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A mostrar mensagens de 2005

Deus Caritas Est

Deus Caritas Est by papinto

Muito inteligente

Público,051209 Vasco Pulido Valente Pouco a pouco, a língua da política acabou por se tornar numa "língua de pau". Basta reparar, por exemplo, nesta campanha: com a possível excepção Soares, só se ouvem fórmulas sobre fórmulas, que há muito tempo perderam qualquer espécie de significado ou valor evocativo. O jornalismo comenta essas fórmulas com outras fórmulas, se possível mais pobres, mais rígidas, mais previsíveis. Na televisão, além disto, a impropriedade e a asneira fervem. E na televisão por cabo, em muitos casos, já não se usa mesmo o português. Quem recebe relatórios de organismos do Estado, ou de uma empresa (de um banco, por exemplo), ou de um médico, está habituado às contorções que os peritos precisam para dizer a coisa mais trivial e óbvia. E não vale a pena insistir no e-mail ou nas mensagens SMS, que raramente excedem a comunicação do primata inferior. Chegámos, como povo falante, muito próximo do grunhido. Responsável por uma perversão que se tornou célebre s

Jornal das Boas Notícias, 18

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Como podem desconhecer o Sol?, JCdasNeves DN051003

Como podem desconhecer o Sol? joão césar das neves Daqui a um mês, Lisboa será inundada pelo Congresso Internacional da Nova Evangelização. Organizado em cinco grandes cidades da nova Europa, a nossa edição traduzirá um paradoxo. Primeiro vai revelar que Portugal, Terra de Santa Maria, é endemicamente cristão. Mas também mostrará como a nossa cultura dominante ignora a verdadeira realidade da Igreja. Hoje a Igreja é vasta, activa, bem visível e, apesar disso, ignorada. Os jornais que sabem tudo, a rádio e televisão que tudo dominam, falam muito da Igreja e desconhecem em absoluto o que ela seja. Os cristãos verdadeiros, de muitos modos e em muitas condições, vivem uma coisa de que o mundo nem suspeita. Esses mostram mesmo a sério o que é a Igreja. Constituem, em si próprios, nas alegrias e dores quotidianas, a Igreja viva. Nos obstáculos como nas rotinas, no emprego e em casa, são Igreja. Os cristãos vivem uma coisa preciosa, que o mundo desconhece. A paz interior, a alegria profunda

Os católicos e a política

Pedro Barbas Homem A Capital, 2005-01-09 1. Os alicerces para compreender os fins e os meios de intervenção dos católicos na vida política foram definidos no Concílio Vaticano II e têm vindo a ser objecto de permanente escrutínio por parte das autoridades eclesiásticas e por parte dos fiéis em todo o Mundo. Um dos principais textos conciliares – a Constituição Pastoral Gaudium et Spes , de 1965 – conjuntamente com as Declarações e Decretos então aprovados definiu princípios fundamentais acerca da organização da sociedade e do Estado. A doutrina social da Igreja encontrou nestes textos a sua âncora e base, e tem sido em torno de alguns dos eixos conceptuais então definidos que o Papado e os Bispos das Igrejas nacionais têm vindo a construiu um edifício teórico de orientação, quer das relações entre o Estado e a Igreja quer da participação dos católicos na vida da sociedade, na acção política e no interior da própria Igreja. A dignidade humana 2. Em primeiro lugar, afirmou-se a digni

Jornal das Boas Notícias, 17

JBN17

‘Carta aberta aos pais portugueses’

‘Carta aberta aos pais portugueses’ William Coulson Expresso, 20050528 WILLIAM Coulson é investigador em Etnopsicologia. Durante 17 anos foi consultor para as questões das Dimensões Humanas do Programa de Educação Médica da Universidade de Georgetown, nos EUA. Com doutoramentos em Filosofia e em Aconselhamento Psicológico, Coulson foi investigador associado de Carl Rogers. Em conjunto escreveram 17 volumes sobre psicologia e educação humanística. Neste artigo, Coulson conta que as suas teorias e de Rogers ganharam adeptos entre os técnicos de educação da SIECUS, um grupo que desenvolve os currículos de educação sexual enviados às delegações nacionais da IPPF (órgão internacional que reúne as associações de planeamento para a família). Coulson dedica hoje o seu tempo a falar a católicos e protestantes sobre os efeitos nefastos das suas teorias. Esteve em Portugal em Novembro , a alertar para os materiais de educação sexual portugueses que diz serem baseados nas filosofias que agora re

