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A mostrar mensagens de agosto, 2012

Queremos uma RTP intocável como uma "vaca sagrada"? Ou apenas um bom serviço público?

Público 2012-08-31 José Manuel Fernandes Não fazer nada e continuar apenas a "gerir bem" a RTP não é opção. Nos últimos dez anos isso custou 4 mil milhões de euros Não há nada como os problemas baterem à nossa porta para mudarmos de opinião. Até há uma semana não havia jornalista que não fosse contra as "corporações" e não se manifestasse indignado com as "rendas". Desde que começou a ser discutido o futuro da RTP percebemos que, afinal, as corporações que os indignavam eram as outras e as rendas que os amofinam são aquelas de que não são beneficiários. E o pior é que muitos parecem estar a reagir como uma tribo, sem sequer pensar. Comecemos pelo princípio, e pelo que é menos relevante, a questão de saber se devia ter sido ou não António Borges a apresentar o cenário de concessão do serviço público de televisão. Não tem discussão: foi um erro político e uma gaffe institucional. Assunto encerrado, gastar mais tempo com isto é ocuparmo-nos da espuma

Famílias criticam novas regras para descontos nos passes escolares

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Público 30.08.2012 - 14:05 Por Ricardo Garcia, Marisa Soares Os novos passes para estudantes vão ter descontos de 60% ou de 25%   Os representantes das associações de famílias numerosas e das associações de pais estão contra as novas regras de acesso aos descontos nos passes escolares, que entram em vigor a 1 de Setembro. As críticas recaem sobre a fórmula de cálculo dos descontos. Os novos passes para estudantes vão ter descontos de 60% ou de 25%, conforme os alunos estejam abrangidos pelo escalão A ou B da Acção Social Escolar, respectivamente. Também haverá um desconto de 25% para os alunos inseridos em famílias que beneficiem do Passe Social+, que já contempla reduções nos passes para agregados com baixos rendimentos. Os descontos aplicam-se aos passes 4_18 (alunos entre estas idades) e sub23 (estudantes do ensino superior até 23 anos). Para Fernando Castro, presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, o problema está na forma como é calculado o rendimento

Afinal, somos só aldrabões

DN 2012-08-29 FERREIRA FERNANDES Soube-se, ontem, da catástrofe, pior que o Terramoto de Lisboa (10 mil mortos): em dois anos, desapareceram 134 mil filhos em Portugal! Dados como cidadãos em 2009, desapareceram 104 mil, em 2010, e 30 mil, em 2011. Assim, sem dizer água vai, nem foto "Desaparecido" nos vidros dos supermercados... Uma tragédia enorme e misteriosa. Teremos abatido uma geração, como Herodes? 134 mil é muita gente, é Viseu a desaparecer três vezes. A confirmar-se, em matéria de desaparecimentos o triângulo das Bermudas seria uma brincadeira comparado com o buraco negro do Fisco, onde os infelizes foram vistos pela última vez. Fisco? Eu disse Fisco? Sim, os 134 mil estavam nas declarações de impostos dos pais, em 2009, e, depois, desapareceram, quando passou a ser obrigatório o número de identificação fiscal dos filhos nas declarações do IRS. Então, querem ver que...? Sim, há que considerar a hipótese dos 134 mil serem filhos fantasmas, inventados, concebido

28 de Agosto - Martírio de S. João Baptista

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  Salomé com a cabeça de João Baptista Caravaggio (1607) Óleo sobre tela (91,5 x 106,7 cm) National Gallery London

A Sé "mais velha" de Portugal faz hoje 923 anos

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@ Rui Ferreira, 2012 Rui Ferreira Braga Maior , 2012-08-28    “Mais velho que a Sé de Braga” é uma expressão popular, bem conhecida, que pretende aludir à veterania de uma qualquer realidade. Em termos objetivos, a Sé de Braga é efectivamente a mais antiga edificação catedralícia do nosso país e completa hoje nada mais nada menos que 923 anos. No dia 28 de agosto do distante ano de 1089, ainda antes do Conde D. Henrique ter tomado D.ª Teresa como sua esposa, e do filho de ambos, D. Afonso Henriques, ter fortalecido as suas aspirações independentistas no campo de S. Mamede, o altar-mor da Sé de Braga foi solenemente sagrado. Nesse dia, de grata memória, estiveram presentes o Arcebispo de Toledo, D. Bernardo, que presidiu à cerimónia, os Bispos D. Pedro, de Braga, D. Gonçalo, de Lugo, D. Indigo, de Tui, e D. Pedro, de Orense. O ano de 1071 é essencial para se entender a história da cidade de Braga. A partir da conquista de Coimbra por intermédio de D. Fernand

