Mensagens

A mostrar mensagens de 2013

Dizer «obrigado» no último dia do ano

«Se a tua única oração na vida for "obrigado", isso bastará (Mestre Eckhart)». A gratidão não é apenas uma atitude de louvor, é também o elemento básico de uma verdadeira crença em Deus. Quando inclinamos as nossas cabeças em sinal de gratidão, reconhecemos que as obras de Deus são boas. Reconhecemos que não podemos salvar-nos por nós próprios. Proclamamos que a nossa existência e todas as coisas boas que ela tem, não vêm do nosso expediente, fazem parte da obra de Deus. A gratidão é o aleluia à existência, o louvor que ressoa através do Universo, como um tributo à presença de Deus, constante entre nós, incluindo neste momento. Obrigado por este novo dia. Obrigado por este trabalho. Obrigado por esta família. Obrigado pelo nosso pão de cada dia. Obrigado por esta tempestade e pela humidade que ela traz à terra seca. Obrigado pelas correções que me fazem crescer. Obrigado pelas flores silvestres que dão cor à ladeira. Obrigado pelos animais de estimação que

Bom Ano Novo

Qual é a receita para um ano feliz ? Ao contrário do que desejamos uns aos outros, como se tudo dependesse de uma sorte aleatória que nos trouxesse a todos prosperidade, um Bom ano depende sobretudo de cada um de nós como diz o Poeta Aleixo. Regresso sempre à origem do Povo, a mensagem radiofónica de Natal do Papa Pio XII no 6º Natal de guerra em 1944: O Povo opõe-se à massa: vive da liberdade e da consciência de cada um.   São esta consciência e liberdade individuais que movem o mundo. Desejo a todos os meus amigos do Povo que em 2014 sejam os protagonistas das suas vidas e colectivamente da nossa História como Povo. O primeiro passo parece-me, é contra-corrente, mas procuremos todos percebê-lo e fazê-lo nosso: Dizer obrigado no último dia do ano Bom Ano de 2014 Pedro Aguiar Pinto     

Frase do dia

O mundo só pode ser Melhor do que até aqui, Quando consigas fazer Mais pelos outros do que por ti! António Aleixo (1899-1949)

Receita para um Ano Feliz:

Tome 12 meses completos. Limpe-os cuidadosamente de toda a amargura, ódio e inveja. Corte cada mês em 28, 30, ou 31 pedaços diferentes, mas não cozinhe todos ao mesmo tempo. Prepare um dia de cada vez com os seguintes ingredientes: - Uma parte de fé - Uma parte de paciência - Uma parte de coragem - Uma parte de trabalho Junte a cada dia uma parte de esperança, de felicidade e amabilidade. Misture bem, com uma parte de oração, uma parte de meditação e uma parte de entrega. Tempere com uma dose de bom espírito, uma pitada de alegria, um pouco de acção, e uma boa medida de humor. Coloque tudo num recipiente de amor. Cozinhe bem, ao fogo de uma alegria radiante. Guarneça com um sorriso e sirva sem reserva. fonte: Ana Alves (1914 - 2006) Gastronomias.com ®

A mísera ambição do "eduquês"

Guilherme Valente Público, 31/12/2013 A melhoria nos testes PIRLS e TIMSS volta a ser falaciosamente usada (PÚBLICO, 24/12) para legitimar as teorias e práticas impostas à escola nos últimos trinta e cinco anos. Escreve Maria Emília Brederode (MEB): "(...) os únicos testes internacionais em que o desempenho dos alunos portugueses ficou acima da média europeia em Língua Materna, compreensão de leitura e em Matemática e Ciências. Estes resultados correspondem a testes efectuados em 2011 pelo que não há forma de os considerar indicadores de que alguma coisa fosse mal na formação de educadores de infância e de professores dos 1.º e 2.º ciclos". Ora, nem o resultado desses testes tem, infelizmente, o significado que MEB lhe atribui; nem a média europeia é satisfatória; nem o mérito dessa subida pertence à formação ministrada nas Escolas Superiores de Educação. Esse progresso, tão tardio, revela, pelo contrário, o seu fracasso. O facto de ostentarem tão modesta e insignif

