Baptismo V - Quais são as "seduções do mal?"

QUAIS SÃO AS "SEDUÇÕES DO MAL"?

O Sacramento do Baptismo não é o gesto de uma hora,
mas constitui uma realidade de toda a nossa vida,
é um caminho de toda a nossa existência.  
Na realidade, por detrás encontra-se também
a doutrina dos dois caminhos,
que era fundamental no primeiro cristianismo:
um caminho ao qual dizemos «não»,
e outro caminho al qual dizemos «sim». 
Comecemos pela primeira parte, as renúncias.

São três, e realço sobretudo a segunda:
«Renunciais às seduções do mal,
para não vos deixardes dominar pelo pecado?».  
Que são estas seduções do mal?  
Na Igreja antiga, e ainda durante séculos,
aqui havia esta expressão: «Renunciais à pompa do diabo?»,
e hoje sabemos o que se entendia com esta expressão: «pompa do diabo».
A pompa do diabo eram sobretudo
os grandes espectáculos cruentos,
nos quais a crueldade se torna divertimento,
matar homens se torna algo espectacular:
espectáculo, a vida e a morte de um homem.

Estes espectáculos cruentos, este divertimento do mal,
é a «pompa do diabo», onde se manifesta com beleza aparente
e, na realidade, aparece com toda a sua crueldade.
Mas para além deste significado imediato
da palavra «pompa do diabo»,
devia-se falar de um tipo de cultura,
de um way of life, de um estilo de vida
no qual não conta a verdade mas a aparência,
não se procura a verdade mas o efeito, a sensação,
e sob o pretexto da verdade,
na realidade, destroem-se homens,
deseja-se destruir
e criar-se só a si mesmo como vencedor.
Portanto, esta renúncia era muito real:
era a renúncia a um tipo de cultura que é uma anticultura,
contra Cristo e contra Deus.
Agora deixo a cada um de vós
a reflexão sobre esta «pompa do diabo»,
sobre esta cultura à qual dizemos «não».
Ser baptizado significa exacta e substancialmente,
um emancipar-se, um libertar-se desta cultura.
Conhecemos também nos dias de hoje um tipo de cultura
na qual a verdade não conta;
não obstante, aparentemente, se deseje fazer manifestar toda a verdade,
só contam a sensação e o espírito de calúnia e de destruição.
Uma cultura que não procura o bem
e cujo moralismo é, na realidade, uma máscara
para confundir, criar confusão e destruição.
Contra esta cultura, na qual a mentira se apresenta
nas vestes da verdade e da informação,
contra esta cultura que procura unicamente
o bem-estar material e nega Deus, digamos «não».
Conhecemos bem, inclusive graças a numerosos Salmos,
este contraste de uma cultura na qual uma pessoa parece intocável
por todos os males do mundo, pondo-se acima de todos,
acima de Deus, enquanto na realidade é uma cultura do mal,
um domínio do mal.

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