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A mostrar mensagens de março, 2013

Manhã da Resurreição

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  Os discípulos Pedro e João correm para o Sepulcro na manhã da Ressurreição Eugène Brunand (1898) óleo sobre tela (83cm x 135 cm) Musée d'Orsay  Paris

Homilia do Domingo de Páscoa

Porque procurais entre os mortos aquele que está vivo?

Com a ajuda preciosa do Padre Gonçalo Portocarrero de Almada desejo-vos uma Santa Páscoa Um abraço do Pedro Aguiar Pinto

O misterioso caso do sepulcro vazio

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Gonçalo Portocarrero de Almada, ionline 30 Mar 2013 O mais famoso enigma policial mundial Hércule Poirot alisou o bigode e fez cara de caso e, valha a redundância, o caso não era para menos. Sentados à sua volta estavam, entre outros, os melhores detectives de todos os tempos: Sherlock Holmes, na companhia do indefectível Dr. Watson, Miss Marple, Arsène Lupin e ainda – pasme-se! – o Padre Brown. Poirot levantou-se, pigarreou e disse: - Madame, messieurs. Estamos aqui para resolver o maior enigma da história da humanidade. O único caso que nenhum detective, até hoje, conseguiu resolver pela razão e que só as célulazinhas cinzentas de todos nós poderão solucionar: o misterioso caso do sepulcro vazio! Feita esta introdução, naquele tom cerimonioso e um pouco pedante que era próprio do detective belga, o inspector Japp deu a conhecer o caso: um homem, de pouco mais de trinta anos, fora morto e sepultado, tendo sido depois colocados guardas à entrada do sepulcro. Ao terceiro dia, sem

Homília do Santo Padre Francisco na vigília pascal

VIGÍLIA PASCAL NA NOITE SANTA HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO Basílica Vaticana Sábado Santo, 30 de março de 2013 Amados irmãos e irmãs! 1. No Evangelho desta noite luminosa da Vigília Pascal, encontramos em primeiro lugar as mulheres que vão ao sepulcro de Jesus levando perfumes para ungir o corpo d'Ele (cf. Lc 24, 1-3). Vão cumprir um gesto de piedade, de afeto, de amor, um gesto tradicionalmente feito a um ente querido falecido, como fazemos nós também. Elas tinham seguido Jesus, ouviram-No, sentiram-se compreendidas na sua dignidade e acompanharam-No até ao fim no Calvário e ao momento da descida do seu corpo da cruz. Podemos imaginar os sentimentos delas enquanto caminham para o túmulo: tanta tristeza, tanta pena porque Jesus as deixara; morreu, a sua história terminou. Agora se tornava à vida que levavam antes. Contudo, nas mulheres, continuava o amor, e foi o amor por Jesus que as impelira a irem ao sepulcro. Mas, chegadas lá, verificam algo totalmente inesperado,

Homilia da Vigília Pascal

O blog do Povo faz hoje 5 anos

Faz hoje 5 anos que o Povo passou a residir também em forma de blog . Este post comemorativo lembra o que eram as nossas preocupações há 5 anos – o dossier quente era a facilitação do divórcio por via de um projecto-lei do governo Sócrates. Já na altura estávamos adormecidos. O regresso à memória destes tempos ainda só fala dos prejuízos materiais. Será difícil trazer à memória os prejuízos morais. Na escuridão de Sábado Santo tenderemos a dizer que os "fracturantes avanços civilizacionais" – aborto, educação sexual nas escolas, divórcio na hora, casamento entre pessoas do mesmo sexo, … - dificilmente serão recuperados. Porém, este é também o dia em que nasce a esperança. Pedro Aguiar Pinto

