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A mostrar mensagens de janeiro, 2011

Maternidade de substituição - um retrocesso civilizacional

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A má educação

João Pereira Coutinho, CM2011-01-30 Quando o assunto é a educação dos filhos, qualquer pai só tem uma pergunta: a escola é boa ou má? Não entra no cálculo se a escola é estatal ou privada; basta-lhe que seja pública, ou seja, que ele tenha acesso a ela gratuitamente. Este raciocínio básico devia orientar a nossa política de educação: permitir a escolha dos pais de acordo com a qualidade das escolas. Infelizmente, o raciocínio não entra na cabeça dura do governo. Para a dra. Alçada, as escolas privadas com contratos de associação são demasiado caras; e, além disso, existem escolas estatais às moscas na mesma área das privadas. Tudo muito certo. Pena que a ministra não tenha esclarecido dois pontos: primeiro, quanto custam as escolas estatais por comparação com as privadas; e, segundo, por que raio se mantêm abertas escolas estatais às moscas quando existem as privadas que fazem o mesmo trabalho com assinalável sucesso. Reduzir todo o ensino a uma coutada estatal é condenar gerações de

Liberdade religiosa em Granada?!?

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Obligan a una maestra de Granada a retirar una cruz de su departamento de religión por considerarla “ofensiva” La maestra de religión de un colegio de Granada, Susana Fernández de Córdoba, fue obligada por dos colegas de ciencias sociales a retirar la cruz y la imagen de la Virgen de la Cabeza de la oficina que compartían por considerarlas ofensivas. El hecho ocurrió este mes en el Instituto de Educación Secundaria Al-Zujayr, en Zújar (Granada), en el departamento de religión, donde dos profesores de sociales exigieron a Fernández dejar sus creencias fuera de la escuela. “Quito la Cruz, pero por vuestra libertad yo pierdo mis derechos”, respondió la maestra. El también profesor de religión, Carlos Valle, dijo que “el agravante de este hecho es que se trata del departamento de religión. Si no se puede tener un crucifijo ni siquiera en el departamento de religión, ¿qué será lo siguiente en prohibirnos?” La maestra recibió el respaldo de los obispos de Andalucía, de los alumnos y de los p

Santo e um homem normal

Santo e um homem normal Aura Miguel RR on-line 28-01-2011 10:12 “O mundo precisa muito da santidade de João Paulo II”. Terá sido este o comentário de Bento XVI ao anunciar ao actual arcebispo de Cracóvia a beatificação do Papa polaco. Quem o conheceu garante isso mesmo: Wojtyla era um homem fora de série! Mas era assim, porque era um homem normal!... Wojtyla foi um brilhante actor de teatro, foi operário fabril, praticou desporto, tinha imenso sentido de humor e, ao mesmo tempo, era profundo, corajoso e grande devoto de Nossa Senhora. Sabia muito bem aquilo o que queria, arriscou tudo ao enfrentar os regimes totalitários e, sobretudo, ao pedir ao mundo para abrir as portas a Cristo. Mas fê-lo com uma tão grande humanidade que tudo nele parecia normal, evidente… Como se fosse fácil ser assim como ele, santo! A afluência de multidão que já se prevê para o próximo dia 1 de Maio em Roma é a prova disto mesmo: que todos queremos, afinal, em nós, uma centelha desta humanidade tão atracti

Afinal Senhora Ministra da Educação quem mente e quem manipula?

D.AntonioMarcelinoAfinalSraMinistraQuemMenteEQuemManipula_20110127

28 de Janeiro - S. Tomás de Aquino

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  Triunfo de S. Tomás de Aquino sobre os heréticos Fillipino Lippi 1489-91 Fresco Santa Maria sopra Minerva, Roma

"Talvez fiquemos agora entendidos"

Público 20110127 Helena Matos Como diria o dr. Mário Soares, talvez fiquemos agora entendidos sobre as diferenças desta campanha presidencial "E XPRESSO - A pergunta é a seguinte: há informações de que o dr. Soares conhecia o polémico fax, alegadamente incriminatório para o eng. Melancia [governador de Macau], antes de ser publicado na imprensa... Mário Soares - Não é exacto. Tudo o que conheço da matéria foi o que li nos jornais. EXP. - O próprio dr. Almeida Santos ter-lhe-ia entregue uma cópia... M.S. - Não é exacto. Aliás, não vi que ele tivesse feito em parte nenhuma tal afirmação e não acredito que a tivesse feito. É outra pergunta inquinada. EXP. - Não confirma que conhecia o caso antes de vir a público? M.S. - Não confirmo. Acho que estão a fazer-me perguntas que considero impertinentes. Os senhores não são polícias, embora pareça que gostam de se comportar como tal. EXP. - No caso provável de continuar como Presidente, que governador vai nomear para Macau? Um

