O Natal não é quando um homem quiser... e ainda bem

Helena Matos, Público, 2010-12-16

Não sei quando começou esta mania de que o Natal é todos os dias. Era mesmo o que nos faltava! O Natal só é Natal porque é só uma vez no ano. Em boa verdade se às vezes se pudesse fazer de conta que em vez de ser para a semana era para o mês que vem, dava um jeito tremendo. Nesta fase do quase Natal, como de costume ainda não tenho presépio, as compras estão por fazer e este ano, para cúmulo, não arranjo açúcar. Imaginar este desassossego todos os meses é um exercício de masoquismo só comparável aos anúncios de Natal que pretendem ter graça, como aqueles que este ano viraram as suas atenções para as peúgas. Coitadas das peúgas que estão definitivamente out, face aos telemóveis que estão in.
Para lá da óbvia questão sobre o quanto gastarão em presentes as pessoas que fazem estes anúncios existe um outro dado a ter em conta quando se faz ironia sobre os presentes de peúgas: não só fazem falta como o primeiro sinal de que estamos a envelhecer nos chega naquele Natal em que já não existem as pessoas que até então nos enchiam de meias de lã, luvas e pijamas muito aconchegados. Ou que nos faziam pegas coloridas com o fio com que nos cafés selavam os embrulhos das caixas de bolos. Telemóveis há muitos e renovam-se com facilidade. As tias, avós e madrinhas (são sempre mulheres, não é?) que nos dão peúgas é que desaparecem e não têm contrato de substituição.

Comentários

joaquim disse…
Compreendo a Helena Matos naquilo que escreve sobre esta frase, «Natal é sempre que um homem quiser».

Mas gosto mais de ver esta frase com um sentido mais "verdadeiro", ou seja, sempre que um homem quiser pode fazer o bem, pode amar o seu próximo, e isso é "fazer" Natal, pois foi isso o que Deus fez com o homem o dar-lhe o Seu Filho muito amado como prova do Seu eterno amor por ele.

Um Santo Natal.

Um abraço amigo em Cristo

Mensagens populares deste blogue

OS JOVENS DE HOJE segundo Sócrates

Hino da Padroeira

O passeio de Santo António