Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2014

As "praxes" e o direito

Imagem
Saragoça da Matta ionline, 2014-01-31 Farisaicamente, incriminou-se o bullying nas escolas, o mesmo que sempre se aceitou no ensino superior e agora se repudia sob o peso dos cadáveres do Meco Perguntem a qualquer pessoa com um mínimo de bom senso o que lhe pareceria o facto de, perante um grupo de pessoas ou em local público, ser insultada, humilhada, ameaçada e fisicamente molestada ou agredida. A resposta, excluída alguma patologia que virá registada nos anais da psiquiatria, será inequívoca: parecer-lhe-á muito mal! Com efeito, apesar de psiquicamente sermos muito diversos, há um instinto animal que a todos nos domina: o da autopreservação. Que, num ser com dimensão mental e emocional, tem matizes físicos e psíquicos. Por isso a ninguém agrada a exposição ao ridículo, nem o ser fisicamente mal tratado (também aqui excepcionados alguns fetiches sexuais... mas estes, tanto quanto imagino, não abrangem a humilhação pública). O mais básico e animalesco sentido da autopres

Ressaca

Imagem
Suzana Toscano ionline, 31 Jan 2014 Depois das Festas, chega a ressaca. Esgotado o tempo da breve visita, os nossos filhos voltam aos países que os acolheram. Estão diferentes e reparam nas nossas diferenças. Chegam cheios de energia, falam da vida que corre longe de nós, não conhecemos o seu dia-a-dia, as roupas que trazem, o novo corte de cabelo. Falam de amigos cujo nome nunca ouvimos, este é daqui, este dali, levam-lhes lembranças deste país curioso, muitos tiveram de ver no mapa onde fica, tiveram bailout? Ah, e como vivem, tão pobres? Guardam na bagagem coisas a que antes não ligavam nenhuma, camisolas tricotadas à mão, marmelada, dá-me aquela receita dos biscoitos. Nós rimo-nos das aventuras e dos novos gostos, perguntamos tudo, conta, conta, ó mãe, não consigo contar tudo, passa-se tanta coisa, onde guardaste aqueles sapatos de que eu gostava tanto, empresta-me o teu casaco, posso levá-lo?, ao menos aqui há sol, mas as pessoas são tão tristes, estão viciadas na crise, que

31 de Janeiro - S. João Bosco

"Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus." Assim, de acordo com o Evangelho qualquer cidadão pode ser um bom Católico – isto é, estar do lado de Jesus Cristo e do Papa e fazer o bem aos homens seus companheiros – e ao mesmo tempo do lado de César, nomeadamente, cumprindo as leis da terra, excepto quando os governantes perseguem a religião ou tiranizam as consciências e o pensamento dos cidadãos." Don Bosco                                

DA CONDIÇÃO HUMANA

Miguel Alvim A clássica partida Portuguesa de negação da realidade continua. Não somos nada modernos, somos demasiado velhos e parece que já não conseguimos mudar. Isto a propósito de mais uma batalha que se está a travar no país sobre a agenda dos valores. Agora trata-se de forçar a aprovação da co-adopção no contexto da relação homossexual. Como é óbvio, as principais esquecidas nas lutas jurídico-constitucionais, política-mediáticas e de palavras que já se estão a travar, mas nelas sempre invocadas, são as crianças. Para que conste, e que me lembre, o conceito da co-adopção no contexto da relação homossexual não releva das actividades humanas fundamentais. Do que aqui se trata é da pura e dura política. Repito: a luta hoje travada pela co-adopção no contexto da relação homossexual é uma luta política e não tem nada que ver com os direitos das crianças. Tem que ver com a promoção de alegados direitos dos homossexuais. Já agora diga-se a verdade. A ideia de q