Nostalgia do que nunca existiu

João Miguel Tavares Público 31/12/2013 - 00:11 Eu já tinha decidido encerrar o ano com um texto sobre os enviesamentos da nostalgia e os nossos problemas com a memória, e o Público, para me facilitar a vida, fez o favor de pôr de pé um dossiê especial comparando o ano de 2013 com o de 1993 e o de 1973. Para uma das imagens de primeira página, a direcção escolheu até uma fotografia de 1988 de Alfredo Cunha, incluída no seu livro A Cortina dos Dias – precisamente uma das obras que mais tive presentes durante 2013, e que ilustra na perfeição aquilo que quero dizer. O livro de Alfredo Cunha impressionou-me muito pela sua colecção de extraordinárias fotos de uma pobreza avassaladora, começando no Portugal dos anos 70 e indo até finais dos anos 80, e nalguns casos até já bem dentro da década de 90. São imagens de bairros de lata pútridos, hospitais sem condições, pessoas a respigar em lixeiras a céu aberto, crianças nuas a tomarem banho em fontanários. Sempre que alguém vem com a con

Do jornalismo e da estupidez

Do jornalismo e da estupidez. Título do Público: " Igreja espanhola celebra revisão da lei do aborto, sociedade critica ". O que diz a notícia? Que "milhares de católicos espanhóis participaram ontem numa missa em celebração da Sagrada Família ... deram graças pelo anteprojecto de revisão da lei do aborto ...". Que esta lei foi uma promessa eleitoral do partido que ganhou as eleições e que está a cu mprir o que prometeu na eleições. E que há médicos e outros sectores que contestam a proposta de lei. Independentemente dos méritos ou defeitos da lei, que raio de concepção de sociedade permite escrever, no título, que a Igreja celebra e a sociedade critica? Depois admiram-se que os jornais tenham cada vez menos leitores. Com o devido agradecimento a Henrique Pereira dos Santos

Confiança

A confiança que o Evangelho me oferece é saber-me amado por Deus, confiança não como um subterfúgio mas como um antídoto verdadeiro para o medo e o pessimismo. O Evangelho vem garantir-me que Deus me ama, incondicionalmente. Quando eu começo a estabelecer uma relação de confiança, me sinto aceite e amado por Deus, então cresço e sou forte, e consigo descobrir o bem que existe à minha volta. Vasco P. Magalhães, sj ONDE HÁ CRISE, HÁ ESPERANÇA Um pensamento por dia: ver em tudo o que acontece uma oportunidade de crescimento Edições Tenacitas www.tenacitas.pt   http://www.facebook.com/edicoes.tenacitas

O furacão Bergoglio

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN 2013-12-30 Todos gostam do Papa Francisco. Os quadrantes mais variados são inspirados pelas palavras, pelos gestos e pelas atitudes do novo Pontífice. Nestes nove meses de pontificado sentiu-se uma lufada de ar fresco, não só na Igreja mas em todo o mundo. A novidade foi inesperada, apesar de acontecer repetidamente nos pontificados anteriores. Muitos se lembram de 1978 e da lufada de ar fresco na Igreja e no mundo com a eleição de João Paulo II, que inspirou quadrantes muito variados. Mas esquecem que o mesmo acontecera um mês antes com João Paulo I, em 1963 com Paulo VI, em 1958 com João XXIII e com muitos outros. Apesar das comunicações lentas, até há evidentes paralelos de 2013 com a eleição de Leão XIII em 1878, Pio IX em 1846 e antecessores. É normal haver surpresa, entusiasmo, expectativa com um novo papa. Raro é, após o fumo branco, ver-se na varanda de São Pedro uma cara conhecida. Aconteceu em 2005. O cardeal Ratzinger, além de antigo e famoso cola

Bom Ano

João Carlos Espada 30/12/2013 Como escreveu Tocqueville, "aqueles que pedem à liberdade algo mais do que a própria liberdade são feitos para servir." Com esta crónica de fim de ano, terminam as minhas Cartas de Varsóvia (mas não a minha colaboração semanal com o Público). O meu contrato de três anos no Colégio da Europa, em Varsóvia, chega agora ao fim. Por motivos vários, decidi não concorrer à renovação do contrato. Mas aprendi, nestes três anos entre Lisboa e Varsóvia, várias coisas que podem ser úteis para os votos de Bom Ano de 2014. A primeira delas, paradoxalmente, foi o valor da aliança euro-atlântica. À primeira vista, a Polónia dificilmente poderia estar mais longe do Atlântico. Mas, dificilmente na Europa continental pode ser encontrado um povo mais amigo da América – talvez com excepção dos suíços e dos portugueses. Por sólidas razões, os polacos olham a aliança atlântica como chave da sua independência nacional e da segurança das suas fronteiras. Woodro

