Eu, heterossexual, me confesso...

DESTAK | 06 | 01 | 2010 08.43H

José Luís Seixas

Tenho 50 anos. Sou heterossexual. Sei que é difícil assumi-lo com tanta clareza nos tempos que correm e que esta franqueza me poderá tolher pretensões legítimas a futuros risonhos. Mas é verdade. Sou heterossexual e casado.

Mais. Sou católico praticante. Daqueles que vão à Missa e que respeitam os Sacramentos. Sou, pois, sou casado, pai de filhos, heterossexual e católico. Não sei se algum dos meus colaboradores ou colaboradoras, amigos ou amigas, é homossexual, pela simples razão de que ignoro a sua vida íntima.

Julgo nunca ter discriminado ninguém em função do que hoje designam por "orientação sexual". Cada um que se oriente como quiser. Admito, no entanto, que uma vez ou outra utilizei a expressão "mariquices" a propósito de especiosidades e que verberei comportamentos "maricas" referindo-me a pusilanimidades várias.

Mas confesso-me pecador e imperfeito. Sou convicto e inabalável defensor do modelo de família tradicional assente no Casamento, em que há um pai e uma mãe apetentes e disponíveis para procriar.

Assim, sendo casado, pai de filhos, heterossexual, cinquentão e católico praticante, reúno um acervo que características que o actual contexto social considera de pouco decoro e que tendem a constituir preocupantes factores de discriminação.

Apelo, pois, ao Governo e ao Parlamento que consintam que pense como penso, viva como vivo, professe a minha Fé e, já agora, não penalize a minha orientação sexual assumida, embora, ao que parece, um pouco antiquada e em desuso.

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