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A mostrar mensagens de outubro, 2008

Noite das bruxas

Aura Miguel RR on-line, 2008.11.01 Portugal - tradicionalmente católico - importou um ritual pagão. Apesar de ser uma festa (e as crianças gostarem de festas independentemente da sua origem), fará isto algum sentido? Abóboras, roupas negras, disfarces de bruxa, dentes caninos afiados e perucas com teias de aranha… Há cada vez mais gente a comprar isto, apesar da crise.São as compras para o “Halloween”, a chamada noite das bruxas que o calendário pagão anglo-saxónico assinala para esta noite.Gostaria muito mais que a minha opinião de hoje fosse inspirada no calendário cristão, mas infelizmente não é esse o calendário que nos guia… Não estou a pensar tanto nas crianças, que vão para a escola vestidas de bruxas e fantasmas, porque adoram festas e arranjam todos os pretextos para pedir coisas aos pais. O problema está nos adultos – os da escola e os de casa - que também alinham nisto. Esta noite em Lisboa, Porto e Braga haverá desfiles de “mortos-vivos” e paradas “zombie” para “aterrorizar

O Halloween

Significado do Halloween Fonte: http://www.acidigital.com/controversia/halloween.htm Halloween significa "All hallow's eve", palavra que provém do inglês antigo, e que significa "véspera de todos os santos", já que se refere à noite de 31 de outubro, véspera da Festa de Todos os Santos. Entretanto, um antigo costume anglo-saxão roubou-lhe o seu estrito sentido religioso para celebrar em seu lugar a noite do terror, das bruxas e dos fantasmas. Halloween marca um regresso ao antigo paganismo. Festa de todos os Santos Entretanto, para os crentes é a festa de todos os Santos a que verdadeiramente tem relevância e reflecte a fé no futuro para quem espera e vive segundo o Evangelho pregado por Jesus. O respeito aos restos mortais de quem morreu na fé e a sua lembrança, inscreve-se na veneração de quem foi "templos do Espírito Santo". A festa de Todos os Fiéis Defuntos foi instituída por São Odilon, monge beneditino e quinto Abade de Cluny na França em 31 d

Renovando o significado do 'pão por Deus'

A. Sílvio Couto Agência Ecclesia, 20081023 . De manhã bem cedo, no dia de Todos os Santos, as crianças saem pelas ruas em busca do ‘pão por Deus’. Esta tradição, que tem estado um pouco esquecida, não morreu ainda, embora possa estar ritmada mais pela configuração do americanizado ‘dia das bruxas’ do que pela simbologia correcta do cristianismo. - Ó tia, não nos dá o ‘pão por Deus’? - Para quem é isso, então? - Não se recorda que hoje é o dia do ‘pão por Deus. Hoje é dia de ‘Santos’? - Mas vocês andam com uns sacos diferentes, que não percebi para quem era que andam a pedir? - Não tenha medo: isto é da Igreja. Não vê este símbolo? - Com tanta malandragem que por aí vemos todo o cuidado é pouco... mesmo que vocês pareçam ser bons meninos e meninas e de famílias conhecidas... Nunca se sabe! Este breve diálogo entre Miguel e a vizinha ‘tia’ Amélia revela-nos uma certa desconfiança com que alguns mais velhos encaravam a correria da pequenada, batendo de porta em porta, cada qual tentando r

Madonna luta contra nova lei do Divorcio

ISABEL STILWELL DESTAK 30 10 2008 07.56H Madonna e Guy Richy não leram a nossa nova lei do Divórcio. Ou então foram contratados para fazer campanha contra, fazendo ouvidos moucos aos apelos de que os casais ponham os filhos à frente dos seus diferendos pessoais, privilegiem um regime de guarda conjunta, não se esqueçam que se separam do marido/mulher e não das crianças, não encarem o divórcio como uma forma de enriquecimento pessoal, etc e tal. Desconfio que há para aí muita gente a esfregar as mãos de contente: se esta gente cheia de conselheiros, managers e advogados não consegue respeitar-se mutuamente, como há de a gentinha (nós, portanto), fazer melhor. Se afinal, apesar do «guito» e de serem «pessoas famosas», ela grita que vai levar as crianças para Nova Iorque, enquanto ele jura que usará de todas as armas para que fiquem consigo em Londres, bramindo notas para comprar ao outro o poder paternal sobre os miúdos, como há de o casal ali de Gaia ou da Reboleira ser capaz de ger

VIRTUDES ENLOUQUECIDAS

Maria José Nogueira Pinto Jurista Diário de Notícias, 20081030 O imbróglio gerado com o Estatuto dos Açores vai ter desenvolvimentos muito para além das interpretações constitucionais. Por ser uma questão de Estado que tem a ver com o cerne das regras do edifício democrático, com órgãos de soberania, a separação de poderes, os equilíbrios fundamentais e perigosos e desnecessários precedentes. É certo que a questão é do foro parlamentar, mas depois de o primeiro-ministro ter calado a sua bancada no projecto de lei do casamento entre homossexuais não há dúvida que o voto socialista, no caso dos Açores, foi concertado por Sócrates.O que é que justificou criar uma situação destas num momento em que a crise aconselha uma boa relação institucional? Provavelmente a maioria absoluta do PS nos Açores - conseguida por apenas 300 votos de diferença do PSD -, que Sócrates quis transformar no sinal da sua própria dinâmica eleitoral em 2009. Porque nas Regiões Autónomas, diz-se, só tem maioria absol