Dia da Sagrada Família

D eus quis honrar os pais nos filhos e estabeleceu sobre eles a autoridade da mãe. O que honra o pai alcança o perdão dos pecados, e quem honra a sua mãe é semelhante ao que acumula tesouros. Quem honra o pai encontrará alegria nos seus filhos, e será ouvido no dia da sua oração. Quem glorifica o pai gozará de longa vida e quem obedece ao Senhor consolará a sua mãe. Filho, ampara o teu pai na velhice, não o desgostes durante a sua vida; mesmo se ele vier a perder a razão, sê indulgente, não o desprezes, tu que estás na plenitude das tuas forças. A caridade que exerceres com o teu pai não será esquecida, e ser-te-á considerada, em reparação de teus pecados. Livro de Eclesiástico 3,2-6.12-14.

O Natal português

Imagem
Inês Teotónio Pereira ionline 28 Dez 2013 "A consoada não é nada! As pessoas inventaram a consoada e já não vão à missa do galo porque têm de jantar, porque vão comer! Isto não faz sentido, é muito triste?" No domingo passado fui a uma missa celebrada pelo mítico padre Dâmaso. Era o domingo antes do Natal e o padre holandês estava visivelmente desanimado com a época natalícia e com a forma como as suas ovelhas a viviam. E como já não tem idade, nem feitio, nem paciência para dizer as coisas que pensa com suavidade, foi, digamos, acutilante. Começou o padre Dâmaso por dizer que o Natal não é uma festa de família: "Se quiserem fazer festas de família têm o ano inteiro para as fazer, o Natal é a celebração do nascimento de Jesus. Não é uma festa de família." As famílias presentes agitaram-se. Dizia o padre Dâmaso que durante a Primeira República - marcada pelo anticlericalismo, a perseguição religiosa e o domínio da maçonaria - tudo se fez para transforma

Famílias portuguesas são a personalidade do ano

Pedro Bidarra Publicitário, psicossociólogo In Dinheiro Vivo 28.12.13 Não sei a quem dar os créditos deste título. Disse-me um amigo que o ouviu num daqueles fóruns radiofónicos onde é costume ouvir zangados lugares comuns sobre política e os políticos. Dizia o participante que a mulher tinha conseguido fazer milagres com o pouco que tinha e, por isso, a vida da sua família tinha sido melhor do que seria de esperar. O ouvinte em questão talvez não se tenha dado conta, mas está casado com uma sinédoque: a personalidade do ano é a mulher dele e todas as outras. Bem como todos os maridos e os avôs e as avós e os netos, empregados e desempregados, enfim, toda a família. É a Família, em todas as suas formas, que é a personalidade do ano. Talvez a escolha esteja influenciada pelo sentimentalismo normal nesta época do ano em que o Sol se põe cedo e a noite é embalada pelos acordes do  White Christmas  do Irving Berlin e do  Adeste Fideles  – que diz-se ter sido composto por D. João I

Da banalização do mal ou um estranho síndrome de estocolmo

Imagem
João Távora, 2013-12-28 http://joaotavora.blogs.sapo.pt Estou cansado que me chamem, mesmo em entrelinhas, bárbaro e retrógrado, numa indisfarçada campanha maniqueísta da nomenklatura dominante. É nesse sentido, com alguma impaciência que encontro no Expresso de hoje a notícia assinada por um tal Angel Luís de La Calle sobre o projecto da nova lei do aborto colocado em discussão pelo governo espanhol, que pleno de preconceitos, pré-juízos e moralismo se revela um autêntico artigo de opinião, onde numa selecção de recortes da imprensa internacional favorável à livre interrupção da gravidez, assevera por exemplo esta pérola de propaganda sectária "vai ser a única promessa cumprida do programa de governo com que Mariano Rajoy arrebatou o poder aos socialistas nas eleições de 2011". Um bitaite que sem qualquer sustentação ou contraditório vale o que vale, isto é, nada.  Tenho a confessar que admiro a coragem da direita espanhola na assunção dos princípios que defende 

Novo ano ou ano novo?