A dignidade da política

Adriano Moreira Presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes 2009 In Communio, 2012/1 SNPC 27.08.12 O tema da dignidade na política, tal como acontece em relação a todas as intervenções na vida social, tem em primeiro lugar relação com a definição do fenómeno identificador da política, e depois com a escala de valores que é variável, não apenas ao longo dos tempos, mas também na área cultural que estiver em exame. Quanto à primeira referência, a do fenómeno identificador, talvez possa admitir-se que é o que mais interliga todas as concepções, passadas ou vigentes: trata-se da conquista, conservação, e exercício do poder de governar a comunidade. A conquista pelo exercício da violência e força militar, quer em processo de expansão no sentido de submeter territórios e povos, quer no sentido de submeter a comunidade originária, tem essa referência identificadora, que celebrizou a obra de Maquiavel, o qual se limitou mais a descrever o p

Financial Times: A recuperação silenciosa de Portugal

Joana Petiz DN 28 agosto 2012 "Entre os países resgatados pela troika, a Irlanda tem ficado com todos os aplausos e a Grécia com todas as vaias. Portugal, porém, tem evitado as manchetes desde que se tornou o terceiro país europeu a ser forçado a pedir um resgate de 78 mil milhões de euros. Ainda assim, durante o último ano surgiram algumas razões para um otimismo cauteloso. Embora a austeridade crescente mantenha a economia numa dolorosa recessão, a troika tem louvado os esforços e o progresso conseguido no país." É assim que o Financial Times começa uma análise à atual situação portuguesa, elogiando os esforços empreendidos que, segundo a publicação, até recuperaram "um certo nível de confiança para Portugal, onde o governo continua a desfrutar de apoio suficiente para avançar com um programa de ajustamento muito duro". O FT cita ainda o economista da Comissão Europeia Peter Weiss , depois da terceira avaliação da troika, em abril: "O governo não pod

28 de Agosto - Santo Agostinho

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  Vitral de Santo Agostinho Louis Comfort Tiffany (1848–1933) the Lightner Museum,  St. Augustine, Florida. 

O futuro da União

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DN 2012-08-27 JOÃO CÉSAR DAS NEVES A crise europeia passou o Verão em lume brando para voltar a ferver em Setembro. O que não abrandou foi o borbulhar criativo dos comentadores, que manteve acesa a polémica com palpites para todos os gostos. Desde as catástrofes eminentes dos alarmistas às garantias de segurança das autoridades, o leitor pode escolher o tipo de ebulição que prefere. Que pensar então da situação? É bom lembrar que crises fatais para a integração europeia tivemos várias nas últimas décadas, mas a União ainda subsiste. Repetidamente ao longo dos últimos 60 anos, qualquer avaliação séria das perspectivas teria de concluir que o projecto não duraria mais de alguns meses. Exactamente como hoje tantos dizem. Desde os anos 1950 que, se quisermos ser minuciosos e exactos, temos de afirmar que a Comunidade Europeia não pode existir. Integrar económica e politicamente tantos países com leis, hábitos, culturas e propósitos tão diferentes é, realmente, uma impos

27 de Agosto - Santa Mónica

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  Santa Mónica Luís Tristán de Escamilla 1616 Óleo sobre tela 40 x 42 cm Museo del Prado Madrid

Mortos-vivos

João Pereira Coutinho Correio da manhã, 26-08-2012 1:00:00 O meu caso com a RTP não começa com este governo. Começa com a própria Constituição. Defesa, justiça, saúde – tudo isso são áreas legítimas de actuação do Estado. Entreter os metecos e, supremo horror, produzir informação para eles – só mesmo em Cuba ou na Coreia do Norte. É por isso que o modelo audiovisual em discussão – concessionar a RTP 1, acabar com a RTP 2 – aligeira a dor, mas não cura a doença. A RTP devia ser privatizada ou extinta, sem meios termos. E, sobretudo, sem que houvesse um tostão dos contribuintes a garantir uma renda anual de 140 milhões de euros aos senhores que se seguem. Este valor constitui até uma poupança, como disse António Borges? Admito que sim. Como também admito que concessionar ocanal por termo alargado dilui a influência directa do poder sobre a informação. Mas esse não é o ponto. O ponto estava em acabar com um anacronismo da ditadura, não em garantir--lhe uma meia vida em d

