Feriados
2010.06.24| DESTAK | João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
Pelo contrário, ela implica produzir mais trabalhando menos. Assim, a medida reduzirá a produtividade, explorando os trabalhadores. Apesar disso, o efeito produtivo será ridículo. Mesmo que se consigam mais 10 dias de trabalho por ano, isso equivale a cortar um intervalo para café de 19 minutos por dia.
Pior, a medida passa ao lado das causas e soluções da situação nacional. Aquilo que o Parlamento tem a fazer na crise é enfrentar interesses instalados, cortar benesses exageradas, aliviar a carga regulamentar, reduzir a despesa pública. Não é eliminar feriados.
A política nacional há anos que foge de políticas relevantes, se afunda em debates patéticos e se arroga o direito de mudar elementos civilizacionais, como a definição do casamento. Agora, em vez de cortar nos ricos, tira os feriados aos pobres.
Como de costume, os deputados não só não resolvem nada como geram polémicas espúrias e laterais. Até podem começar por cortar o Carnaval, pois já sabemos o que isso dá. Há dúvidas se perderam o interesse nacional e o bom senso político, mas parecem já nem sequer ter o sentido do ridículo.
Salvar o País implica reformas urgentes, vastas e profundas na administração pública, finanças, segurança social, justiça, educação, etc. No Parlamento não aparecem propostas válidas e sérias nesses campos. Aliás, no que toca à crise, surgiu uma medida original: reduzir os feriados e cortar as pontes!
A justificação da política é falsa. Alegadamente, cortam-se feriados para aumentar a produtividade. Mas a produtividade não sobe por se trabalhar mais. Pelo contrário, ela implica produzir mais trabalhando menos. Assim, a medida reduzirá a produtividade, explorando os trabalhadores. Apesar disso, o efeito produtivo será ridículo. Mesmo que se consigam mais 10 dias de trabalho por ano, isso equivale a cortar um intervalo para café de 19 minutos por dia.
Pior, a medida passa ao lado das causas e soluções da situação nacional. Aquilo que o Parlamento tem a fazer na crise é enfrentar interesses instalados, cortar benesses exageradas, aliviar a carga regulamentar, reduzir a despesa pública. Não é eliminar feriados.
A política nacional há anos que foge de políticas relevantes, se afunda em debates patéticos e se arroga o direito de mudar elementos civilizacionais, como a definição do casamento. Agora, em vez de cortar nos ricos, tira os feriados aos pobres.
Como de costume, os deputados não só não resolvem nada como geram polémicas espúrias e laterais. Até podem começar por cortar o Carnaval, pois já sabemos o que isso dá. Há dúvidas se perderam o interesse nacional e o bom senso político, mas parecem já nem sequer ter o sentido do ridículo.
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