Imagem
Gonçalo Portocarrero de Almada ionline 28 Dez 2013 - 05:00 É da praxe que, ao finalizar Dezembro, se façam contas ao ano transacto. Jornais, rádios e televisões fazem as suas selecções dos eventos e das personagens que, no seu entender, mais marcaram os últimos doze meses. Essas sínteses, sobretudo quando incidem sobre os factos mais dramáticos, ressumam um travo amargo sobre o desarranjo do mundo e a nossa impotência para o consertar. Também no âmbito das nações e das famílias se procura fazer um apanhado das mais marcantes datas do nosso passado colectivo recente, nacional e familiar. Estes factos, embora mais prosaicos, como nos são mais próximos, são também os que mais nos tocam, porque acontecidos na nossa terra ou família. É verdade que a doença da vizinha nos afecta mais do que uma tragédia asiática, mas é natural que, não podendo prestar a todos a mesma atenção, nos centremos naqueles que, por estarem mais perto, são o nosso próximo mais próximo. Só por seu intermédi

Todos erramos

Imagem
José Luís Nunes Martins ionline 28 Dez 2013 Apontamos quase sempre o dedo a quem erra... Condenamos os outros com enorme facilidade. Compreendemo-los pouco, perdoamo-los ainda menos Apontamos quase sempre o dedo a quem erra... Condenamos os outros com enorme facilidade. Compreendemo-los pouco, perdoamo-los ainda menos. Mas, será que atirar pedras é o mais justo, eficaz e melhor? Temos uma necessidade quase primária de julgar o comportamento alheio, de o analisar e avaliar ao mais ínfimo detalhe, sempre de um ponto de vista superior, como se o sentido da nossa existência, a nossa missão, passasse por sentenciar todos quantos cruzam a sua vida com a nossa... condenando-os... na firme convicção de que assim estamos a ajudar... a melhorar. Comete erro em cima de erro quem se dedica a julgar os erros dos outros.... Julgamos de forma absoluta, na maior parte das vezes, generalizando um gesto ou dois, achando que cada pequena ação revela tudo quanto há a saber sobre determinada

28 de Dezembro - Santos Inocentes

UMA HISTÓRIA ANTIGA Era uma vez, lá na Judeia, um rei. Feio bicho, de resto: Uma cara de burro sem cabresto E duas grandes tranças. A gente olhava, reparava e via Que naquela figura não havia Olhos de quem gosta de crianças. E, na verdade, assim acontecia. Porque um dia, O malvado, Só por ter o poder de quem é rei Por não ter coração, Sem mais nem menos, Mandou matar quantos eram pequenos Nas cidades e aldeias da nação. Mas, por acaso ou milagre, aconteceu Que, num burrinho pela areia fora, Fugiu Daquelas mãos de sangue um pequenito Que o vivo sol da vida acarinhou; E bastou Esse palmo de sonho Para encher este mundo de alegria; Para crescer, ser Deus; E meter no inferno o tal das tranças, Só porque ele não gostava de crianças. Miguel Torga

A felicidade eterna de uma manhã de Natal

Imagem
Saragoça da Matta, ionline 2013-12-27 Todos os meninos deviam poder ter, sempre, Natais felizes: nunca se sabe qual deles viverá para sempre no seu coração O menino de três ou quatro anos despertou cedo. Pouco devia passar das sete da manhã. Era uma manhã clara, com ar cálido e cheiro a rabanadas... ou seria bolo de chocolate? O cheiro é difícil de definir, quando os doces de confecção se misturam com o cheiro da terra de áfrica, dos temperos e especiarias que inundam o ar, das gentes de outro hemisfério virado a Oriente. Ansioso atirou-se da cama bamboleante. Sentia o pijama desajeitado de uma noite de lençóis. As calças meio descaídas, o casaquinho desajeitado. Não via grande coisa. A névoa fazia-o franzir a testa e esfregava os olhos. Sem passar água pela face, pouco conseguia ver. Não foi grande obstáculo. Saiu do quarto, virou à esquerda e foi tropegando até à sala. A meio do pequeno corredor já estava encandeado pela luz que entrava pelas janelas da sala, que davam para

Como o clima tem a ver com a nossa vida

Imagem
Como o clima tem a ver com a nossa vida, explicado pelo climatologista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Palavra de cidadão de Carlos da Camara Visão, Quinta, 12 de Dezembro de 2013   "O clima é o que fica da meteorologia depois de esquecermos tudo o que experimentámos do tempo que fez nos dias que passaram. Por isso, o clima apresenta semelhanças com a cultura, na medida em que esta também é feita do que sobra de aprendizagens esquecidas. Tal como a cultura, o clima que nos rodeia não se vê, mas sentimos os seus efeitos. Na vegetação natural que aprendeu a conviver com o fogo, elemento de uma paisagem condicionada pelas sequências de invernos pautados por episódios de chuva diluviana ou por secas intermináveis, a que se seguem estios pontuados por ondas de calor. Na disposição das povoações antigas, deixando desimpedidas as linhas de água e dispondo os arruamentos consoante os ventos dominantes. Nos conventos erigidos em zonas beneficiadas pelos mic