Boa desculpa

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DESTAK 30 10 2008 07.54H O Orçamento de Estado para 2009 não será cumprido. Uma das poucas certezas na discussão política destes dias é que o próximo ano terá, pelo menos, um Orçamento Rectificativo. Não só o cenário macroeconómico é largamente optimista, para lá do habitual, mas as rubricas orçamentais exageram muito acima das possibilidades. O desemprego não se manterá para o ano, o investimento não vai crescer, as receitas fiscais não aumentarão, as despesas com pessoal não vão cair acentuadamente. Curiosamente, isto não criará grandes dificuldades ao Governo, porque o futuro falhanço será sempre atribuído à crise internacional. Por maior que seja a diferença entre o previsto e realizado, o executivo dirá que está inocente, porque tal provém de imponderáveis fora de contrôle, das hipotecas americanas à recessão europeia. Aliás a mesma resposta justificará a ausência daquele grande processo de crescimento que nos vem sendo prometido há anos. Os ministros tinh

O HOMEM POPULISTA

Diário de Notícias, 20081030 Pedro Lomba Jurista - pedro.lomba@eui.eu Se Barack Obama ganhar na próxima semana na América, não será apenas por causa de Barack Obama. Ou de Bush. Ou porque o mundo pede mudança. A ascensão de Obama, a acontecer, precisará de ser explicada por outro motivo. Nunca um político terá sido tão pressuroso e eficiente a usar a linguagem do homem deste tempo: o homem populista.Em todas as épocas da história recente, para ficarmos só por aqui, apareceu um tipo humano reconhecível, uma espécie de molde mental a que o homem comum e as suas características se podiam ajustar. Primeiro, Tocqueville descreveu o homem democrático, a figura mediana que nasceu com o advento da democracia, o homem que em nome da igualdade repelia qualquer noção de virtude aristocrática, o insatisfeito que implorava sempre por mais direitos e progresso.Este homem democrático de Tocqueville nunca nos deixou. Com menos ou mais democracia, anda por aí com a mesma ansiedade e ambição igualitaris

Vamos apoiar o bom senso.....

Por amável e construtiva sugestão de uma assídua leitora do Povo, quero acrescentar uma sugestão ao e-mail anterior: Do mesmo modo que aos apoiantes da Animal se sugere que enviem uma manifestação do seu repúdio, peço a todos os humanos que se reconhecem ontologicamente diferentes dos outros animais, que também se manifestem, enviando um e-mail de apoio ao bom senso de Paulo Rangel para os seguintes endereços de e-mail: psd@psd.pt ; gp_psd@psd.parlamento.pt Sugiro, para tornar a tarefa mais simples, este curto texto de apoio (que pode copiar , colar e adaptar): Tendo tido conhecimento que a Associação Animal sugeriu que os seus apoiantes manifestassem o seu repúdio pelas declarações do Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Paulo Rangel, numa entrevista ao “Sol”, considerando-as arcaicas e mostrando a sua perplexidade sobre a forma de pensar manifesta nesta entrevista, quero manifestar o meu apoio ao bom senso revelado por Paulo Rangel e dizer que é assim que eu também penso : A dign

Associaçao Animal repudia declarações de Paulo Rangel sobre direitos dos animais

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A Associação Animal ficou escandalizada com as declarações de Paulo Rangel numa entrevista ao Sol, onde PR apenas fez comentários que qualquer pessoa de bom senso subscreve. Porém, para a Associação Animal estas declarações revelam um “lado negro”, um trogloditismo pré-científico (o que quer que isto queira dizer) e uma visão medieval. A Associação Animal sugere aos seus apoiantes no blog ANIMAL http://blogdaanimal.blogspot.com/ que subscrevam uma carta dirigente à presidente do PSD em que elencam as citações mais infelizes e preconceituosas daquela entrevista: - “Não faz sentido haver um Dia do Cão.” - “Também não [faz sentido haver um Dia dos Animais]”. - “Um cão nunca deixa de ser um cão. Trocaria a vida do meu cão pela vida de qualquer pessoa em qualquer lado do mundo, mesmo não a conhecendo. Uma pessoa vale sempre mais do que um animal.” - “Os animais merecem protecção mas não são titulares de direitos.” - “Não são eles que têm esse direito [de ser bem tratados e protegidos]. Nó

28 de Outubro - S. Simão e S. Judas Tadeu

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S. Simão c.1600 Anónimo (discípulo de Caravaggio) --------------------------------------------------------------------- S. Judas Tadeu Georges de La Tour c. 1615-1620. Óleo sobre tela. Musée Toulouse-Lautrec: Albi, France.

