Saíra Santo António do convento, A dar o seu passeio costumado E a decorar, num tom rezado e lento, Um cândido sermão sobre o pecado. . Andando, andando sempre, repetia O divino sermão piedoso e brando, E nem notou que a tarde esmorecia, Que vinha a noite plácida baixando… E andando, andando, viu-se num outeiro, Com árvores e casas espalhadas, Que ficava distante do mosteiro Uma légua das fartas, das puxadas. Surpreendido por se ver tão longe, E fraco por haver andado tanto, Sentou-se a descansar o bom do monge, Com a resignação de quem é santo… . O luar, um luar claríssimo nasceu. Num raio dessa linda claridade, O Menino Jesus baixou do céu, Pôs-se a brincar com o capuz do frade. . Perto, uma bica de água murmurante Juntava o seu murmúrio ao dos pinhais. Os rouxinóis ouviam-se distante. O luar, mais alto, iluminava mais. . De braço dado, para a fonte, vinha Um par de noivos todo satisfeito. Ela trazia ao ombro a cantarinha, Ele trazia… o coração no pei...
Comentários
Ainda não tive oportunidade de comprar este livro, mas o título deixa-me "de pé atrás". Com certeza que o 1.º de Dezembro se deve manter como feriado nacional. No entanto não se percebe que no seguimento disso, este passe a ser dia de Portugal. Porquê? Então Portugal já não existia antes de 1640. Acho que somos bastante orgulhosos de ser a Nação mais antiga da Europa. Parece que Ribeiro e Castro quer seguir a teoria do descendente da Coroa, D. Duarte, que foi por mim questionado quando se achava que se tinham que acabar com os tais dois feriados civis (e os dois religiosos), um deles podia ser o 10 de Junho e passar o 1.º de Dezembro a Dia de Portugal. Isto para quem foi combatente do Ultramar (1961-75) e já esteve por várias vezes no Memorial do Restelo a comemorar o Dia de Portugal, acho que "não tem pés nem cabeça"...
Cor. Ref Manuel Bernardo.