27 de Dezembro - S. João Evangelista

C aríssimos: O que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida, – de facto, a Vida manifestou-se; nós vimo-la, dela damos testemunho e anunciamo-vos a Vida eterna que estava junto do Pai e que se manifestou a nós – o que nós vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também vós estejais em comunhão connosco. E nós estamos em comunhão com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Escrevemo-vos isto para que a nossa alegria seja completa. 1ª carta de S. João 1, 1-4

O Papa Francisco almoça com Bento XVI

Imagem
2013-12-27 L'Osservatore Romano O Papa Francisco e Bento XVI almoçaram juntos hoje, sexta-feira 27 de Dezembro, em Santa Marta. O convite tinha sido feito pelo Papa Francisco ao seu Predecessor quando o visitou para o cumprimentar por ocasião das festas do Natal na tarde de segunda-feira 23 de Dezembro.  No almoço de hoje participaram também os respectivos secretários, o secretário para as Relações com os Estados, arcebispo Dominique Mamberti, e mons. Bryan Wells, assessor para os Assuntos gerais da Secretaria de Estado. O encontro de segunda-feira passada (na foto) durou cerca de quarenta e cinco minutos. Bento XVI recebeu o Papa Francisco à entrada da sua residência. Depois de uma breve oração juntos na Capela, teve lugar o encontro privado. Depois o Papa Francisco, que estava acompanhado pelos seus secretários, saudou também os outros membros da família de Bento XVI.

Natal no hospital

No Hospital, o Menino de caco subsiste, subsiste sempre, como se indiferente à entrada gloriosa da História pelos umbrais do "admirável mundo novo", que no Hospital, precisamente no Hospital, paradoxalmente no Hospital, encontra uma das mais poderosas expressões do seu poder. Mas aqui, aqui o Menino de caco permanece e permanecerá sempre em vigor porque a imagem do Menino-Deus, é a imagem de um menino-Homem e o menino-Homem é de quebrar. E o Hospital é onde os meninos-Homem quebradiços vêm encontrar-se com a translúcida consciência da fragilidade, a consciência de si frágeis, passageiros (adjectivo) passageiros (substantivo) de um cosmos argiloso amassado de pó e lágrimas e luar. ( Menino de Caco Pe. José Nuno Silva)

Coração por comprar

MIGUEL ESTEVES CARDOSO   PÚBLICO 27/12/2013 - 00:48 A confiança é um tesouro. E os tesouros roubados deixam de sê-los. Eis uma história que aconteceu. Aconteceu numa pequena loja japonesa em Paris. A dona – uma senhora gentil a quem aconteceu a história que nos contou – deu pela falta de dois pacotes de chá Gyokuro, caríssimo, logo no dia em que chegaram. Um mês depois apareceu na loja um cliente antigo, dono de um restaurante, a quem tinha sido dado o privilégio de levar o que precisava e pagar só três meses depois, depois de ter recebido as contas das pessoas que lá iam almoçar e jantar. Tratava-se de um empréstimo generoso: só pagava o que vendia depois de ter vendido, por quatro vezes o custo, aquilo que tinha comprado. O dono do restaurante lucrou tanto com o roubo como com o crédito. Sendo um indivíduo ladrão mas honrado, voltou à loja para confessar que tinha roubado o chá e com o dinheiro, o valor exacto do que tinha roubado. A dona da loja começou a chorar. Nun

A morte do peru

VASCO PULIDO VALENTE   PÚBLICO 27/12/2013 - 00:10 No Natal o meu estado de espírito costumava ser como o do peru. Ia passar tormentos por causa de um ritual que não percebia e que, aliás, duvido que a maioria dos católicos perceba. Nem sempre foi assim. Quando era criança, e até adolescente, gostava do Natal. Por causa dos presentes, com certeza. Mas também – não é preciso muita subtileza sociológica – por causa da família. Nessa altura, ainda havia a família "extensa" do século XIX. Do lado da minha mãe (Pulido Valente), havia cinco irmãos (contando com ela) e 13 primos. Do lado do meu pai (Correia Guedes) sete irmãos (contando com ele) e 17 primos. Por tradição, o almoço de 25 era em casa dos Pulidos, porque o meu avô fazia anos (chegou aos 78); e o jantar dos Correia Guedes, menos formal, em casa da minha avó Elvira. O Natal servia para juntar esta gente toda, que durante o ano pouco se via. Depois da morte do meu avô Pulido e da minha avó Elvira, este costume acab