Bento XVI: "A falsidade é a marca do diabo"

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Rádio Vaticano , 26-08-2012 Castel Gandolfo (RV) – “A falsidade é a marca do diabo”, e foi essa a “culpa mais grave” de Judas. Neste domingo durante o Angelus o Papa Bento XVI se deteve sobre a figura de Judas, o Apóstolo que traiu Jesus, comentando a passagem evangélica sobre os discípulos que abandonaram Cristo não acreditando nas suas palavras sobre o seu ser “pão vivo descido do céu”. “Por quê? Porque não acreditaram nas palavras de Jesus, que dizia: Eu sou o pão vivo que desceu do céu, aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue viverá para sempre (cf. Jo 6,51.54). Essa revelação era para eles incompreensível, porque a entendiam apenas no sentido material, enquanto naquelas palavras foi pré-anunciado o mistério pascal de Jesus, no qual Ele daria si mesmo pela salvação do mundo”. Como em outros casos, - continuou o Papa - é Pedro, a responder em nome dos Doze: “Senhor, para quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna e nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus” (Jo

O mistério gera espanto e o espanto é a base do desejo humano de compreender

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Mistery creates wonder Pandaemonium , August 26, 2012  ‘…and wonder is the basis of man’s desire to understand.’ It is not the phrase for which Neil Armstrong, who sadly died this weekend , will always be remembered. But it is the one that perhaps best sums up not just Armstrong’s vision but also the sense that to be human is forever to be reaching out to grasp what may seem beyond us. And that once we stop doing this, we diminish ourselves as humans. ...

Neil Armstrong - In memoriam

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João Távora Corta-fitas , 2012-08-25 Quando os Neil Armstrong e Buzz Aldrin pisaram a Lua eu tinha sete anos e estava em Milfontes de férias. Nessa noite morna de Verão, como grande parte dos habitantes da vila, desci com os meus pais ao Café Miramar na Barbacã, para assistir na televisão ao acontecimento em directo. Não mais me esquecerei da emoção vivida, aquelas imagens difusas e misteriosas, as palmas, as interjeições e efusivos comentários dos adultos. De resto lembro-me da estranheza que me causava o Jacinto, um pescador nativo amigo da família, que afirmava que tudo aquilo era uma encenação cinematográfica à boa maneira do cinema americano.  Para ele era inconcebível que o homem chegasse à Lua, talvez porque acreditasse que o satélite era feito de queijo: custa-me a acreditar que a sua opinião se devesse a qualquer dogma político. Apesar da desilusão que senti nos anos seguintes com a perda de espectacularidade dos programas espaciais da NASA, imagino que este terá sid

As palavras também fazem amor

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José Luís Nunes Martins, i-online 25 Ago 2012 Só o que conseguirmos dizer a uma criança pequena, sem equívocos nem adornos, é realmente verdade. Tudo o mais é... pior que o silêncio Se é fácil concordar com a ideia de que as palavras podem fazer grandes males, por que razão não são vistas como precursoras do maior bem? Afinal, sendo leves como o vento e fortes como o mar, as palavras, e os silêncios entre elas, são capazes de trazer e levar Deus, de criar e destruir o amor... A palavra é a ponte que faz o encontro do homem com o mundo. Por vezes, pesa montanhas e tem a espessura de rochas, outras, é mais leve que o ar e transparente como um céu. As palavras expressam-nos e impressionam-nos. São actos puros. Estabelecem verdades, criam-nas, alimentam-nas e também lhes põem fim. São, ou deveriam ser, ecos do que se passa de forma silenciosa nas profundezas da alma. As palavras mais ricas não são necessariamente as literárias de Nobel, mas as autênticas, as que trazem consigo luz, um

Pais heróis

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Inês Teotónio Pereira, i-online 25 Ago 2012 Admiro imenso os pais que não se importam nada que os filhos sejam completamente diferentes deles A grande prova de maturidade de um pai é quando ele aceita o filho tal como ele é. É nessa altura que ele se torna plenamente pai. Daqueles pais que quase só existem nos filmes da Disney, ou que vimos de tempos em tempos num restaurante e ficamos pasmados a olhar. Os pais que assumem e aceitam que o filho, antes de ser seu filho, é uma pessoa independente dele, absolutamente autónoma e que até pode ser completamente diferente deles, são os genuínos pais heróis. São o John Wayne dos pais: um homem valente, confiante, sereno, determinado e amigalhaço. Um exemplo. Os filhos destes pais são todos felizes. São irritantemente valentes, confiantes, serenos, determinados e amigalhaços. São exactamente aquilo que querem e, quando chegam a casa, ninguém os chateia. Estão sempre irritantemente bem dispostos e de bem com a vida e com o mundo. Acham que,

