Acompanhando Jesus pela Via Sacra de Jerusalém

http://revculturalfamilia.blogspot.pt/, 28-mar-2013
A Via Sacra ‒ também conhecida como Via Crucis, Estações da Cruz ou Via Dolorosa ‒ é uma devoção que consiste numa peregrinação feita em oração e ajudada por uma série de quadros ou imagens que representam cenas da Paixão de Cristo.
A Via Sacra mais conhecida hoje é a rezada no Coliseu de Roma, na Sexta-Feira santa, com a participação do próprio Papa.
As imagens representando as cenas da Paixão podem ser de pedra, madeira ou metal, pinturas ou gravuras.
Elas estão dispostas a intervalos nas paredes ou nas colunas da igreja.
Mas, às vezes podem se encontrar ao ar livre, especialmente nas estradas que conduzem a uma igreja ou santuário. Uma Via Sacra muito conhecida é a do santuário de Lourdes, França.
Nos mosteiros as imagens são muitas vezes colocadas nos claustros.
O exercício da Via Sacra consiste em que os fiéis percorram espiritualmente o percurso de Jesus carregando a Cruz desde o Pretório de Pilatos até o monte Calvário, meditando à Paixão de Cristo.
Dados históricos da devoção
A tradição afirma que a Virgem Santíssima costumava visitar diariamente os locais da Paixão de Cristo.
A Via Dolorosa de Jerusalém foi reverentemente sinalizada desde os primeiros tempos e foi uma meta dos piedosos peregrinos desde os dias do imperador Constantino.
São Jerônimo fala das multidões de peregrinos de todos os países que costumavam visitar os lugares santos e percorriam piedosamente a Via da Paixão de Cristo.
O desejo de reproduzir os lugares sagrados em outras terras, a fim de satisfazer a devoção daqueles que estavam impedidos de fazer a verdadeira peregrinação, apareceu muito cedo.
No século V, São Petrônio, bispo de Bolonha erigiu no mosteiro de São Estévão (Santo Stefano em italiano) um conjunto de capelas com as estações.
O mosteiro ficou familiarmente conhecido como "Hierusalem".
Tal exercício, muito usual no tempo da Quaresma, teve forte expansão na época das Cruzadas (do século XI ao século XIII).
O romeiro inglês William Wey que visitou a Terra Santa em 1458, em 1462 descreveu a maneira usual para seguir as pegadas de Cristo em Sua jornada de dores redentores.

As 14 Estações

A Via Sacra se tornou uma das mais populares devoções católicas.
O exercício da Via Sacra tem sido muito recomendado pelos Sumos Pontífices, pois ocasiona frutuosa meditação da Paixão do Senhor Jesus.
O número de estações, passos ou etapas, da dolorosa procissão do Bom Jesus, nosso Redentor, foi definido paulatinamente chegando à forma atual, de quatorze estações, ou passos, no século XVI.
As 14 estações são as seguintes: (CLIQUE PARA VER)



Em cada estação é feita uma meditação sobre o passo e o costume é rezar também um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória ao Padre.
O percurso da Via Sacra não deve ter interrupções. Mas é permitido assistir a uma Missa, confessar e comungar em meio ao piedoso exercício.


A indulgência plenária

Não existe uma devoção mais ricamente dotada de indulgências do que a Via Sacra.

As indulgências estão ligadas à cruz posta sobre as imagens que devem ser canonicamente erigidas.
Condições para ganhar a indulgência

Concede-se indulgência plenária a quem pratique o exercício da Via Sacra. Para que este se possa realizar, requerem-se quatorze cruzes postas em série (com alguma imagem ou inscrição, se possível) e devidamente bentas. O cristão deve percorrer essas cruzes, meditando a Paixão e a Morte do Senhor (não é necessário que siga as cenas das quatorze clássicas estações; pode utilizar algum livro de meditação). Caso o exercício da Via Sacra se faça na igreja, com grande afluência de fiéis, de modo a impossibilitar a locomoção de todos, basta que o dirigente do sagrado exercício se locomova de estação a estação.

Quem não possa realizar a Via Sacra nas condições acima, lucra indulgência plenária lendo e meditando a Paixão do Senhor pelo espaço de meia-hora ao menos.

(cfr. d. Estevão Bettencourt, Catálogo das Indulgências)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

OS JOVENS DE HOJE segundo Sócrates

Hino da Padroeira

O passeio de Santo António