Sábado Santo: vivendo no limiar

29 de Março de 2013 Bruce Epperly http://www.patheos.com/blogs/livingaholyadventure/ Sábado Santo é um dia em que nada acontece, nada é garantido e nada se espera. É o dia em que Jesus está morto no túmulo, é um dia enquadrado pela angústia de Sexta-Feira Santa e a celebração da Páscoa. Sábado Santo é um dia entre, um tempo entre o desespero e a esperança quer para os primeiros discípulos de Jesus quer para nós. É claro que nenhum dos discípulos de Jesus esperava a ressurreição. Talvez imaginassem uma restauração divina no fim da história, mas não no meio do tempo. Jesus estava morto e teriam que esperar a revelação do Reino de Deus para o encontrarem outra vez. Sábado Santo é o abismo: é a experiência da negação, se o nada pode ser experimentado, o abismo sem imagens do não conhecer, o vale de lágrimas sem esperança de cura. No Sábado Santo não há garantias de que a vida será melhor, que a doença será curadas, que a criança perdida volte a casa, que a esperança regresse

O primeiro post do Povo há 5 anos

O projecto-lei que o PS se prepara para apresentar, "simplificando" o processo de divórcio foi alvo nos últimos dias de vários comentários. Parece-me útil estarmos preparados para mais este debate que irá agitar a sociedade portuguesa (se não estivermos já todos adormecidos). Seleccionei vários artigos que me pareceram úteis, mesmo que não sendo totalmente coincidente com os pontos de vista de alguns. De modo a não inundar a vossa caixa de correio, aproveitei a circunstância, também favorecida por um fim de semana mais sossegado, para dar início a uma ideia que já bulia há muito tempo. Criei um blog http://o-povo.blogspot.com/ onde as mensagens do Povo também passarão a residir; além disso, poderei, tal como faço agora, colocar lá outros textos ou artigos que poderei ou não sinalizar no Povo. O tempo dirá como tudo irá acontecer. Para já, sobre esta questão, são estes os artigos que poderão ler carregando nas respectivas hiperligações: O novo casamento Vasco

Ouvir

Inês Teotónio Pereira , ionline em 30 Mar 2013 O nosso objectivo como pais é o mesmo que o dos Jesuítas: evangelizar os nossos filhos, ou seja, educá-los, segundo a linguagem parental Uma das coisas que faz que os Jesuítas sejam diferentes é a sua capacidade para ouvir. Qualquer sacerdote jesuíta é um especialista nato nesta arte. Eles acumulam quinhentos anos de audições consecutivas, foram centenas de anos a ouvir de tudo em várias línguas e em todo o mundo. A técnica é simples: ouvir, ouvir e ouvir com toda a paciência, ganhar assim confiança e depois, pumba, evangelizar. O plano tem mostrado eficácia: só S. Francisco de Xavier evangelizou tanta gente quanto S. Paulo himself. A lógica é nunca fazer juízos de valor. Ouve-se sem julgar. Ouve-se mais do que se fala. Faz-se uma pergunta ou outra, tal e qual a dialéctica socrática, e encaminha-se a pessoa para chegar às mesmas conclusões, a concordar connosco. Mas através do seu próprio raciocínio, dando apenas um empurrãozinho ou o

A dureza da fé

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José Luís Nunes Martins, ionline 30 Mar 2013 Quase sempre se reza num vazio, sem luz e num silêncio próprio de um deserto, onde praticamente nada se vê, ou se deixa ouvir. Esta ausência de resposta acaba por alimentar muitas vezes o temor de que possamos estar, afinal, absolutamente sós. Mas cuidarmos do bem de alguém não implica estarmos onde essa pessoa nos possa ver ou ouvir... Cuidar do maior bem de alguém não passa por lhe falar constantemente. A fé é a certeza convicta do que não se vê – mas é também a base da desconfiança que faz tremer a terra que nos segura os pés. Nunca foi, nem será, uma apólice contra todas as dúvidas, desgostos e sofrimentos. A fé faz com que se sinta, sem sentir, como que... um sopro na face... e com ele se aprende que existem forças que não se veem... outras, mais fortes ainda, nem se sentem. O vento, tal como o amor, não se conhece senão pelo que faz. Nunca ninguém o viu, mas também nunca ninguém o pôs em causa. Só se ama em silêncio. Mesmo qu