Um país que perdeu referências morais tem as praxes que merece

José Manuel Fernandes | Público | 31/01/2014 Oexercício de humilhação do outro é o desporto preferido dos talk-shows televisivos, não apenas das praxes académicas. Este país é assim. Ninguém sabe exactamente o que se passou naquela noite no Meco em que uma onda arrastou para a morte seis jovens estudantes, mas em nome do que talvez se tenha passado discute-se acaloradamente se as praxes académicas devem ou não ser proibidas. É a nossa velha tendência para achar que uma proibição resolve tudo, e que uma lei muda o país e as pessoas. É também a nossa irreprimível tendência para nos indignarmos e nos excitarmos, todos ao mesmo tempo, todos em manada – até quando é para criticar o comportamento de manada que é característico das praxes. Pessoalmente, detesto as praxes. No meu tempo não havia praxes. O que era bom era que os estudantes formassem grupos de teatro ou, melhor ainda, fossem activistas políticos – afinal, era assim no meu tempo. Podia continuar a repetir frases como est

Soares Carneiro

Vasco Pulido Valente |  Público | 31/01/2014 António Soares Carneiro morreu na terça-feira passada com 86 anos. Pouca gente o conhecia fora dos meios militares, e em particular do exército, apesar de uma candidatura à presidência da República, que a Aliança Democrática promoveu e apoiou. Conheci o general Soares Carneiro num almoço discreto em 1980. Duas coisas ficaram logo claras. Primeira, que se tratava de um homem inteligente, sereno e bem-educado. Segunda, que não tinha nada de político e não faria um bom candidato. Foi isso mesmo que eu disse ao primeiro-ministro e a meia dúzia de amigos comuns. Mas Sá Carneiro queria meter a tropa nos quartéis o mais depressa possível, acabar com o Conselho da Revolução (uma espécie tosca de Tribunal Constitucional) e pôr fim à sua própria dependência política de Eanes. Soares Carneiro parecia o homem indicado para esta revolução. Para seu mal, o general não trouxe para a comissão política da candidatura gente da sua confiança. Talvez não

Paciência

Quão pobres são os que não têm paciência! Qual é a ferida que se sara sem ser a pouco e pouco? William Shakespeare                              

Praxes ou bullying perigoso?

Pedro Afonso | Público | 29/01/2014 Defendo que as praxes devem obedecer a um código de conduta. As mortes de estudantes da Lusófona ocorridas na praia do Meco e o julgamento de ex-alunos do Colégio Militar foram notícias recentes associadas a praxes académicas e que merecem alguma reflexão. Começo por referir que fui estudante de Medicina em Coimbra de 1987-1993, e fui praxado. Um dia por volta da meia-noite quando regressava a casa, acabei por ser apanhado por um trupe de alunos mais velhos. Foi aplicado o respectivo código da praxe (em Coimbra havia um código da praxe com regras claras) e, atendendo às altas horas da noite, impróprias para um caloiro, fui punido com umas tesouradas no cabelo. No dia seguinte, embaraçado pelo estado ridículo em que ficara o meu cabelo, dirigi-me a um barbeiro que havia na Praça da República, a quem chamávamos o "Pepe rápido"; era assim conhecido, devido à rapidez com que cortava o cabelo. Sentei-me e, quando ia dar uma explicação p

Os filhos da nação

Imagem
Alexandre Homem Cristo | ionline | 2014-01-27 Está na hora de os partidos se debruçarem verdadeiramente sobre o desafio da natalidade Portugal atravessa um inverno demográfico. Os números são inequívocos e têm sido amplamente divulgados, de tal modo que é improvável que alguém (que participe do debate público e político) desconheça a situação. De facto, no contexto da União Europeia, o índice de fecundidade das mulheres portuguesas é o 5.o mais baixo, apenas acima de Letónia, Polónia, Roménia e Hungria. E, se a situação portuguesa se mantiver como está durante os próximos anos, o país perderá até 2030 cerca de um milhão de habitantes - ficando com 41 idosos para cada 100 portugueses em idade activa. No mesmo sentido, é também improvável que alguém desconheça as eventuais consequências deste inverno demográfico para a organização do Estado e, em particular, para a sustentabilidade do Estado Social. Na educação, por exemplo, a queda do número de alunos implicará a necessidade d

As coisas estão melhores. Mas resolvemos o problema?