FMI

DESTAK |26 | 01 | 2011   20.14H João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt Toda a gente sabe que o principal perigo que Portugal enfrenta é o FMI. Se cairmos nas suas mãos estaremos perdidos. Se é assim tão horrível, porque não tentar influenciá-lo a nosso favor? A nossa diplomacia podia usar os seus contactos junto dos países sócios da instituição para conseguir alguma ajuda. Existe pelo menos um dos membros mais antigos do FMI, participante há precisamente 50 anos, que será bastante favorável às nossas posições: Portugal. Isto mostra a tolice do que se diz por aí. O FMI não é um papão internacional, mas uma organização criada em 1944, na célebre reunião de Bretton Woods, com o único propósito de ajudar países em dificuldades financeiras. Portugal não só não é vítima do Fundo, mas um dos sócios, tendo aderido em 1960. Mais, somos lá famosos por termos protagonizado dois dos maiores sucessos da sua longa história. Os nossos acordos assinados em Maio de 1978 e Outubro de 19

Musical Wojtyla na SIC

O nó cego

Público, 24.01.2011 António Barreto O Presidente eleito não vai ter surpresas. Já sabe que país tem e o estado em que se encontra. O Governo e os partidos também não. Sabem o que têm e o que fizeram. E sobretudo o que adiaram. Surpresas, a breve prazo, talvez as tenham os cidadãos. O nó cego na vida política portuguesa e o impasse na actividade económica e na situação financeira exigem acção. Depois de cinco anos de adiamento e de agravamento, após quase dois anos de suspensão e azedume, já não é mais possível fazer de conta, protestar de modo impotente ou olhar para o lado. O que se segue a esta eleição de calendário não é previsível. Grande remodelação? Coligação tardia? Demissão do Governo? Dissolução do Parlamento? Iniciativa presidencial? Novas eleições? Novos pacotes de austeridade? Chegada do FMI e do Fundo Europeu? Nova intervenção política da Alemanha e da União Europeia? Tudo pode acontecer. Os dirigentes políticos nacionais já quase não são mestres da sua decisão. As gr

25 de Janeiro - Conversão de S. Paulo

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  A conversão de São Paulo, a caminho de Damasco   Michelangelo Merisi da Caravaggio 1600-1601 Óleo sobre tela Expression error: Missing operand for * 230 × 175 cm (90.55 × 68.9 in) Cerasi Chapel, Santa Maria del Popolo Rome

Comunicado de imprensa - Apresentação do livro O Sentido Religioso

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Comunicado de imprensa Apresentação do livro de don Giussani O sentido religioso com o Padre Julián Carrón em Milão e em vídeo directa com 180 cidades italianas Comunhão e Libertação e a editora Rizzoli organizam para quarta-feira 26 de Janeiro 2011 , às 21H30 , no Palasharp de Milão , a apresentação do livro de don Luigi Giussani (1922−2005) O sentido religioso , por ocasião da nova edição da Rizzoli. Intervém o Padre Julián Carrón , Presidente da Fraternidade de CL. É a primeira vez que a apresentação de um livro acontece em simultâneo por toda a Itália. Serão, de facto, mais de 180 as cidades que poderão seguir em directo via satélite a apresentação milanesa do Padre Carrón. Calcula-se que, para além dos 8.000 presentes no Palasharp, pelo menos 50.000 pessoas participem no evento. Para todo o ano 2011 O sentido religioso será o texto da «Escola de comunidade», a catequese semanal dos aderentes ao movimento, jovens e adultos, em todo o mundo. Traduzido em 19 línguas, O sen

Frase do dia

Na ausência de justiça, o que é a soberania senão o roubo organizado? Santo Agostinho

Mensagem do Papa Bento XVI para o 45º dia mundial das comunicações sociais

Convido sobretudo os jovens a fazerem bom uso da sua presença no areópago digital. Renovo-lhes o convite para o encontro comigo na próxima Jornada Mundial da Juventude em Madrid, cuja preparação muito deve às vantagens das novas tecnologias. Diacomunicasociais

