Autoconsciência

A minha vida decorre, digo-o como resultado da experiência, entre a consciência que tenho de mim, a realidade que me rodeia e aquilo que “os outros” dizem que a realidade é e que eu sou.
Com facilidade chamo aos outros, “eles”, atribuindo-lhes todas as culpas do que corre mal, do que me impede de ser eu próprio.
E isso, é verdade, mas não é toda a verdade. 
É verdade quando o “eles”, o Estado, quer regular tudo. Como diz João César das Neves em vez de “emagrecer o aparelho, incha-o. Não desregulamenta, aperta. Não liberaliza, intervém”. Intervém até no âmbito da esfera privada
É verdade, também, quando “eles” os patrões, os colegas, já não se sabe bem quem começou, estabelecem regras de comportamento, nomeadamente hábitos de horários de trabalho completamente disparatados e irracionais.
Mas também me dou conta que eu próprio olho para a realidade como algo já adquirido, já visto, que não me traz nada de novo. E este olhar cínico, prende-me, impede-me de confiar, faz-me presa fácil do poder (do poder que tem origem nos outros, mas também do poder que, tem origem em mim). É este poder que tem origem em mim que me impede de me centrar no essencial.
S. Jorge, também meu patrono, de que celebramos hoje o dia, é um exemplo ideal, mesmo que lendário de um eu, que sendo nada, não se contentou com menos do que o eterno
Continua a ser possível e a fazer sentido responder à pergunta do Público sobre se baptizamos/tencionamos baptizar ou não os nosso filhos e ainda é possível assinar a petição Defender o Futuro: duas formas, modestas, mas que afirmam a autoconsciência de cada um.

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