Lance Armstrong

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João Vila-Chã Facebook post em 2012-08-25 Desde o dia em que morreu Joaquim Agostinho nunca mais me interessei pelo ciclismo; a não ser ainda para "celebrar" alguma corrida de Mercx ou Ocaña. A história de Lance Armstrong, porém, é impressionante, pelo que fico numa posição de ambiguidade. Por um lado, é urgente reconhecer que o doping é uma terrível praga no desporto profissional, uma praga pela qual os patrocinadores e até os simples es pectadores também têm de reconhecer a sua quota-parte de responsabilidade: querendo sempre mais e só o "melhor", o resultado é a criação de um sistema baseado no engano, na fraude, em suma, no "resultado". A dopagem é um grave atentado não apenas contra as regras do desporto, mas sobretudo contra a saúde corporal dos próprios atletas. Mas também acho que o problema da dopagem tem a sua matriz no ambiente cultural que se vive, pois a raiz do mesmo está no que legitimamente se pode designar por cultura da performan

Mandante em chefe

Correio da manhã, 2012-08-24 Leonardo Ralha É provável que Barack Obama continue na Casa Branca após as eleições de Novembro. Quase todas as sondagens lhe dão vantagem sobre o republicano Mitt Romney, até agora incapaz de mobilizar os descontentes com a economia e o desemprego nos EUA. Se é grande a desilusão com Obama neste capítulo, estranha-se o silêncio com que tantas almas gentis, indignadas com detenções ilegais e ‘interrogatórios avançados’ de George W. Bush, encaram a actuação do ex-paladino do primado do direito internacional. Ao contrário da administração anterior, que capturou elementos da al-Qaeda como Khalid Sheikh Mohammed, ‘arquitecto’ do 11 de Setembro, Obama preferiu matar milhares de presumíveis inimigos. O "presidente letal", como lhe chama a revista ‘Esquire’, decide quem é executado em solo estrangeiro, seja pelas forças especiais que visitaram Bin Laden ou pelas bombas dos ‘drones’ nos céus do Paquistão ou do Iémen. Mais do que comandante-em-c

Acerca do ócio cristão

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Ivica Raguz In Communio, 2011/3 23.08.12 SNPC Dignidade e perigos do trabalho «... o homem, criado à imagem de Deus, recebeu o mandamento de dominar a terra com tudo o que ela contém e governar o mundo na justiça e na santidade e, reconhecendo Deus como Criador universal, orientar-se a si e ao universo para Ele; de maneira que, estando todas as coisas sujeitas ao homem, seja glorificado em toda a terra o nome de Deus.» (GS 34) Com estas palavras, a Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II Gaudium et spes sublinhou a dignidade de toda a atividade humana, incluindo o trabalho. Segundo a Gaudium et spes, a dignidade do trabalho tem origem na ideia do homem enquanto imagem de Deus. Enquanto Deus "trabalha" e está ativo, enquanto Deus é Criador do mundo, também o homem, como sua imagem, só pode ser criador, ente ativo, trabalhador na sua atividade. Em poucas palavras: o homem é trabalhador porque Deus se revelou como trabalhador. Isto pressupõe que o homem no trabalho, «su

Somos uns calimeros

Negócios online 22 Agosto 2012 | 23:30 Camilo Lourenço -  camilolourenco@gmail.com Em 19 de Janeiro deste ano os juros da dívida a 10 anos estavam em 14,67%; ontem caíram para 9,18%. Em 19 de Janeiro os juros a cinco anos estavam em 18,46%; ontem caíram para 7,83%. Já no prazo a dois anos os juros estavam em 16,6% e ontem desceram para 4,76%. De referir que a comparação peca por defeito: o valor mais elevado ocorreu no final de Janeiro (os juros a cinco anos chegaram a encostar nos 21%)… Nos prazos de dois e cinco anos os juros até já estão abaixo dos valores de antes do pedido de ajuda externa . A descida é tanto mais notável porque ela se mantém apesar da queda do PIB (3,3% em termos homólogos) no segundo trimestre de 2012 e da turbulência em Espanha, para onde vão 24% das nossas exportações. Explicações para este comportamento há-as para todos os gostos: eventual intervenção do BCE ; abertura a cedências no programa da Grécia; descida dos juros espanhóis e italianos… Há