no Congresso do PSD
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Desde 1997 que existe um fenómeno novo na política portuguesa que pelas suas próprias características acaba por ter pouca visibilidade apesar da sua inegável implantação no terreno. Um movimento de cidadãos que tem estado presente em todos os grandes debates de civilização trazidos por questões da actualidade política. A liberalização do aborto e a introdução da pílula do dia seguinte, a despenalização do consumo das drogas e a questão da referência ao cristianismo no preâmbulo da Constituição europeia, a educação sexual e a procriação artificial, são alguns dos temas que estão na origem de multiformes movimentações populares. Os números são expressivos. As petições populares reuniram entre 30 mil encarregados de educação (pela liberdade na educação sexual) e 82 mil cidadãos (e um terço dos deputados de então) na reivindicação da referência ao cristianismo na Constituição europeia. Duas petições populares de referendo com 65 mil subscrições em 2001 (sobre a despenalização do consumo da
Tempo livre
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Aura Miguel, RR on-line, 080620 Estão na moda as distracções organizadas, misturadas com uma certa infantilização que, em vez de libertar a pessoa, a reduzem a um produto fragmentado de uma cultura que vive do ”zapping” e do ruído. “ Do tempo livre à libertação do tempo ” é o sugestivo nome de um documento que a Igreja Católica acaba de publicar, através do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. O objectivo é ajudar a discernir o valor e a dimensão do tempo na nossa vida. É que o tempo, de facto, só é livre quando realmente liberta da vertigem e correria em que vivemos. Se não for assim, o chamado tempo livre pode reduzir-se a mero entretenimento e até mesmo a uma sistemática distracção do essencial. Estão na moda as distracções organizadas, com propostas mais ou menos cansativas do tempo livre, misturadas com uma certa infantilização que, em vez de libertar a pessoa, a reduzem a um produto fragmentado de uma cultura que vive do ”zapping” e do ruído. Então, como é que o tempo no
Por um dia fui irlandês!
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PÚBLICO 19.06.2008, António Bagão Félix A Europa do pensamento único não se pode queixar. Tem o que merece A Irlanda-modelo, sempre referenciada como uma via de desenvolvimento a imitar, virou Irlanda-pesadelo. Neste referendo, os irlandeses disseram "não" à batota. Sim, porque é de sofisticada batota que se trata, depois de tantos e variados expedientes ao longo dos tempos. Aquando do "não" dinamarquês a Maastricht e do "não" da Irlanda a Nice, foi institucionalizada a prática do referendo pós-referendo, de maneira a dar uma nova e generosa oportunidade ao povo de se penitenciar perante o directório europeu. Tudo isto porque os eleitores do "não" (ao contrário dos do "sim"...) nunca estão suficientemente esclarecidos e por isso é necessário "educá-los" com mais referendos.Com a Constituição Europeia chumbada na Holanda e em França, a táctica mudou. Já não eram a pequena Dinamarca ou a Irlanda a bater o pé, mas a grande e sobe
Não precisamos de boas estatísticas, precisamos de bons alunos
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PÚBLICO 19.06.2008, José Manuel Fernandes Três anos e meio depois, é cada vez mais claro que uma mulher que se apresentou como grande reformadora do sistema educacional há muito que passou a funcionar apenas em função dos resultados estatísticos que puder apresentar Quando Maria de Lurdes Rodrigues foi nomeada ministra da Educação pouco se sabia da sua experiência política excepto que, como colaboradora de Mariano Gago no tempo em que este passara pelo Ministério da Ciência, realizara um trabalho competente de sistematização estatística. Na pequena ficha que, a 5 de Março de 2005, se escrevia no PÚBLICO sobre esta figura ainda desconhecida da opinião pública referia-se que "a socióloga Maria de Lurdes Rodrigues, 48 anos, foi a primeira presidente do Observatório das Ciências e das Tecnologias, criado em 1997 por Mariano Gago" e que "a sua função era recolher estatísticas sobre a actividade científica portuguesa".Três anos e meio depois, é cada vez mais claro que uma
Campeonato, JCdasNeves, Destak, 080619
