Excesso de fé

DESTAK |16 | 01 | 2013   23.15H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@ucp.pt

Uma das coisas menos compreendidas no nosso tempo é a fé. Ouve-se a cada passo dizer que existe uma crise de confiança e vê-se muita gente triste, desiludida e desanimada. Apesar disso, temos de dizer que há muita fé na nossa sociedade. Infelizmente não naquilo que devia. Uma pessoa só se sente desiludida se antes estava iludida. De facto acreditámos mesmo que a ciência, política, Europa e economia nos iam trazer a felicidade. Era uma incrível ingenuidade, como qualquer um dos nossos antepassados nos podia ensinar. Quando as coisas falharam, o que sempre foi inevitável, ficámos pesarosos.
Não acreditamos no Governo do momento, desprezamos os economistas, criticamos os nossos empresários e insultamos os bancos. Por isso se diz que temos uma crise de confiança, uma falta de fé. Isso, realmente, não é verdade. De facto não mudámos de fé. Continuamos a ter tanta confiança nessas coisas como sempre tivemos. É indiscutível que é à ciência, política e economia que ainda hoje pedimos a felicidade. Limitamo-nos a esperar que um dia tenhamos ministros melhores, teorias mais avançadas, empresários criativos, bancos generosos. No fundo, a nossa fé científica, política e económica mantém-se tão sólida como sempre foi. Só renegamos a sua versão contemporânea. A ciência, política e economia são muito poderosas, mas nunca poderão trazer a felicidade. Para isso temos de pôr a nossa fé noutro lado. Foi assim que neste ano de crise, Bento XVI proclamou o «Ano da Fé». Talvez isso nos desperte para o mundo espiritual e para a Fé que traz felicidade.

Comentários

António Martins Rodrigues disse…
A Fé é a maior força que o Homem tem.
Foi-lhe dada como um dom de Deus que ele desenvolve ou não(parábola dos talentos).Bento XVI publicou 2 encíclicas,uma sobre a Esperança e outra sobre a Caridade e,todos estávamos à espera de uma sobre a Fé.Eis senão, quando proclama o Ano da Fé com uma amplitude diferente duma Encíclica.Se tivermos uma Fé do tamanho dum grão de mostarda temos um ano para mover todas as montanhas que nos tolhem o peregrinar em direcção ao desenvolvimento .Para "Crer só é preciso querer"
Alma até Almeida
AMR

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