Henrique Raposo Expresso,  Sexta feira, 24 de janeiro de 2014 O cenário mudou em Portugal. Já sabemos que não vamos ao fundo, algo que não era certo desde 2009. Agora já sabemos que isto vai aguentar, vamos ficar no Euro, não vamos ter uma saída argentina. E Portugal é um reflexo local de um cenário geral mais optimista no Ocidente. O tom do debate nos EUA também já mudou.  Contudo, a minha pergunta continua no sítio: será que resolvemos o problema?  Será que combatemos o vício que nos conduziu até esta gigantesca casa de chuto chamada A Grande Crise de 2008-2013? Eu acho que não. A governação dos estados ocidentais e a mentalidade das sociedades continuam centradas no vício do crédito/consumo e  numa concepção de dinheiro quase virtual . Em Portugal comemora-se o regresso aos mercados da dívida quando o nosso problema é precisamente o excesso de dívida. Nos  EUA, toda a gente treme quando alguém do FED diz "não, acho que já não vamos injectar quarenta gigabytes de dólar

Einstein e S. Tomás de Aquino

Ao contrário do que pretende alguma propaganda ateia, Einstein não era ateu. Era panteísta, à maneira de Espinosa. Encontrei este trecho muito interessante na obra de Max Jammer, Einstein e a Religião : «Quando G. S. Viereck disse a Einstein, no decorrer da entrevista anteriormente citada, que uma revista de Dublin havia publicado um artigo de um teólogo católico afirmando que a Teoria da Relatividade "apenas confirma os ensinamentos de Santo Tomás de Aquino", Einstein respondeu: "Não li toda a obra de Tomás de Aquino, mas ficarei encantado se houver chegado às mesmas conclusões que a mente abrangente desse grande erudito católico."» Bernardo Motta em Espectadores                                

A co-adopção e os filhos de pai incógnito

Isilda Pegado | Público | 29/01/2014 Com a co-adopção iria "legalizar-se" os filhos deliberadamente "criados" sem pai, ou sem mãe. 1 – Recordo bem a chaga social e o sofrimento que foi para tantos cidadãos, em geral de meios mais desfavorecidos, o estigma do "filho de pai incógnito". O "Antigo Regime" protegia esta figura jurídica para evitar que os "senhores" manchassem a sua reputação ao "dar o nome" à criança nascida da empregada, de quem tinham "abusado". 2 – Logo na Constituição da República Portuguesa aprovada em 1976 os deputados constituintes tiveram a preocupação de acabar com tal forma de discriminação social (art. 36.º, n.º4). E na sequente reforma do Código Civil de 1977 foi alterado o art. 1860.º, que restringia, e agora passou a impor, a "averiguação oficiosa da paternidade". A Revolução de 1974 e consequente alteração de paradigma social teve também como mérito que o Estado se empenha

28 de Janeiro - S. Tomás de Aquino

Três coisas são necessárias para a salvação do homem: saber em que deve acreditar; saber o que deve desejar;  saber o que deve fazer S. Tomás de Aquino

O poder do preconceito

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN 2014-01-27 Preconceito e discriminação são influências surdas e poderosas. A sua força vem de cada um, consciente dos preconceitos dos outros, ser sempre cego face aos seus. As injustiças mais infames têm motivos razoáveis para quem as comete. Isso é paradoxal num tempo que defende a igualdade, repudiando racismos e exclusões, e se acha imune a tais desvios. Censurando antigas intolerâncias, caímos descuidadamente em novas. O recente filme O Lobo de Wall Street, de Martin Scorcese, mostra isto num dos grupos mais desprezados e injustiçados de hoje, os financeiros. Um paralelo clarifica a questão. Em 1990, o realizador apresentou a obra Goodfellas (Tudo Bons Rapazes), a adaptação de Wiseguy: Life in a Mafia Family, de Nicholas Pileggi (Simon & Schuster, 1985), biografia de Henry Hill, um mafioso que depois de preso denunciou os cúmplices. O seu último filme adapta o livro The Wolf of Wall Street (Random House, 2007), autobiografia de Jordan Belfort, um