Esmiuçando as razões do Tribunal Constitucional

JOSÉ MANUEL FERNANDES   PÚBLICO 27/12/2013 - 00:19 Os juízes não pediram uma reforma melhor em vez de uma reforma imperfeita – pediram o impossível para recusarem o necessário. Quando li o comunicado do Tribunal Constitucional e ouvi o seu presidente, fiquei sem vontade de ler as 80 páginas do acórdão. Tudo me pareceu demasiado semelhante a um filme que já vira – a única diferença é que agora, em vez de invocarem o princípio da igualdade, os juízes invocavam o da confiança, parecendo que, mais do que preocupados com princípios, estão empenhados em manter certos privilégios relativos da administração pública. Havia, contudo, uma novidade: a deliberação de inconstitucionalidade fora tomada por unanimidade. Explicaram-me então que isso talvez tivesse sucedido por o acórdão ser mais equilibrado do que algumas das anteriores deliberações do Palácio Ratton. Para evitarem divisões, os juízes teriam encontrado uma espécie de terreno comum que teria a virtude de abrir portas a formas

O meu Natal

DESTAK | 17 | 12 | 2013   18.37H José Luís Seixas O meu Natal era o Presépio. Naquelas figuras de barro que simbolizavam os pastores e os Reis Magos identificava a Humanidade inteira, pobres e ricos, poderosos e plebeus, vivendo, irmanados, a mesma alegria, numa comunhão única de Paz e de concórdia. O meu Natal era tempo de encantamento e de deslumbre. Hoje, o imaginário infantil reconduz o Natal ao estereótipo de um velho divertido, com uma enorme barriga e bochechas rosadas que, transportando-se num trenó puxado por renas, desenha traços de luz no escuro da noite e penetra nas casas pelas chaminés, gritando com voz gutural "ho, ho, ho". As suas réplicas, com barbas de algodão em rama e renas de esferovite, crescem aos magotes nas ruas e nos Centros Comerciais, promovendo produtos, anunciando brinquedos, aliciando ao consumo e à insatisfação permanente. Perdeu-se aquela aura de magia e mistério que seduzia e encantava. É tão grande a diferença entre o Natal do Me

Menino de Caco

Menino de Caco by papinto

26 de Dezembro - Santo Estevão

Papa Bento XVI Angelus de 26/12/2006 (trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev) Do presépio à cruz   No dia após a solenidade do Natal, celebramos a festa de Santo Estêvão, diácono e primeiro mártir. À primeira vista a proximidade […] com o nascimento do Redentor pode-nos surpreender, porque é tocante o contraste entre a paz e a alegria de Belém e o drama de Estêvão. […] Na realidade, o aparente desacordo é superado se considerarmos mais profundamente o mistério do Natal. O Menino Jesus, deitado na gruta, é o Filho único de Deus que Se fez homem. Ele salvará a humanidade morrendo na cruz. Agora vemo-Lo envolvido em panos no presépio; depois da sua crucifixão será novamente envolvido por faixas e colocado no sepulcro. Não é por acaso que a iconografia natalícia representava, por vezes, o Menino divino colocado num pequeno sarcófago, para indicar que o Redentor nasce para morrer, nasce para dar a vida em resgate por todos (Mc 10,45). Santo Estêvão foi o primeiro que seguiu o

O princípio

N o princípio era o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus. No princípio Ele estava em Deus. Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência. Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens. A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam. Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele. Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz. O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós con

E assim, mais uma vez, Jesus nascia

Imagem
  Litânia de Natal (de José Régio) "A noite fora longa, escura, fria. Ai noites de Natal que dáveis luz, Que sombra dessa luz nos alumia? Vim a mim dum mau sono, e disse: «Meu Jesus…» Sem bem saber, sequer, porque o dizia. E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!» Na cama em que jazia, De joelhos me pus E as mãos erguia. Comigo repetia: «Meu Jesus…» Que então me recordei do santo dia. E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!» Ai dias de Natal a transbordar de luz, Onde a vossa alegria? Todo o dia eu gemia: «Meu Jesus…» E a tarde descaiu, lenta e sombria. E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!» De novo a noite, longa, escura, fria, Sobre a terra caiu, como um capuz Que a engolia. Deitando-me de novo, eu disse: «Meu Jesus…» E assim, mais uma vez, Jesus nascia." José Régio