UNIÃO EUROPEIA - Liberdade ou escravidão

Isilda Pegado
Voz da Verdade, 2013-11-10

1 – A ideia de uma Europa coesa, formada por Estados independentes, mas simultaneamente capazes de continuar a construir um mundo mais justo, mais humano e mais capaz de gerar felicidade era a esperança que se abria a meados do século XX. Acima de tudo, era o Homem e a sua essência que a Europa queria mostrar ao mundo. A Igualdade, a Liberdade, Dignidade Humana e o Progresso tinham na Europa um rosto que valia a pena mostrar e cultivar cada vez mais. A Economia era um instrumento destes valores (a par de outros como a segurança, a ecologia, etc.).
2 – Há cerca de 20 dias fomos confrontados com a notícia de que ia a Plenário do Parlamento Europeu o chamado "Relatório Estrela" (da autoria da deputada portuguesa Edite Estrela) após aprovação na "Comissão da Igualdade e dos Direitos da Mulher" onde em suma se pede:
"O reconhecimento de um suposto "Direito ao aborto" e em que se recomendava a prestação de serviços de aborto de "alta qualidade" por todos os sistemas nacionais de saúde dos Estados membros, bem como o financiamento público das organizações que prestam tais serviços. Pretendia ainda a restrição do direito à objecção de consciência dos profissionais de saúde, o acesso à reprodução artificial por mulheres solteiras e lésbicas e uma educação sexual das crianças compulsória e "livre de tabus", que desse uma imagem "positiva" dos homossexuais e transexuais".
3 – Talvez não seja por acaso a proposta ter o nome de uma eurodeputada portuguesa. Na verdade, em Portugal, algumas daquelas propostas já são lei. O aborto é financiado (e subsidiado) com dinheiros públicos. Os médicos e enfermeiros, objectores de consciência, são sancionados e estigmatizados por o serem, uma vez que ficam impedidos de acompanhar as suas pacientes (não vão estes influenciá-las para que deixem nascer aquele filho).
Em Portugal, a educação sexual que até há dois anos atrás era obrigatória nas escolas era uma "catequese" das questões do género. Felizmente foi retirada dos programas do ensino básico e secundário.
4 – Mas, no Parlamento Europeu, tal Resolução veio a ser chumbada por larga maioria no Plenário. Imperou a Europa da Liberdade e dos grandes valores.
5 – Foi chumbado, mas não está arrumado. Sabemos que tem sido assim nos últimos anos. Alguns ditos "iluminados" propõem determinadas "causas fracturantes" que, sabem numa primeira vez, vai ser chumbada, mas à terceira ou quarta vez acaba por "passar". Como diz o povo: "água mole em pedra dura…".
6 – Perante tal proposta – onde está a Europa da Liberdade quando se pretende negar o direito à objecção de consciência aos profissionais de saúde que recusam a prática do aborto?
7 – Onde está a Europa da Liberdade quando se impõe um modelo de educação aos nossos filhos, que agride os valores dos pais e vai contra as suas convicções?
8 – Onde está a Europa da Dignidade Humana e Progresso, quando se pretende financiar com dinheiros públicos a prática do aborto?
9 – Onde está a Europa da igualdade quando seres humanos não têm direito a nascer mas têm o direito a morrer com "alta qualidade"?
10 – Num continente cada vez mais envelhecido, com problemas demográficos graves (baixas taxas de natalidade), porque se aposta na destruição de vidas humanas?
11 – Ou, estaremos nós cada vez mais separados do mundo dos políticos europeus, e dos projectos que numa qualquer "nave espacial" aqueles vão ditando ao povo?
12 – As estruturas da União Europeia não existem para defesa dos interesses ou das ideias de cada um dos eleitos que ali está sentado. A política feita para defesa de interesses próprios é a mais vergonhosa política. Espera-se a defesa de um Povo que se chama Europeu com matriz e história, com convicções e valores reconhecidos no mundo. O inverso é uma escravidão, embora "legalizada" que a cada dia torna este povo mais alheio a si próprio.
13 – Terminou agora a recolha de assinaturas desta grande iniciativa europeia "UM DE NÓS". A maior até hoje apresentada na União (o número certo de subscritores ainda não se sabe). Defendemos a igual dignidade de todos os seres humanos. Apelamos a uma Europa onde há lugar e pão para todos.
14 – É com muita alegria que vemos o empenho de cada um dos mais de um milhão e meio de europeus que escreve o seu nome, número de identificação e assina, para que todos tenham o direito a viver e a ser.
É com muita alegria que olhamos para a maioria dos eurodeputados que no Parlamento chumbaram o "Direito ao aborto".
Queremos uma Europa da Liberdade, da Dignidade e da Igualdade.

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