Em defesa da ideia de Universidade

João Carlos Espada | Público | 27/01/2014 Há uma causa comum da autonomia da Universidade e da civilidade do debate no seu interior. Tenho seguido com perplexidade crescente o chamado debate sobre a chamada política de ciência nacional – recentemente acentuado pelo alegado "corte brutal" de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento da FCT. É um espectáculo penoso, que põe em causa algumas regras essenciais de boa conduta que sempre distinguiram a vida universitária. Quem valoriza a ideia de Universidade e compreende o papel crucial que ela tem desempenhado na civilização ocidental deve prestar atenção – e deve ficar preocupado. Em primeiro lugar, há o cortejo de intervenções públicas insultuosas de colegas contra colegas e contra instituições universitárias específicas, incluindo neste jornal. É uma primeira crucial regra universitária a ser quebrada. Em vez de argumentos e de respeito mútuo, o debate é manchado por acusações pessoais e insinuações torpes. Esta atitu

Os meus filhos no parlamento

Imagem
Inês Teotónio Pereira Ionline, 2014-01-25 Eles sabem que apesar da política, no dia a seguir vão à escola, têm trabalhos de casa e no fim-de-semana levantam-se tarde e podem jogar playstation As crianças não querem saber nem sabem o que é política. É um tema que obviamente acham entediante. A actualidade política, a composição do governo ou os debates quinzenais são coisas que interessam tanto aos nossos filhos quanto física quântica. Política e física quântica são mais ou menos a mesma coisa: uma enorme e incompreensível seca. Eles não percebem o que é um orçamento rectificativo, qual a questão subjacente aos estaleiros de Viana do Castelo ou qual o sentido da moção de Passos Coelho no que diz respeito à candidatura de Marcelo às eleições presidenciais. No entender deles, não há questões, mas apenas complicações. Complicações incompreensíveis que não fazem qualquer sentido para a sua vida diária. Eles sabem que apesar da política e da polémica do Professor Marcelo, no dia

Da perfeição possível

Imagem
José Luís Nunes Martins ionline 25 Jan 2014 Quem tem esperança não fica à espera. A esperança é poética, mas exige ação. O valor de um homem depende do que a sua vontade livre for capaz. Não do que pensa ou do que diz, mas do que faz. Cada gesto é uma criação que expressa, constrói e define... o seu autor. A esperança de um homem é sempre uma fé em si mesmo, uma confiança no melhor de si, uma convicção de que há uma perfeição possível... num mundo para lá do aparente. É uma resposta a um apelo de bondade, a um desígnio que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço e que é, afinal, a nossa razão de ser, o nosso último fim... o infinito em nós. Há uma coragem que, resultando da firmeza da alma ante todos os sofrimentos do caminho, nos leva de onde estamos ao que queremos, devemos e merecemos ser. A virtude da criação humana, rumo à perfeição. A espada do amor que se ergue contra o medo... a esperança. Cada homem é uma vontade de ser verdade e amor. Mas, muitos são os que, tend

O direito a ter pai e mãe

Imagem
Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada ionline, 2014-01-25 Nenhum homem pode ser mãe, nem nenhuma mulher pode ser pai e cada criança precisa tanto de uma mãe como de um pai A questão da co-adopção pelo parceiro, do mesmo sexo, de um filho menor, regressou à praça pública e poderá ser, em breve, objecto de um referendo nacional. Entre outros argumentos a favor da referida co-adopção, diz-se que as uniões de duas pessoas do mesmo sexo, sendo uma delas progenitora de filhos à guarda de ambas, são uma realidade que o direito não pode ignorar. É verdade que o ordenamento jurídico deve conhecer a realidade social que pretende regular e que duas pessoas do mesmo sexo podem ser excelentes educadoras de um filho menor de uma delas. Também é certo que a lei não deve obedecer a preconceitos discriminatórios, nem a exigências religiosas, mesmo quando a sociedade se reconhece maioritariamente cristã. Mas destes princípios não decorre a absoluta autonomia do direito em relação à ordem natural

25 de Janeiro - Conversão de S. Paulo

Eu sou Jesus de Nazaré a quem tu persegues Actos dos Apóstolos 22, 8

Adopção por homossexuais

Janeiro de 2014 Co-adopção: resposta a Fabíola Cardoso José Maria Duque  Pai e mãe e a "co-adopção" homossexual José Ribeiro e Castro O amor é…   Helena Matos  Co-adopção e adopção: alguns pontos José Maria Duque  Novembro de 2013   Gato por lebre?   Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada Junho de 2013 Romeu, Julieta e a adopção Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada A Teresinha foi coadoptada Isilda Pegado Co-Argumentação Bernardo Castro 

