O Povo não faz greve

Em dia de greve geral, melhor, no dia em que alguns portugueses se associam à declaração de greve feita por duas centrais sindicais, osoutros portugueses exercem o seu direito de ir trabalhar como nos outros dias. Para uns e para outros trata-se do exercício de um direito que, tem sempre uma contrapartida: quem faz greve prescinde do seu salário desse dia; quem não faz, tem ou pode ter maior dificuldade a chegar ao seu local de trabalho.
Aos meus alunos que têm hoje exame (melhor, já tiveram – comecei a escrever isto mais cedo, mas o dia de greve foi de muito trabalho) informei da minha presença no exame. Informei-os também que, de acordo com uma deliberação da direcção do Instituto poderia fazer um exame extra. A maioria preferiu fazer o exame hoje; o meu custo é ter que fazer o exame para os sobrantes.
Mesmo que não tivesse feito greve poder-me-ia ter aproveitado, cancelado o exame e só teria um exame para fazer lá para o meio de Julho; entretanto, haveria 15 alunos que teriam que esperar mais quinze dias para ir para férias. Não se pode dizer que o prejuízo é grande, mas também não se pode adivinhar qual a consequência para o destino daquelas pessoas.
Apercebi-me que uma das razões que potencia o sucesso de uma greve geral é o seu próprio anúncio e uma fraca divulgação dos serviços mínimos e ainda convencer as pessoas que, se os serviços mínimos funcionassem muita gente poderia fazer o seu dia com normalidade.  Muitos alunos não vieram tratar de assuntos do seu interesse revisão de provas, por exemplo, porque não se quiseram dar ao trabalho de procurar alternativas de deslocação.
O Povo não faz greve, porque sendo a greve uma manifestação de incomodidade perante alguém e como o Povo acontece sem qualquer objectivo retributivo, não tem matéria de greve.
Tem, pelo contrário, motivo de regozijo: há dias o povo na forma de blog ultrapassou  o milhão de visualizações de páginas
Tudo isto, faz com que, seja novamente ocasião de  para recordar o artigo fundador da linha editorial do Povo (agora com o link correcto e funcional):
O mundo é um sítio extraordinário; e o mais extraordinário é o ser humano. E o mais extraordinário no ser humano é a capacidade de virar o mundo para o bem.
É bom voltar, de vez em quando, a este princípio fundador, à natureza positiva da realidade e recordar que "Deus viu tudo quanto tinha feito e achou que era muito bom" (Gen 1, 31)

Comentários

Anónimo disse…
Este é um respeitável blog católico. Porém, assume posições políticas com frequência, através da sua linha editorial, favoráveis à maioria que governa o país. Arrisco dizer que muitos dos leitores não se revêem nelas. Pessoalmente, gostaria que nós, católicos, fossemos os primeiros a clamar por justiça e caridade e não soassemos …impiedosos. Se o PS afundou Portugal, a actual maioria têm mantido o país no leito do mar, com as consequências que se conhecem. Exigir políticas mais humanas é uma obrigação nossa.

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