Asfixia sexual
por Inês Teotónio Pereira, Publicado em 12 de Junho de 2010, i-online
O Estado insiste em entrar por minha casa a dentro. E já nem bate à porta: tem chave. Qualquer dia instala-se, põe os pés em cima da mesa, monopoliza o comando, manda vir uma piza e dá ordens ao meu cão.
O Estado insiste em dar educação sexual aos meus filhos e encomendou o serviço a uma associação qualquer sem me perguntar se quero. Devem achar que não dou conta do recado, que não sei. Cheira- -lhes. Têm um dedinho que advinha, uma pulga atrás da orelha, foi um passarinho que lhes soprou ao ouvido. Qualquer coisa. Pergunto: porquê? Conhecem-me de algum lado? Já agora, podiam fazer uma rusga pelo país para averiguar se os meninos comem a sopa em vez de gomas, ou se lêem os livros correctos, ou se lavam os dentes e as mãos. Podiam mesmo criar o Ministério do Grande Educador. Mas o defeito deve ser meu: esta crença cega na Liberdade e na Democracia condiciona-me o raciocínio. Sendo eu uma perigosa democrata, acho que ninguém tem nada a ver com a educação sexual dos meus filhos, nem com a sua educação religiosa ou política. Muito menos o Estado, que não percebe patavina do assunto.
Uma das coisas mais irritantes da esquerda é esta mania alcoviteira de se meter na vida dos outros. Que seria apenas irritante se não houvesse poder à mistura. Mas há, o que a torna asfixiante e até perigosa. O resultado desta aventura da educação sexual é que a liberdade de escolha é só para os ricos. Os outros são obrigados a educar os filhos a meias com pessoas que não conhecem de lado nenhum. O Estado é que sabe. É a esquerda, pá.
http://aummetrodochao.blogs.sapo.pt
O Estado insiste em dar educação sexual aos meus filhos e encomendou o serviço a uma associação qualquer sem me perguntar se quero. Devem achar que não dou conta do recado, que não sei. Cheira- -lhes. Têm um dedinho que advinha, uma pulga atrás da orelha, foi um passarinho que lhes soprou ao ouvido. Qualquer coisa. Pergunto: porquê? Conhecem-me de algum lado? Já agora, podiam fazer uma rusga pelo país para averiguar se os meninos comem a sopa em vez de gomas, ou se lêem os livros correctos, ou se lavam os dentes e as mãos. Podiam mesmo criar o Ministério do Grande Educador. Mas o defeito deve ser meu: esta crença cega na Liberdade e na Democracia condiciona-me o raciocínio. Sendo eu uma perigosa democrata, acho que ninguém tem nada a ver com a educação sexual dos meus filhos, nem com a sua educação religiosa ou política. Muito menos o Estado, que não percebe patavina do assunto.
Uma das coisas mais irritantes da esquerda é esta mania alcoviteira de se meter na vida dos outros. Que seria apenas irritante se não houvesse poder à mistura. Mas há, o que a torna asfixiante e até perigosa. O resultado desta aventura da educação sexual é que a liberdade de escolha é só para os ricos. Os outros são obrigados a educar os filhos a meias com pessoas que não conhecem de lado nenhum. O Estado é que sabe. É a esquerda, pá.
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Comentários
Porquê? Por causa da sociedade em que vivemos. Ou melhor, por causa dos luxos que temos. Começou com a televisão, estendeu-se pela tvCabo e agora é a internet por onde nos chega toda uma panóplia de comportamentos, muitos sexuais, que estão a contaminar todas as camadas da população incluindo os mais novos que são particularmente susceptíveis a qualquer forma de sugestão. Com isso, os jovens estão a acordar para a sexualidade mais cedo e estão a fazer asneiras mais cedo.
A educação sexual é uma tentativa de tapar o buraco, com perfeito conhecimento que é impossível preencher a caverna que se forma por baixo da estrada.
Eu concordo que se ensine aos jovens as formas de protecção/prevenção associadas À prática sexual. Mas tem de ser bem feito e a realidade também é que as escolas acabam por colocar um professor qualquer a cobrir este assunto... talvez o que não estava lá no dia da votação. Depois acontece que a mensagem sai muito distorcida e é isto que nenhum dos pais do país quer. A educação sexual nas escolas é algo necessário, mas tem de ser uma matéria bem leccionada. Não pode ser qualquer um a fazê-lo. E também não pode ser em qualquer altura... Consta que querem implementar esta matéria na primária, o que, a meu ver, vai fazer mais mal que bem.
Duvido que o problema principal seja o nível de conhecimentos