A tradição

Vasco Pulido Valente | Público | 24/01/2014 O sr. Hollande assinou o último certificado de óbito da esquerda, seguindo, como lhe competia, a tradição. Com lágrimas, com irritação, com desespero, a esquerda ouviu esta semana François Hollande renunciar ao socialismo. A esquerda tem má memória. Desde o princípio que o socialismo se reduziu a conceder alguns leves benefícios aos trabalhadores, que se foram acumulando, e que se devem em parte considerável à mais pura direita. Quem começou esta política foi, de resto, o príncipe Bismarck, antes de 1890, para conter simultaneamente o SPD e o liberalismo alemão que pretendia renascer contra ele. Durante a Grande Guerra (a I), o partido de Lenine e Estaline estabeleceu uma ditadura que se dizia "comunista", mas que no fundo não passava de uma nova tentativa de "modernização" do império do czar, executada com uma particular ferocidade. Depois de 1918, ainda apareceram meia dúzia de imitadores. Na Hungria, Béla Kun i

Aquilo que não tem sido dito no debate sobre a “Ciência em crise”

José Manuel Fernandes, | Público | 24/01/2014 - 01:57 A Ciência não é apenas bolseiros da FCT, e até devemos perguntar porque há tantos bolseiros "proletarizados". Com aquela tendência bem portuguesa para transformarmos tudo num enorme cataclismo, vivemos nos últimos dias a experiência de mais uma "zona de desastre". Desta vez, garante-se, o que está em causa é o futuro da Ciência em Portugal. Como é típico nestas situações, o "consenso" que rapidamente se formou acabou por turvar os termos do debate, que ficou polarizado apenas num dos seus aspectos – desta vez o número de bolsas atribuídas pela FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) – e ignorou todos os demais componentes. O ponto de partida para a actual comoção foi a ideia de que teria acabado aquilo a que se chamou "a aposta na Ciência". A prova seria a "diminuição brutal" do número de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento. Na verdade, olhando para os números que e

Futuro

Nunca penso no futuro. Ele chega rápido demais Albert Einstein

Lisboa: Patriarcado destina renúncia quaresmal à «Ajuda de Berço»

Imagem
Donativos dos católicos canalizados para construção de cuidados continuados pediátricos Lisboa, 23 jan 2014 (Ecclesia) – O Patriarcado de Lisboa anunciou hoje em comunicado que a "renúncia quaresmal" da diocese vai ser entregue este ano à Associação de Solidariedade Social 'Ajuda de Berço', para a construção de uma unidade de cuidados continuados pediátricos. A decisão foi aprovada pelo Conselho Presbiteral, órgão constituído por representantes dos padres da diocese, que se reuniu entre terça e quarta-feira. A  renúncia quaresmal é uma prática proposta pela Igreja Católica em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo diocesano. A Quaresma, que este ano se inicia a 5 de março, com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Pásc

Co-adopção: resposta a Fabíola Cardoso

José Maria Seabra Duque | Público | 23/01/2014 - 02:24 Cara Fabíola, Antes de mais deixe-me dizer-lhe o quanto lamento a sua doença. Não consigo imaginar a dor pela qual a Fabíola e a sua família passaram e provavelmente estão a passar e espero que consiga vencer esta dura batalha. Para além disso quero desde já garantir que respeito totalmente as suas decisões sobre a sua vida privada. A maneira como a Fabíola vive e educa os seus filhos não me diz de todo respeito. Não tenho dúvida alguma de que a Fabíola faz o que na sua opinião é melhor para os seus filhos. E como mãe essa responsabilidade é sua e a maneira como a exerce não me diz respeito. Contudo, com a carta que escreveu aos deputados, a Fabíola tornou a educação dos seus filhos num exemplo para pedir a aprovação do projecto sobre a co-adopção que está a ser discutido no Parlamento. Ora a Fabíola tem todo o direito às suas convicções. Também tem o direito de educar os seus filhos de acordo com elas. Não pode é querer