Os cortesãos cegos

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN 2011-01-24 Vivemos numa sociedade oficialmente livre-pensadora, sem tabus, preconceitos ou dogmas. Estão criadas as condições para os tabus mais acéfalos, preconceitos mais avassaladores, dogmas mais totalitários, por não existir sequer a disposição para reconhecer essa possibilidade. Um dos contos mais geniais da literatura revela onde pode chegar a cegueira ideológica. Publicado na colectânea medieval espanhola El Conde de Lucanor de 1335 (Enxemplo XXXII - de lo que contesció a un Rey con los burladores que ficieron el paño), foi vulgarizado por Hans Christian Andersen como As Roupas Novas do Imperador (Kejserens nye Klæder) em 1837. Os cortesãos, a quem foi dito que o tecido do traje do imperador é invisível a quem não é filho de seu pai, estão dispostos a exaltar a beleza das vestes, sem conseguirem admitir que o rei vai nu. Sintomaticamente, na versão de Andersen, quem não vê as roupas é estúpido ou incompetente, mas na Idade Média interessava mais a famíli

A Agenda Europa

Zita Seabra, 2011.01.23 Abolir as raízes cristãs da sociedade europeia é um atentado cultural mas é também alinhar com a perseguição que se abate sobre os cristãos que são hoje as maiores vítimas das perseguições do Mundo. A Agenda da UE teve este ano uma importante novidade: a referência no calendário anual das festas religiosas de diversas religiões, excluindo as datas de referência do cristianismo. Nem Natal, nem Páscoa! O dia 25 de Dezembro é tão-só o dia 25 de Dezembro Os factos são conhecidos. A Comissão Europeia mandou imprimir três milhões de agendas para oferecer a outros tantos alunos e professores de escolas dos países que compõem a União Europeia. Esta agenda, cheia de informações, teve este ano uma importante novidade: a referência no calendário anual das festas religiosas de diversas religiões, excluindo as datas de referência do cristianismo. Nem Natal, nem Páscoa! O dia 25 de Dezembro é tão-só o dia 25 de Dezembro. Numa Europa berço da civilização ocidental, filha direc

Grupo de leitura "Amor e Responsabilidade"

GrupoAR

Confundir para reinar

Aura Miguel RR on-line 21-01-2011 07:50 A estratégia não é de agora e foi alvo de denúncias há mais de 15 anos pela Santa Sé. Em causa, a tentativa (bem sucedida) por parte de alguns ‘lobbies’ feministas e ‘gays’ em mudar, ao nível das legislações mundiais, algumas palavras de significado claro, por outras mais ambíguas. Por exemplo, em vez de “sexo”, passar a usar-se a palavra “género”. Subjacente está a tentativa de eliminar as diferenças entre homem e mulher, considerando-as um mero condicionamento sócio-cultural. “Sexo” é uma palavra que sublinha a diferença entre homem e mulher, enquanto “género” é muito mais abrangente, porque em vez de apenas dois tipos – feminino e masculino – a nova expressão da moda abrange cinco: feminino, masculino, homossexual feminino, homossexual masculino e híbrido. Em Portugal, a esquerda rasga as suas vestes por a nossa Constituição (escândalo dos escândalos…!) ainda usar a palavra sexo… e propõe uma nova formulação do artº 13º para se eliminar, de

ESCLARECIMENTO SOBRE A "APOLOGIA DO VOTO INÚTIL"

A recente publicação do texto ”Apologia do voto inútil”, no passado dia 17, obriga-me a prestar o seguinte esclarecimento: 1. Como claramente se afirma neste artigo, bem como no publicado na véspera na “Voz da Verdade”, o voto numa candidatura ideologicamente contrária à doutrina da Igreja - como seriam, por exemplo, o nazismo ou o comunismo - é, para um cristão, ilícita, por uma questão da mais elementar coerência. Mas, a votação numa candidatura que se assuma como representativa de valores compatíveis com o ideário cristão, é moralmente legítima para os católicos. 2. Contudo, a opção dos eleitores não se reduz à escolha de uma candidatura, pois também se pode realizar através de outras formas legítimas de participação cívica. Com efeito, muito embora todos os cidadãos e todos os cristãos estejam chamados a cumprir com o seu dever cívico no próximo dia 23, ninguém está moralmente obrigado a votar num dos candidatos, sobretudo se entender, como é legítimo que entenda, que não estão reu

