O Insuportável dia de Todos-os-Santos - 3ª Estratégia: OS SUPER SANTOS


Sempre que os humanos - com as suas projecções - idealizam os santos, isso deve deixar-nos verdadeiramente satisfeitos. Sempre que, em pinturas ou esculturas, em filmes ou biografias, exageram as qualidades humanas e espirituais dos santos e omitem todo o tipo de sombras, lutas e dificuldades que tiveram, isso dá um efeito espantoso! A ingenuidade dos humanos é tal que, ao representar os santos dessa maneira, não percebem que, em vez de embelezar e oferecer um modelo a si próprios, estão a inventar alguém que nunca existiu; e essa é a melhor forma de criar dois mundos aparentemente afastados: o dos santos e o dos humanos. 
Não é preciso um esforço imenso para que os humanos se convençam de que nada têm a ver com aquela gente. Aliás, o supra-sumo disto é quando os mantemos na ilusão de que os santos nasceram santos, ou tiveram uma conversão repentina e nunca tiveram que subir a longa escada da santidade! Isso é hilariante; e tem efeitos admiráveis. Qualquer humano fica esmagado pela frustração e pela culpa, ao pensar que é o único que se bate com aquelas tentações ou limitações; e que nunca será capaz de chegar a Deus. Pelo contrário, se condescendermos em que seja mostrada qualquer debilidade ou fragilidade que seja dos santos, é dar oportunidade a que essa gentinha humana se identifique e encontre neles alguma pista para o seu crescimento. Isso é arriscado demais: seria catastrófico para nós!

Para perceber do que se trata leia a introdução

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