90 anos de Isabel II (Macroscópio)


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!


Faço por isso um intervalo nos temas da agenda que marca os dias para uma das minhas habituais divagações por sugestões de textos que ora permitem uma reflexão sobre outros temas actuais, ora nos introduzem a realidades menos conhecidas. Mas com uma especificidade: começarei por assinalar os 90 anos da Rainha Isabel II.

A imprensa portuguesa não dedicou grande atenção à passagem deste aniversário, mas o Observador preparou alguns trabalhos para que lhe chamo a atenção:
  • Os 90 anos da rainha que não quer ceder o lugar é um Especial da Ana Cristina Marques que conta a história de alguém que "Não nasceu para reinar mas é a monarca há mais tempo no trono britânico. Casou por amor e assistiu a quase um século de história. Isabel II é a rainha de um povo que (re)aprendeu a adorá-la."
  • 90 anos em imagens é uma fotogaleria que reúne imagens mais icónicas de toda a sua vida e A vida de Isabel II em imagens é igualmente uma recolha de fotografias, só que agora apresentada sob a forma de vídeo.
  • Last but not the least, God Save the Queen é uma reflexão de João Carlos Espada sobre as razões do sucesso da monarquia inglesa. Eis o ponto central do seu texto: "Uma monarquia constitucional choca os mais básicos preconceitos da era moderna. E isso foi ostensivamente declarado pela funesta Revolução Francesa de 1789, a que a nossa cultura política ainda erradamente atribui a origem da democracia moderna. Só que a monarquia constitucional britânica não foi na verdade desenhada centralmente por ninguém, por nenhuma revolução, acto fundador ou sequer Constituição fundadora. Ela simplesmente emergiu. Emergiu de um longo e multissecular processo de interacção entre várias instituições, várias correntes políticas, vários interesses e vários propósitos particulares. Por outras palavras, a monarquia constitucional britânica emergiu do espírito de compromisso e de moderação — da evolução gradual, não da Revolução."

A imprensa de língua inglesa está naturalmente cheia de trabalhos que abordam múltiplas facetas da vida de Isabel II, e também sobre a forma como exerceu o seu reinado. Começo por um vídeo, da BBC, 65 Years, 1 Queen and 12 Presidents que lembra o facto de Isabel II ter lidado com nada menos do que 12 diferentes Presidentes dos Estados Unidos. Ainda na BBC há um pequeno texto curioso sobre a fotografia oficial dos 90 anos da monarca (em baixo), onde esta surge rodeada pelos membros mais novos da família real britânica. Descubra-os em Queen's birthday: Who are the youngest royals?



Regressando ao registo mais descritivo, referência para um trabalho bem conseguido do Guardian, The Queen at 90: across the decades. Na mais recente dessas décadas, o Guardian sublinha o facto de o seu longo reinado estar a fazer história - 2006-2016: making history. Para concluir assim: "She becomes the UK's longest reigning monarch but it is business as usual on the day she surpasses Victoria's 23,226 days, 16 hours and 23 minutes."

Já dos vários trabalhos do Telegraph a minha sugestão vai para um texto mais opinativo: Why the Queen is the ultimate family woman - a side I saw in the days after Princess Diana's death. Nele Patrick Jephson (que foi secretário pessoal do Príncipe de Gales) escreve: "Seeing the Queen impose order on the delinquent Wales court might have appealed to my selfish desire for a quiet life (and continued employment) but Her Majesty understood far better than the likes of me the requirement for unhappy hearts to find peace by their own efforts – if they are ever to find it at all. Her steadfast embodiment of timeless values was a refuge for a country that was losing trust not just in the Windsors as paragons of domestic bliss, but also in the institution of marriage itself."
  Observador
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