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Campeonato 19 06 2008 00.12H Muitos jornalistas querem saber o impacto do Euro 2008 sobre o espírito nacional e, em consequência, sobre a crise económica e política. A resposta é simples: vai correr mal e a culpa é do Governo. O problema ficou distorcido à partida. Desde o início que se alimentaram grandes esperanças. Não passar à segunda fase seria uma catástrofe, falhar nos quartos de final um desastre, não chegar à final uma vergonha. Sendo assim, o mais provável é termos um desastre ou uma vergonha. E os ministros servem para ficar com as culpas destas coisas. Aliás, com este espírito, só duas equipas não sairão embaraçadas da Áustria e só uma fica contente. Pelo contrário, lembram-se há quase um ano, em Setembro de 2007, da primeira participação de uma equipe amadora portuguesa no Mundial de Rugby em França? Nessa altura não havia esperanças e só existiram derrotas fragorosas. Mas a humildade e dedicação dos «Lobos» deixaram o país orgulhoso, elevado, feliz. Esta é uma boa com
Os irlandeses falaram por todos nós
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PÚBLICO 18.06.2008, Jorge Miranda O voto irlandês é a recusa do modelo de construção apenas a partir de Bruxelas e de acordos entre os grandes Os Governos dos Estados-membros da União Europeia resolveram evitar a realização de referendos acerca do Tratado de Lisboa, mesmo em países onde eles se impunham por causa dos resultados negativos de anteriores referendos (como a França, a Holanda, a Dinamarca), de exigências da opinião pública (como a Grã-Bretanha) ou de promessas eleitorais (como Portugal).Só não puderam ultrapassar a Constituição da Irlanda e, por isso, aí teve de haver referendo, que pensaram que seria uma mera formalidade.Não viria a ser, porém, uma formalidade. O povo irlandês soube assumir a sua soberania e votou "não", provocando logo as mais espantosas reacções de alguns dirigentes, chegando a afirmar-se que 3 milhões de irlandeses não poderiam parar 450 milhões de europeus! (quando o próprio Tratado, como os anteriores, faz depender a sua entrada em vigor da
A vergonha da autentica crise social, JCdasNeves, DN080616
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A VERGONHA DA AUTÊNTICA CRISE SOCIAL João César das Neves professor universitário naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt Portugal vive grave crise social. Toda a gente sabe isto. Os jornais repetem diariamente os contornos do drama, sucedem-se manifestações e protestos, a oposição orienta nesse sentido as críticas crescentes. Ninguém tem dúvidas de que, em vez das prometidas recuperação e prosperidade, caímos em séria perturbação económica. Mas o que está mesmo a acontecer de novo? Quais os factos concretos que sustentam este clima depressivo? Onde está a tão propalada crise social? Quem pretender responder séria e serenamente a estas questões encontra obstáculos inesperados. A economia não está em recessão, nem sequer próxima; o crescimento económico abrandou ligeiramente do nível baixo que tem há anos. O desemprego não subiu, nem se prevê que venha a subir muito para lá do nível alto em que permanece há bastante tempo. Mesmo nos preços, em que os rumores dos mercados do petróleo e aliment
O pior erro será ignorar o voto irlandês
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PÚBLICO, 14.06.2008, José Manuel Fernandes O problema dos líderes europeus é que nenhum deles é capaz de associar o Tratado de Lisboa a um novo sonho que vá para além dos que estão dados por adquiridos nestes últimos 50 anos O único povo europeu a quem foi dado o direito de se pronunciar em referendo sobre o Tratado de Lisboa votou "não". Um "não" claro, pois não só a margem do resultado foi expressiva, como um "não" duplamente válido pois foi obtido num referendo em que o nível de participação ficou acima dos 50 por cento, um nível bem superior aos anteriores referendos. O que esta votação provou é que é cada vez mais difícil "vender" a "Europa" aos europeus. A razão porque 99 por cento dos cidadãos europeus não se podem exprimir em referendo sobre o Tratado de Lisboa não decorre da tradição nem do direito: foi uma decisão política dos líderes europeus tomada em segredo na cimeira que fechou a presidência alemã e que pavi