Górgias na RTP

João Miguel Tavares ´Público, 29/03/2013 VÍTOR - Diz-me, Sócrates, por que decidiste colocar um fim ao teu silêncio? SÓCRATES - Acaso um homem não tem o direito de falar, Vítor? Todas as coisas têm o seu tempo. Há tempo para calar, e há tempo para falar. Este é o tempo para falar. VÍTOR - Dizes bem, Sócrates. E é admirável ouvir da tua boca o sétimo versículo do terceiro capítulo do Eclesiastes, sobretudo porque isto é a Grécia e tu estás a citar a cultura hebraica. Mas todos sabemos que tu não és ateniense nem grego, mas um cidadão do mundo. SÓCRATES - Assim é, Vítor. VÍTOR - Responde então, Sócrates, a esta questão: é também este um tempo para a guerra e um tempo para o ódio, como está escrito no versículo seguinte? SÓCRATES - Espera um pouco, Vítor, que já vou falar do Presidente da República. Antes disso, como homem sábio que és, suponho que já terás escutado a narrativa dos meus adversários, que me querem atribuir todas as culpas pelo estado do país. Esta narrativa - e

Não esqueceu nada. Não aprendeu nada

José Manuel Fernandes Público 29/03/2013 O espectáculo de Sócrates é mais próprio de um circo do que de uma ágora, e a sua mensagem política falha o essencial O mundo não é um estúdio de televisão. Portugal também não. Felizmente. Mas José Sócrates parece não o ter ainda descoberto. Por isso quarta-feira, o dia do seu anunciado regresso, foi também um dia revelador. Porque, para quem tivesse dúvidas, ficou claro que ao antigo primeiro-ministro se aplica como uma luva o comentário que Napoleão fez sobre os Bourbons: "Não esqueceram nada e não aprenderam nada." Talvez não fosse preciso dizer mais nada. O político combativo, o "animal feroz", voltou para nos recordar como nunca é capaz de admitir que errou ou de perdoar. Também nos recordou como se pode ser malcriado e arrogante, como se constrói todo um discurso baseado num permanente extremar de posições, na constante instrumentalização dos números e na redução da realidade a um retrato a preto e branco em que

José Ribeiro e Castro em entrevista ao i. “Esta União Europeia não presta”

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Ana Sá Lopes, i-online em 29 Mar 2013 Ribeiro e Castro defende a destituição do presidente do Eurogrupo depois do caso dos depósitos de Chipre Existem os românticos à moda antiga e os democratas-cristãos à moda antiga. José Ribeiro e Castro faz parte deste grupo, cada vez mais raro no espaço europeu – e que, juntamente com os sociais-democratas, foi responsável pela criação do modelo do Estado social europeu. Talvez seja por isso que muitas das opiniões defendidas por Ribeiro e Castro sobre a questão europeia parecem vindas de outro mundo, no que à direita mainstream diz agora respeito, principalmente quando está no poder. Ribeiro e Castro limita-se agora a ser deputado – Paulo Portas convidou-o para as listas, assinando um tratado de paz entre ambos. As relações entre os dois tinham-se estragado quando Ribeiro e Castro liderava o partido a partir de Estrasburgo – era deputado europeu nessa altura – e tinha um grupo parlamentar fidelíssimo a Paulo Portas, que foi seu antecessor e

Homilia da Paixão do Senhor

Cristo morto

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Cristo morto Andrea Mantegna (1464-1500) Têmpera sobre tela 66x81 cm Pinacoteca de Brera. Milão

