Três dias de celebração na maior festa cristã

Itinerário que leva da Quinta-feira Santa à Páscoa é o mais importante no calendário litúrgico católico

Lisboa, 04 abr 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica começa esta quinta-feira a celebrar os dias mais importantes do seu calendário litúrgico, que assinalam os momentos da morte e ressurreição de Jesus, culminando na Páscoa.
Um conjunto de celebrações que se desenrolam no chamado Tríduo Pascal, que remontam ao século IV, seguindo as indicações deixadas pelos Evangelhos sobre estes acontecimentos.
O padre Carlos Cabecinhas, atual reitor do Santuário de Fátima e especialista em Liturgia, assinala no texto ‘O sentido cristão da Quaresma e da Páscoa’ (ver anexo) que “o que levou a prolongar a celebração da Vigília até ao atual Tríduo foi um certo movimento de «dramatização» da Páscoa de Jesus Cristo, acompanhando celebrativamente os dias da sua morte e ressurreição, à imagem do que se fazia em Jerusalém, o lugar onde os acontecimentos se verificaram”.
A missa vespertina da ceia do Senhor, na quinta-feira, assinala o início do Tríduo, com um “caráter festivo”: “A Missa vespertina da Ceia do Senhor não é nem mais nem menos que uma eucaristia celebrada com toda a dignidade e autenticidade, por se celebrar na noite em que Jesus instituiu a Eucaristia, foi entregue e preso”, indica o liturgista.
Nesta Missa é comemorada a instituição dos sacramentos da Eucaristia e da Ordem e recorda-se o gesto do lava-pés, relatado pelos Evangelhos.
No final da celebração, o Santíssimo Sacramento (hóstia consagrada que os católicos acreditam ser o próprio Jesus Cristo) é trasladado para um outro local, desnudando-se então os altares.
A Sexta-feira Santa é “dia alitúrgico: dia em que não se celebra a Eucaristia e que nunca conheceu celebração eucarística”, indica o padre Carlos Cabecinhas.
A principal celebração é, “fundamentalmente, uma ampla Liturgia da palavra, que culmina com a adoração da Cruz e termina com a comunhão”.
O Sábado Santo, tal como a sexta-feira, é um dia dito “alitúrgico”, isto é, sem celebração da Eucaristia ou de outros sacramentos, considerado como o dia do “grande silêncio”.
“A Igreja vive o silêncio do Sábado Santo, preparando-se assim para a festiva celebração da Vigília Pascal, da ressurreição do Senhor”, sublinha Carlos Cabecinhas.
Esta vigília é a noite mais importante de todo o ano litúrgico, refere o especialista, frisando que “o símbolo da luz, a Palavra, a água batismal e o pão e o vinho eucarísticos, anunciados na Quaresma, alcançam a sua realização nesta noite pascal”.
O sacerdote destaca que “o Tríduo Pascal é o centro do ano litúrgico”, pelo que, desde muito cedo, antes ainda se existir uma Quaresma de preparação, a Igreja criou um tempo festivo que prolonga a festas pascais por cinquenta dias.

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