Um Papa sem sombras nem contradições

Pedro Vaz Patto 2005.05.01             Poucos dias depois do falecimento de João Paulo II, um título de um jornal espanhol dizia que este recebera «os elogios mais universais da História». Pessoas de todos os quadrantes políticos (árabes e israelitas, George W. Bush e Fidel Castro) e de todas as religiões, crentes e não crentes, reconheceram a sua incomparável estatura moral  e a relevância histórica da sua acção. Uma multidão esperou mais de dez horas para lhe prestar uma última homenagem, num comovente gesto de gratidão. Muitos reclamaram a sua imediata canonização («Santo, Subito»). Sendo assim, pode pensar-se desnecessário dar alguma resposta às críticas que, mesmo assim, lhe são dirigidas, pois estas pouca sombra farão diante de tão extraordinárias manifestações de apreço. Senti, em todo o caso, como um dever dar um pequeno contributo para lhe fazer justiça, tentando responder a algumas dessas críticas. Impressionou-me, desde logo, ler que o seu pontificado seria marcado por sin

Nossa Senhora na História de Portugal

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“Gostei muito deste livro, gostava que todas as crianças de Portugal o lessem para aprenderem a amar cada vez mais Nossa Senhora”. Irmã Lúcia (Vidente de Fátima) Alguns autores estreantes na escrita para crianças, como D.Luiz Flávio Cáppio, Bispo da Barra, a jornalista Aura Miguel, o Professor João César das Neves e SS.AA.RR. os Duques de Bragança, juntaram-se a nomes grandes da literatura infantil, como Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, e Maria Teresa Maia Gonzalez, num inovador projecto que envolveu quinze autores, quinze museus lisboetas e quinze instituições de solidariedade social. O livro de contos “Nossa Senhora na História de Portugal”, com introdução do Prof. Dr. Joaquim Veríssimo Serrão, Presidente da Academia Portuguesa de História, foi apresentado no Museu dos Coches, em Lisboa, pelo Bispo Auxiliar de Lisboa, D.Manuel Clemente. NOSSA SENHORA NA HISTÓRIA DE PORTUGAL Coordenação de Thereza Ameal Autores – Aires de Campos, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Ângel

Habemus Papam

2005.04.19 “Os senhores Cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador da vinha do Senhor”, disse o Cardeal Joseph Ratzinger nas suas primeiras palavras como Papa. Aparecendo ao balcão sobre a Basílica de São Pedro, Bento XVI abençoou a multidão que o saudava efusivamente gritando “Bento, Bento, Bento!”. "Consola-me o facto de que o Senhor sabe trabalhar e actuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações. Na alegria do Senhor ressuscitado, confiados na sua ajuda permanente, sigamos adiante. O Senhor nos ajudará. Maria, sua santíssima Mãe, está do nosso lado", assegurou aos fiéis. "Obrigado!", disse ainda.

Bênção Apostólica "Urbi et Orbi" (19 de abril de 2005)

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Amados Irmãos e Irmãs, Depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes. E, sobretudo, recomendo-me às vossas orações. Na alegria do Senhor Ressuscitado, confiantes na sua ajuda permanente, vamos em frente. O Senhor ajudar-nos-á. Maria, sua Mãe Santíssima, está connosco. Obrigado!

Jornal das Boas Notícias, 16

JBN16 by papinto

A intercessão de São João Paulo Magno, JCdasNeves, DN050411

A intercessão de São João Paulo Magno João César das Neves DN 050411 Nestes dias muito se fala do Papa peregrino, ecuménico,reformador, do Papa dos jovens, dos pobres, da vida. Mas,além de tudo isso, a morte de João Paulo II marca o termo do concílio Vaticano II. O seu imponente pontificado consistiu apenas na encarnação, institucionalização, normalização e plenitude desse ensinamento. Dentro de dias começará para a Igreja Católica a era pós-concílio. O próximo Papa, o primeiro do último meio-século que não foi padre conciliar, lançará a nova fase da Igreja. A situação dos cristãos em meados do século XX era muito difícil. O problema não vinha das perseguições e perda de fiéis, pois o "pequenino rebanho" (Lc 12, 32) vivia habituado a isso. A dificuldade estava em, desta vez, a Igreja se sentir culpada por essas circunstâncias. Por isso estava desanimada,complexada, à defesa. Esta não era a primeira vez que o fenómeno existia. Era a segunda. No século XVI viveu-se um forte ata

