A Costa o que é de Costa

O meu pai ajudava-nos muitas vezes levando os miúdos ao seu barbeiro em Alcântara. 
Mesmo desagradados com a ideia do corte de cabelo, perguntavam sempre onde iriam: se comigo, ao Sr. Baptista na Estrela que já cortava o cabelo do seu pai quando ele era criança ou ao Sr. Bernardo com o avô. O Sr. Bernardo era sempre o preferido... Atribuí durante algum tempo a preferência à companhia do avô mas mais tarde percebi que o Sr. Bernardo lhes dava sempre um rebuçado no fim e o Sr. Baptista, com muito menos jeito para o marketing infantil, não lhes dava nada além do indesejado corte de cabelo.  Na cabeça dos miúdos, a matemática é simples: se tenho mesmo que cortar o cabelo, pelo menos que receba algo em troca.

Chegaram-me alguns ecos da redação do Expresso sobre a nossa história familiar e a ligação a Fátima. Um dos comentários era mais do que justo económicamente: perguntavam-se como é que eu ainda quereria ir a Fátima, ou mesmo como a fé se pôde manter ou mesmo solidificar, quando pela fé, só tive a perder: a morte do pai numa peregrinação a Fátima, a doença de um filho que pela fé, não aceitámos prevenir com seleção genética.   

Onde está a vantagem?!

Porque neste fim-de-semana ‘abençoado’ que passou parece só haver vantagens. Gostamos do Papa, e estivemos com o Papa. E a festa não acabou aí, desde a Eurovisão até (para alguns) um tetra-campeonato. Sem esquecer, a cereja no topo do bolo, um feriado (também só para alguns), que fez do fim de semana, um fim-de-semana grande. 

Depois disto estamos todos convertidos ao "Costismo"!

Já tinha o Papa aterrado no dia 12 e o nosso filho Pedro estava ainda internado a tratar afincadamente uma condição pulmonar, num esforço totalmente gratuito da equipa médica e de enfermagem para que ele pudesse ir a Fátima ver o Papa e receber a benção dos doentes. Para lhe dar alta na 6ª feira, foi preciso alguém não gozar o feriado oferecido por Costa. Para o Pedro poder ir a Fátima, foi preciso alguém não comer a ‘cereja' que lhe foi oferecida (e nesta metáfora, ajuda que a cereja seja parecida com a maçã). 

Onde está a vantagem?!

Os “Costistas" são movidos pelo que têm a ganhar e só se alegram no ganho.
Os Cristãos são movidos pela gratidão de quem tem algo a perder, e essa é a fonte da verdadeira alegria, a alegria que permanece e não desilude, porque não ilude.

Por este gesto gratuito de amizade pelo Pedro e a sua família, estamos muito gratos e aqui mostramos algumas fotografias do seu encontro com o Papa Francisco e com Jesus escondido no 100º aniversário das aparições de Fátima. 

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