A caminho do infinito

José Luís Nunes Martins, i-online em 16 Mar 2013

Uma coisa é pensar que se está no bom caminho, outra, bem diferente, é acreditar que esse caminho é o único. São muitos os caminhos bons. Onde alguns chegam por nascente, outros chegam por poente, o que alguns conseguem pela alegria, outros alcançam pela tristeza. Os trajectos podem parecer opostos mas são as distâncias que iludem, muitos rumam a um mesmo objectivo, pelos diferentes caminhos do mundo e pelos diferentes mundos de cada caminho. Os sacrifícios exigidos na vida são imensos e a cruz de cada um, há de ser levada nos seus próprios ombros, não nos de mais ninguém. Numa via original e sagrada. Criada pelo passos que ligam o princípio ao fim... e religam ao infinito.
Não somos sós. Não somos seres isolados e a realização humana pressupõe a partilha. Talvez a alma do mundo seja a fé que importa depositarmos uns nos outros. Respeitando os itinerários de cada um, aceitando as diferenças, assumindo sempre com humildade que podemos e devemos ajudar, mas não dirigir.
Os caminhos nada dizem, ou se mostram ou não se mostram, mas mesmo quando se mostram preferem guardar silêncio. Como se as próprias pedras admirassem a liberdade daqueles a quem foi dado o dom de criar a própria vida. Importa estar atento aos silêncios que cruzam os sons de cada passo. Escutar a sabedoria dos tempos.
Viver esta vida é estar aqui. Ajudar este mundo e os outros. Respeitar, confiar e amar. Entregar a vida toda à certeza de que ela é eterna...
Num abraço, suave, como um beijo.

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