Páscoa

DESTAK | 27 | 03 | 2013   21.55H João César das Neves | naohaalmocosgratis@ucp.pt Celebrar a Páscoa num momento de grande angústia e sofrimento nacional tem um significado muito especial. Porque a Páscoa é a vitória do mal sobre o bem que, depois de consumada, se transforma na apoteose do bem, sem prejudicar aqueles que fizeram o mal. Cristo morreu e ressuscitou e, depois de ressuscitado, não se vingou de Caifás, Pilatos ou Herodes, e até converteu o perseguidor Saulo no mais influente dos Apóstolos. O Senhor ressuscitado vence a morte sem destruir os assassinos. Esta é a prova definitiva do poder do bem. Não porque o bem vence o mal, mas porque o bem, depois de vencido pelo mal, ressurge numa forma que o mal nunca mais poderá atingir, e convida o mal a ser bom. Por isso nesta Páscoa de grande angústia e sofrimento nacional, o Senhor ressuscitado nos oferece um novo Papa que nos diz: «Não cedamos jamais ao pessimismo, a esta amargura que o diabo nos oferece cada dia; não ceda

Acompanhando Jesus pela Via Sacra de Jerusalém

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http://revculturalfamilia.blogspot.pt/ , 28-mar-2013 A Via Sacra ‒ também conhecida como Via Crucis, Estações da Cruz ou Via Dolorosa ‒ é uma devoção que consiste numa peregrinação feita em oração e ajudada por uma série de quadros ou imagens que representam cenas da Paixão de Cristo. A Via Sacra mais conhecida hoje é a rezada no Coliseu de Roma, na Sexta-Feira santa, com a participação do próprio Papa. As imagens representando as cenas da Paixão podem ser de pedra, madeira ou metal, pinturas ou gravuras. Elas estão dispostas a intervalos nas paredes ou nas colunas da igreja. Mas, às vezes podem se encontrar ao ar livre, especialmente nas estradas que conduzem a uma igreja ou santuário. Uma Via Sacra muito conhecida é a do santuário de Lourdes, França. Nos mosteiros as imagens são muitas vezes colocadas nos claustros. O exercício da Via Sacra consiste em que os fiéis percorram espiritualmente o percurso de Jesus carregando a Cruz desde o Pretório de Pilatos até o monte Calvário, me

As sete palavras de Jesus na cruz

As Sete Palavras

Homilia do Santo Padre Francisco na Santa Missa da Ceia do Senhor

SANTA MISSA NA CEIA DO SENHOR H OMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO Cárcere para Menores "Casal del Marmo" em Roma Quinta-feira Santa, 28 de março de 2013 Isto é comovente: Jesus lava os pés dos seus discípulos. Pedro não compreendia nada, rejeitava. Mas Jesus lhe explicou. Jesus – Deus – agiu deste modo! O próprio Jesus explica aos discípulos: «Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz» (Jo 13, 12-15). É o exemplo do Senhor: Ele é o mais importante e lava os pés, porque entre nós aquele que está mais elevado deve estar ao serviço dos outros. E isto é um símbolo, um sinal, não é verdade? Lavar os pés significa: "eu estou ao teu serviço". E também nós, entre nós, não é que isto signifique de devamos lavar os pés todos os dias uns dos outros, mas qual

Homilia do Santo Padre Francisco na Missa Crismal

SANTA MISSA CRISMAL H OMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO Basílica Vaticana Quinta-feira Santa, 28 de março de 2013 Amados irmãos e irmãs, Com alegria, celebro pela primeira vez a Missa Crismal como Bispo de Roma. Saúdo com afecto a todos vós, especialmente aos amados sacerdotes que hoje recordam, como eu, o dia da Ordenação. As Leituras e o Salmo falam-nos dos «Ungidos»: o Servo de Javé referido por Isaías, o rei David e Jesus nosso Senhor. Nos três, aparece um dado comum: a unção recebida destina-se ao povo fiel de Deus, de quem são servidores; a sua unção «é para» os pobres, os presos, os oprimidos… Encontramos uma imagem muito bela de que o santo crisma «é para» no Salmo 133: «É como óleo perfumado derramado sobre a cabeça, a escorrer pela barba, a barba de Aarão, a escorrer até à orla das suas vestes» (v. 2). Este óleo derramado, que escorre pela barba de Aarão até à orla das suas vestes, é imagem da unção sacerdotal, que, por intermédio do Ungido, chega até aos confins do univ