Presidenciais e voto católico

Público, 2011-01-21  António Pinheiro Torres É por reconhecer que tal eleitorado existe que diversas candidaturas vêm, de forma mais directa ou não, apelando ao voto Conforme muitas e credenciadas vozes vêm afirmando, não se pode dizer que exista um eleitorado, ou um voto, católico, nem sequer simplesmente cristão, se por essa designação entendermos uma expressão eleitoral unitária de quem se afirma como sendo parte dessa confissão religiosa: ao longo dos anos e em Portugal ,os católicos exprimem-se em diferentes partidos e votam por diversas opções. Se atendermos aos resultados eleitorais, pode mesmo duvidar-se se muitos dos cristãos se darão ao trabalho de confrontar a sua escolha política com os princípios da sua fé (conforme a hierarquia da Igreja católica e algumas iniciativas de leigos sempre convidam nas vésperas de qualquer acto eleitoral) ... Este facto, porém, não contradiz que dentro desse eleitorado que professa o cristianismo, ou no quadro mais amplo, e abrangendo quem

21 de Janeiro - Santa Inês

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  O milagre de Santa Inês (detalhe) Tintoretto ca. 1577 óleo sobre tela Madonna dell' Orto Veneza

Esquerda propõe trocar "raça" e "sexo" por "etnia" e "género"

A propósito desta notícia como muito bem assinala  “O Carteiro” é importante ler a “ Carta aos Bispos da igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo ” escrita em 2004 pelo então Perfeito e Secretário da Congregação para a doutrina da Fé (Cardeal Ratzinger e Arcebispo Amato) e aprovada pelo Papa João Paulo II. …. Nestes últimos anos têm-se delineado novas tendências na abordagem do tema da mulher. Uma primeira tendência sublinha fortemente a condição de subordinação da mulher, procurando criar uma atitude de contestação. A mulher, para ser ela mesma, apresenta-se como antagónica do homem. Aos abusos de poder, responde com uma estratégia de busca do poder. Um tal processo leva a uma rivalidade entre os sexos, onde a identidade e o papel de um são assumidos em prejuízo do outro, com a consequência de introduzir na antropologia uma perniciosa confusão, que tem o seu revés mais imediato e nefasto na estrutura da família. Uma segunda tendência emerge no sul

20 de Janeiro - S. Sebastião

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  Martírio de S. Sebastião Antonio Pollaiolo  1475 Óleo sobre choupo 291.5 x 202.6 cm The National Gallery Londres

Os bons velhos tempos

Público 20110120 Helena Matos Como é óbvio, os portugueses não viviam melhor há 40 anos. Há 40 anos os portugueses viviam com o que tinham Um grupo de empresários resolveu patrocinar um projecto designado Farol do qual fazia parte um inquérito aos portugueses. O resultado do inquérito foi aparentemente inesperado: 46 por cento dos inquiridos consideraram o actual cenário económico e social pior, ou muito pior, do que aquele que se registava há 40 anos, ou seja, antes do 25 de Abril; 74 por cento acha que o Estado deve contribuir sempre para a competitividade e o desenvolvimento de Portugal; e mais de metade, 54 por cento, diz que não estaria disposto a lançar um negócio próprio. Ou seja, de repente estava diante de nós um país que, tal como há 40 anos, parece continuar a não dar valor à liberdade política, que acha que o Estado deve ter um papel activo na economia e em que, para cúmulo, até o passar a ser patrão de si mesmo deixou de ser, como foi há 40 anos, um sonho de ascensão soc

Petição contra o aborto no aniversário do referendo 2007

Caros amigos: no próximo dia 11 de Fevereiro ocorre o 4º aniversário do segundo referendo do aborto. Estamos a preparar várias acções para assinalar a data, denunciar o escândalo desta lei (ver os números, quase 60 mil neste momento, 53 por dia desde o inicio da lei!, em: http://www.federacao-vida.com.pt/estudos/index.htm ) e afirmar bem alto o Direito à Vida de todos os seres humanos. Entre essas acções pretendemos uma que consiste na entrega na Assembleia da República de uma Petição que pode depois ser retomada por deputados como os que nos vem acompanhando nestes tempos e no próprio plenário do hemiciclo provocar esta discussão e iniciativas legislativas condizentes. Para isso precisamos de reunir entre 4 e 5 mil assinaturas nas três semanas que nos separam da data uma vez que a iniciativa e a data nos proporcionam uma ocasião mediática que permite a questão salte para a discussão pública. Depende de cada um que tal suceda. A Petição está em: http://www.petica