Fé e Razão em João Paulo II

João Carlos Espada In: Expresso, 050410 Um Papa extraordinário. Uma semana depois da morte de João Paulo II, já tudo foi dito sobre esse Papa extraordinário que conquistou o respeito e a admiração do mundo. Em modesta homenagem, permito-me apenas recordar um aspecto menos realçado: o combate intelectual de João Paulo II contra o niilismo contemporâneo. Foi Karl Popper quem primeiro me chamou a atenção para o facto, à primeira vista inesperado, de ser o Papa uma das poucas vozes a defender a razão no mundo (pós) moderno que nos rodeia. A mesma ideia tem sido realçada por George Weigel, o biógrafo norteamericano do Papa (Testemunho de Esperança, Bertrand, 2000). No seu estilo acutilante e divertido, George Weigel gosta de dizer que «Voltaire ficaria chocado com a ideia de que o Papa e a Igreja católica pudessem ser os defensores dos direitos humanos e da razão». Contra a negação da verdade objectiva O tema foi particularmente crucial na Encíclica «Veritatis Splendor», d

Homilia do Cardeal Ratzinger na missa exequial do Papa João Paulo II

Homilia do Cardeal Joseph Ratzinger MISSA EXEQUIAL PELO DEFUNTO PONTÍFICE ROMANO JOÃO PAULO II Praça de São Pedro Sexta-feira, 8 de Abril de 2005 "Segue-Me", diz o Senhor ressuscitado a Pedro, como última palavra a este discípulo, escolhido para apascentar as suas ovelhas. "Segue-Me" – esta palavra lapidar de Cristo pode considerar-se a chave para compreender a mensagem que surge da vida do nosso chorado e amado Papa João Paulo II, cujos restos mortais hoje depositamos na terra como semente de imortalidade – o coração cheio de tristeza, mas também de jubilosa esperança e profunda gratidão. São estes os sentimentos do nosso espírito, Irmãos e Irmãs em Cristo, presentes na Praça de S. Pedro, nas ruas adjacentes e em vários outros locais da cidade de Roma, povoada nestes dias por uma imensa multidão silenciosa e orante. A todos cumprimento cordialmente. Também em nome do Colégio dos Cardeais, desejo endereçar a minha atenção deferente aos Chefes de Estado

Líções do crepúsculo de um pontífice, George Weigel, Público

Lições do crepúsculo de um pontífice Cinco dias antes de ter deixado a Polónia para o conclave que o elegeria Papa, o cardeal Karol Wojtyla assistiu a uma celebração do vigésimo aniversário da sua consagração como bispo. A residência em Cracóvia dos seus amigos Gabriel e Bozena Turowski estava decorada com dezenas de fotografias tiradas, ao longo de um quarto de século, de Wojtyla a pedir boleia, a esquiar e a andar de caiaque com os Turowskis e outros amigos laicos, que ainda chamavam ao cardeal "Wujek" (tio), o nome de guerra que lhe tinham dado quando era um jovem capelão na Polónia estalinista. Por cima das fotografias estava um dístico caseiro a dizer "Wujek continuará a ser Wujek" - precisamente o que Wojtyla dissera aos amigos quando regressara a uma viagem de caiaque interrompida em 1958 pela notícia de que fora nomeado bispo. Mais de um quarto de século depois, o homem que o mundo conhece como João Paulo II está ainda a ser Wujek. Durante estas semanas da s

HOMILIA DO CARDEAL JOSEPH RATZINGER EM NOME DO SANTO PADRE NO FUNERAL DE MONSENHOR GIUSSANI

HOMILIA DO CARDEAL JOSEPH RATZINGER EM NOME DO SANTO PADRE NO FUNERAL DE MONSENHOR GIUSSANI 24 de Fevereiro de 2005 Queridos Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio "Os discípulos alegraram-se ao ver Jesus". Estas palavras do Evangelho, que acabam de ser lidas, indicam-nos o centro da personalidade e da vida do nosso amado Mons. Giussani. Mons. Giussani cresceu numa casa como ele mesmo dizia pobre de pão, mas rica de música; e assim, desde o início, sentia-se tocado, aliás, atingido pelo desejo da beleza; e não se contentava com uma beleza qualquer, com uma beleza banal: ele buscava a própria Beleza, a Beleza infinita; deste modo, encontrou Cristo, e em Cristo a verdadeira beleza, o caminho da vida, a alegria genuína. Ainda adolescente, fundou juntamente com outros jovens uma comunidade então denominada Studium Christi. O seu programa consistia em falar exclusivamente de Cristo, porque todos os outros assuntos lhe pareciam uma perda de tempo. Naturalmente, em se