POLÍTICOS DE CENTRO-DIREITA PROCURAM-SE

António Pinheiro Torres, Carta ao Director, Público, 2015.06.27

Com convicções. Que não tremam de medo da comunicação social ou do Bloco de Esquerda e parentes próximos ou afastados. Que prefiram causas a estratégias e estas a tácticas.
Que percebam que tomar decisões à esquerda não traz um voto mas faz perder outros na própria área política e que o eleitor de esquerda não passa a votar no centro-direita por isso.
Que se interessem realmente pelos problemas concretos que os temas fracturantes trazem à sociedade portuguesa e não se detenham no preconceito nem se deixem colonizar pela ditadura intelectual da esquerda.
Que amem as pessoas concretas que lhes estão confiadas e as comunidades que estes constituem e as realidades sociais que estes originam.
Que não temam o povo que neles vota mas se considerem obrigados a seguir esse povo e a representá-lo nas instâncias próprias devolvendo-lhe, ao povo, o poder que só a este pertence. Que não tomem os seus eleitores por reféns ou por parvos.
Que tenham gosto na refrega, prazer na batalha, atracção pelo risco. Livres perante o poder, sem depender deste, sem receio de o perder e certos que é assim que o poder se merece e conquista.
Inteligentes para construir pontes, encetar diálogos e procurar acordos, para o que é indispensável estar certo do que se crê e quer. Humildes, para perceber que o poder não é deles, que se falha e se cai, mas o mérito não está no sucesso nem na coerência ética, mas em procurar o bem-comum.
Com moral, mas não moralistas. Com ideal, mas não idealistas. Realistas. Respeitadores das instituições e da democracia. E dos movimentos de cidadãos também. Numa palavra: políticos. Procuram-se.

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