Frase do dia

Cínico é aquele que sabe o preço de tudo mas não sabe o valor de nada Oscar Wilde

Disconnect to connect

Olhar o passado

Raquel Abecasis RR on-line 17-01-2011 08:20 Nos últimos dias encontrei dois exemplos antagónicos de lidar com a crise, que merecem ser contados. A meio da semana, um homem de quarenta e poucos anos, com fracas habilitações e especializado em arranjos caseiros queixava-se de lhe ter sido retirado o subsídio de desemprego. Perante este cenário, a reacção foi: "E agora não sei como é que eles querem resolver a situação”. A possibilidade de aceitar um trabalho, ainda que não remunerado de acordo com os antigos critérios ou com um contracto seguro, estava para este homem liminarmente afastada. Poucos dias depois, outra pessoa comentava que quem agora fala de crise não sabe o que foi há 35 anos perder toda uma vida construída em Africa e recomeçar do zero num país longínquo. Para essa pessoa, a crise de que agora falamos é uma crise relativa. Nestes dias, como nos anos 70, temos muito a aprender com estas pessoas que com a sua coragem e determinação ajudaram a reconstruir Portugal. P

Apologia do voto inútil

Público 2011.01.17  Gonçalo Portocarrero de Almada O voto numa candidatura sem possibilidades reais de vitória ou a abstenção afiguram-se ser as opções mais coerentes Em tempos de eleições presidenciais, legislativas ou autárquicas, é recorrente o recurso ao argumento do voto útil. Na gíria política, entende-se por voto útil a escolha do candidato ou do partido que, mesmo não reunindo as condições que o eleitor desejaria sufragar, é, no entanto, o menos mau dos candidatos com hipóteses de ganhar. Na perspectiva eleitoral, o voto num partido ou candidato que nunca poderá vencer é sempre um voto perdido ou, pior ainda, um voto nas candidaturas que ficariam beneficiadas com a inutilidade prática desse voto idealista. À medida que se aproxima um acto eleitoral, esfumam-se os axiomas éticos e os princípios, que cedem o seu lugar à pressão das sondagens e das conveniências do momento, quase sempre apresentadas como inadiáveis exigências de salvação nacional. À conta desses pretensos impera

A geração da crise

DN 2011-01-17 JOÃO CÉSAR DAS NEVES Pela primeira vez, há mais de 50 anos, Portugal terá uma geração a viver pior que a anterior." Esta é uma frase que, com algumas variantes, ouvimos frequentemente. Pode até ser o chavão da crise, que se assume como estrutural. É bom notar que nos últimos 50 anos nunca se disse que as gerações viviam melhor que as anteriores. O que se ouvia eram queixas, lamentos, protestos. Agora, que supostamente se perdeu aquilo que é tão precioso, finalmente notamos a sua existência. Mas como é que se sabe isto? Qual o fundamento para uma afirmação tão clara e dramática? Uma geração abarca muito tempo e, formulada assim, esta conclusão tem consequências vastas e abrangentes. Será mesmo verdade que o que sabemos nos permite conclusões sobre a dinâmica geracional? De facto a frase não resiste a inspecção detalhada. Começa logo por se basear no conceito vago e indefinido de "geração". Depois nem sequer clarifica se a comparação é com a actual, a an

VOTAR EM CONSCIÊNCIA

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada A Voz da Verdade, 2011-01-16 Os católicos têm a mais absoluta liberdade de voto, pois só em circunstâncias de excepcional gravidade a Igreja, através da voz autorizada da sua hierarquia, pode exigir aos seus fiéis que exerçam esse direito de uma forma concreta. Mas não sendo este o caso, na medida em que o episcopado não se pronunciou nesse sentido, cada cidadão cristão está chamado a decidir, em consciência, a modalidade da sua participação no próximo acto eleitoral. Que a Igreja respeite a liberdade política dos seus crentes não quer dizer que esta decisão não tenha relevância moral, nem que seja indiferente votar ou não e, votando, apoiar qualquer candidato ou partido. Muito pelo contrário. Os cristãos também têm toda a liberdade matrimonial e profissional, mas a escolha do cônjuge ou do ofício não são indiferentes, como também a prática laboral ou a vivência conjugal se devem pautar por exigências éticas. E casos haverá em que determinadas situaç