Borlas nunca mais

Miguel Esteves Cardoso | Público | 23/01/2014 - 00:57 Os borlistas são piores do que bullies : são os novos esclavagistas. Todos os dias chegam convites para borlas. Para escrever à borla. Para falar à borla. Para ser filmado à borla. Para ser gravado à borla. Não há dinheiro, dizem. Já se sabe como é, explicam. É só por isso que pedem borlas. Se pudessem, adiantam, pagariam o que eles acham que nós merecemos: é muito. As pessoas que pedem borlas não trabalham à borla. Recebem dinheiro, têm ordenados, arriscam lucros. Custa-lhes muito pedir que trabalhemos de borla — porque eles não. Há quem trabalhe de borla num projecto pelo qual está apaixonado e espera que nós, apesar de os projectos não serem nossos e de nós não estarmos apaixonados por eles, trabalhemos de borla — na esperança de que também nos apaixonemos por ela. Pois sim. Até há quem acredite que nos está a fazer um favor, achando que a borla que nos pede é uma maneira de participarmos: uma oportunidade de melhorarmos

Pai e mãe e a "co-adopção" homossexual

José Ribeiro e Castro | Público | 23/07/2013 Houve quem falasse inapropriadamente de "totalitarismo" a respeito das críticas à "co-adopção" homossexual. Mas, já que se falou nisso, convém ter presente que a convicção de que todo o poder está na ponta da caneta do legislador é, essa sim, em si mesma, uma convicção de matriz totalitária. A ideia de que o Estado pode criar a realidade através do poder da lei é um delírio perigoso, que nos coloca no cimo da rampa de todas as derivas totalitárias. O Direito é fonte de justiça quando limitado pela Humanidade ou subordinado ao Direito Natural, mas fonte de abusos e violências quando se arvora ilimitada omnipotência. As maiores violências começaram sempre, aliás, na própria lei e seu abuso: a pena de morte, a prisão perpétua, a escravatura, tortura, perseguição, expulsões arbitrárias. As leis de Direito Privado são leis matricialmente narrativas: não conformam a natureza, conformam-se a ela. Não foi sequer um legis

Liberdade de Educação

Passou ontem o aniversário do nascimento de Antonio Gramsci (22 de Janeiro de 1891 – 27 de Abril de 1937), político e filósofo, um dos fundadores do Partido Comunista Italiano. Celebremo-lo recordando um seu pensamento que hoje a esquerda tende muitas vezes a esquecer: A ESCOLA.  «Nós socialistas devemos ser defensores da escola livre, da escola deixada à iniciativa privada e às autarquias. A liberdade na escola é possível somente se a escola é independente do controlo do Estado. (…) Nós devemos fazer-nos defensores da escola livre e conquistarmos a liberdade de criar a nossa escola. Os católicos farão outro tanto onde estão em maioria; quem tiver mais linha tecerá mais pano» ( Il grido del popolo ). (Traduzido de Tempi.it)

Família: A humanidade precisa de ti - conferência com Padre Gonçalo Portocarrero de Almada

EJNS by papinto

"Foi a Igreja que abandonou a humanidade, ou foi a humanidade que abandonou a Igreja?"

Esta é a pergunta colocada por T. S. Eliot, o grande poeta e dramaturgo inglês de origem norte-americana, que em 1948 ganhou o prémio Nobel da Literatura com a obra "Quatro Quartetos". A frase pertence a uma das suas produções menos conhecidas e mais polémicas, a peça "A Rocha", da qual só uma parte, incluindo as vozes dos seus Coros, Eliot considerou ser plenamente da sua autoria. São precisamente "Os Coros de 'A Rocha'" que acabam de ser publicados pela primeira vez em Portugal, numa edição bilingue da editora Tenacitas, que será apresentada hoje , na Faculdade de Ciência Sociais e Humanas (Av. Berna), pelo Crítico Literário Pedro Mexia e pela Professora de Teoria de Literatura Maria do Rosário Lupi Bello. Vão ser lidos alguns excertos da obra em português por Pedro Mexia e, no original inglês, por Jeffrey Childs, Professor de Estudos Ingleses e Americanos.

Comentários de Monsenhor Luigi Giussani aos Coros de "A Rocha" (em inglês)

Comments on the Choruses by papinto