Entre o mau e o péssimo: é preciso discernir

RAQUEL ABECASSIS  REVISTA PASSOS  05.11.16


Discernir diante das eleições mais difíceis da história da América é a única boa forma de encontrar uma resposta sobre quem escolher no próximo dia 8. Apesar de não nos caber a nós fazer essa escolha, compete-nos fazer um juízo sobre estas eleições.


As próximas eleições nos Estados Unidos colocam o povo americano talvez no maior dilema da sua história: entre uma Hillary Clinton defensora de uma cultura de morte, da ideologia de género, sem ideias, sem soluções e sem propostas ou um Donald Trump sem um mínimo de cultura democrática ou outra, totalmente desprovido de bom senso, e com pulsões perigosas em relação vários sectores da sociedade.



Perante isto como escolher? O que escolher? Será melhor não escolher nada? 
São perguntas de difícil resposta a que não se deve no entanto fugir, porque em democracia a responsabilidade é sempre de todos. O que fazemos ou não fazemos é decisivo para o rumo que os países tomam.



Assim sendo, vale a pena tentar colocar em cima da mesa os dados do problema:
- Sendo os dois candidatos tão maus, vale a pena olhar para as equipas e tentar perceber qual dos dois está melhor rodeado. É um bom critério, mas é importante também ter presente que as equipas mudam frequentemente, mas o presidente eleito fica.
- O presidente dos Estados Unidos tem menos poder do que se imagina, porque para legislar depende muito do Congresso, que nem sempre tem uma maioria da mesma cor partidária do presidente, foi o que aconteceu durante a presidência de Obama em que o Congresso foi maioritariamente republicano e impediu a passagem de muitas propostas vindas da Casa Branca. 
- Diante de dois candidatos que se apresentam com tão más propostas vale a pena olhar o personagem, é preferível saber com quem estamos a lidar e com que regras se rege, o desconhecido, neste caso, é mau conselheiro.
- Em situações como a que está colocada com estas eleições, o interesse pessoal é muitas vezes contraditório com o interesse nacional e em ultima análise votar de forma egoísta pode significar votar contra os próprios interesses.



Dizia São João Paulo II em resposta a uma pergunta que lhe foi feita sobre o que é preciso fazer para ser um bom profissional, o Papa respondeu: “É preciso discernir sempre.”



Discernir diante das eleições mais difíceis da história da América é a única boa forma de encontrar uma resposta sobre quem escolher no próximo dia 8. Apesar de não nos caber a nós fazer essa escolha, do resultado destas eleições depende muito do nosso futuro, é por isso que também a nós compete fazer um juízo sobre as eleições nos Estados Unidos.

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