Amor

Ontem foi dia de São Valentim.
Juntamente com os santos populares e  talvez daqui a uns anos com S. Nicolau formam um grupo de santos cuja popularidade transborda para a sociedade descristianizada em que vivemos.
Há vários Sãos Valentins, mártires dos primeiros séculos, mas embora S. Valentim cujo dia se celebra a 14 de Fevereiro, permaneça na lista dos santos, a sua celebração foi retirada do calendário litúrgico dada a escassez de informação acerca da sua vida. A origem do dia de S. Valentim está em Inglaterra em meados do século XVIII, incorporando várias lendas medievais acerca do santo e associando-o ao amor romântico. A festa de S. Valentim permanece na Igreja Anglicana.
Como dia dos namorados chegou também a Portugal há uns anos, vindo dos Estados Unidos.
Ontem, vi com espanto um anúncio da Vodafone - visualmente bem feito - em que um casal se despede dizendo ela que hoje não janta. Arranjam-se para sair, saem de casa sem sequer se olharem, apressados e cada um para seu lado. Ela envia um SMS provocante, tira ostensivamente a aliança, ele recebe o SMS enquanto vai no outro carro, tira a aliança também e, finalmente, encontram-se romanticamente para jantar.
Como se a única hipótese de fazer com que o amor dure passe por "quebrar a aliança".
O papa Bento XVI em 2011 num encontro com namorados desafia-os a "não renunciar a perseguir um ideal alto de amor, reflexo e testemunho do amor de Deus", prometendo-lhes que "seguindo um caminho de conhecimento, de respeito, de atenção mútuos"a "linguagem do amor permanecerá significativa também com o passar dos anos".
Só assim se percebe o sentido daquela carta de S. Paulo que "manda" as mulheres obedecer aos seus maridos e aos maridos que "amem as suas mulheres como Cristo amou a Igreja (Efe 5, 25). Aliás, o significado profundo do amor de Cristo pela sua Igreja torna-se-me mais próximo quando olho para a Santidade de Bento XVI.

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