S. Luís Maria Grignon de Monfort (1673-1716)

Nasceu em 1673 na aldeia de Montfort, em França. Foi educado no colégio da Companhia de Jesus de Rennes e ordenado padre em 1700. Fundou uma congregação de sacerdotes, a "Companhia de Maria", para o ministério de missões populares, e uma congregação feminina, as "Filhas da Sabedoria".

Foi um missionário infatigável e abnegado que, com missão recebida directamente do Papa, evangelizou a Bretanha e diversas regiões de França ao longo de muitos anos, tendo sofrido inúmeras perseguições, instigadas pelo espírito jansenista que nessa época se tinha infiltrado não só entre os fiéis como entre o clero e até na hierarquia da Igreja de França.

A característica que mais o distinguiu na sua pregação e marca a sua espiritualidade foi a devoção à Virgem Santíssima, com modalidades tão pessoais que fazem dele um caso sem igual na espiritualidade mariana de todos os tempos.

Morreu santamente em 1716. Foi beatificado por Leão XIII e canonizado por Pio XII.
É de sua autoria o Tratado da Verdadeira Devoção à Santissima Virgem Maria

Karol Woytila descobre o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem

A leitura deste livro fez com que eu mudasse a minha vida de forma radical e definitiva. Apesar disto, meu caminho interior foi longo, coincidindo com a preparação clandestina ao sacerdócio que eu vivenciava. Na ocasião, este tratado singular caiu em minhas mãos. Não se trata de um simples livro que se lê, apenas, e basta. Eu o levava sempre comigo, mesmo quando ia à fábrica de soda, se bem que a bela capa já estivesse manchada de cal. Eu lia e relia, sem cessar, e, sucessivamente, certas passagens. Logo percebi que, além da sua forma barroca, o livro apresentava algo de fundamental.

A partir de então, a devoção que, outrora eu dedicava à Mãe de Jesus, tanto na infância quanto na adolescência, deixou lugar a uma nova atitude de minha parte, transformando-se numa devoção vinda da mais profunda fé, como sendo o próprio cerne da realidade Trinitária e Cristológica. Antes, eu me mantinha retraído, temendo que a devoção mariana pudesse se avultar, em detrimento do amor a Cristo Jesus, em vez de ceder-lhe o merecido lugar; compreendi, então, à luz do tratado de Grignon de Montfort, que a realidade era bem outra. Nossa relação interior com a Mãe de Deus resulta, de forma orgânica, de nosso elo com o mistério de Cristo. Não existe a menor hipótese de que o amor que dedicamos à Virgem supere nosso amor a Deus. (..) Podemos até afirmar que, àquele que procura conhecer e amar a Deus, o próprio Cristo designa sua Santa Mãe, como caminho e intercessora, como fez no Calvário, oferecendo-a a seu discípulo, João.


André Frossard e João Paulo II, Não Tenhais Medo! 1982, pp.184-185

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