Ate que a casa caia

Público, 28.10.2008, Helena Matos Entrou-se numa espécie de loucura pedagógica e as disciplinas onde se transmitem saberes foram perdendo importância Os humoristas são regra geral umas almas soturnas. A graça, quando a têm, extingue-se-lhes mal acabam os espectáculos. E desistam aqueles que esperam que, no meio dum jantar de amigos, eles façam de animadores, pois habitualmente são os menos divertidos dos convivas. Para desconsolo geral, declaram que nem sabem contar anedotas e passam rapidamente aos assuntos que os interessam como a poesia, a política internacional ou o futebol. Mas sempre num registo de grande preocupação. Talvez por causa dessa apreensiva quando não angustiada forma de estar devamos a José Pedro Gomes, precisamente o da Conversa da Treta, uma das mais sérias chamadas de atenção para a situação do ensino em Portugal. Talvez pela obrigação do ofício lhe tenha parecido estranho ouvir o bastonário da Ordem dos Engenheiros declarar que "Apenas quatro politécnicos exi

“OPENING OUR EYES WIDER” - Concurso fotográfico

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Um concurso fotográfico organizado pelo Centro de Ética Económica e Empresarial da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa. O Centro de Ética Económica e Empresarial organiza o primeiro concurso fotográfico intitulado: ”Opening our Eyes Wider.” Esta iniciativa visa premiar fotografias que descrevam problemáticas de ética empresarial e social em Portugal. As fotografias deverão ser passíveis de transmitir uma mensagem associada a uma problemática de cariz ético no mundo das empresas ou na sociedade em geral, focando temáticas tais como (in)segurança no local de trabalho, fraude nos negócios, danos ambientais causados pela actividade humana, etc. Prémios: 1º Lugar: 500 €, 2ºLugar: 300 €, 3º Lugar: 200 € Data limite para envio das fotografias: 15 de Maio de 2009 Informações mais detalhadas sobre o regulamento do concurso estão disponíveis no website do concurso Antonino Vaccaro Director Executivo Centro de Ética Económica e Empresarial Faculdade

Assumir-se cristãmente... fora da lei!

A. Sílvio Couto Agência Ecclesia, 20081028 Em questões como aborto, casamentos gay, divórcio e outros Em questões como aborto, casamentos gay, divórcio e outrosNos tempos mais recentes, certas forças político/ideológicas foram trazendo para a liça pública/política questões onde os cristãos não podem embarcar nem se devem confundir-se e tão pouco submeterem-se ao meramente legal, pois alguns desses aspectos estão em confronto profundo com os valores do Evangelho. Referimo-nos, concretamente, ao estafado (isto é, que quase foi ganho devido ao esgotamento dos contrários) tema do aborto, à circunstância do (pretenso) casamento entre homossexuais e ao alargamento do divórcio... ‘à la carte’!Como nota prévia consideramos que temos todo o direito de opinar sobre estes assuntos, lendo-os pela perspectiva cristã, sem pretendermos aferi-la à dimensão eclesiástica, antes tornando esta leitura um espaço de consonância, sobretudo, católica. Também para quem discorde desta nossa opinião vai todo o r

Brecha na muralha da civilização

Diário de Notícias, 2081027 João César das Neves Professor universitário naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt O casamento é uma coisa impossível. A simples descrição chega para o constatar. Duas pessoas unidas para toda a vida e dedicadas às mais difíceis tarefas da humanidade - educar crianças, aturar jovens, assistir a idosos - é uma clara impossibilidade. Quem tentar a experiência imediatamente confirma os enormes obstáculos que se levantam ao que inicialmente parecia um doce romance. Não existem casais sem problemas. Há os que os ultrapassam e os que não os ultrapassam. Todo o verdadeiro amor passa pela cruz. Essa impossibilidade, no entanto, tornou-se há séculos comum e habitual graças a uma das mais extraordinárias forças do planeta, a civilização. Controlando e elevando os instintos básicos do ser humano, a civilização consegue maravilhas, realizando até impossibilidades práticas, como o casamento, democracia, matemática, ópera ou doçaria regional. Infelizmente de vez em quando apar

Vamos referendar a morte?

Público, 20081027 Daniel Serrão O que está em causa não é o médico promover a morte dos doentes terminais - é tratar as dores que tenham Ciclicamente, os políticos, ou quem serve os objectivos dos políticos no poder, ressuscitam a "questão" da eutanásia como uma grande questão nacional, a carecer, pasme-se, de ser referendada pelo povo português.É preciso perguntar aos portugueses, em referendo, se eles querem ser mortos pelos médicos!A possibilidade de um médico matar um doente que lhe pede para ser morto é, exclusivamente, uma questão da prática clínica dos médicos. Não é uma questão social, nem política, nem religiosa.Se os médicos acharem que, além de tratarem as pessoas doentes, também as podem matar, então, sim, há uma questão política e jurídica, pois é preciso impedir que o façam e puni-los se o fizerem.Invoca-se um argumento inteiramente falso: o de que quase metade dos médicos oncologistas portugueses estariam dispostos a matar os seus doentes incuráveis, se estes l

A crise e a cultura do instantâneo

Expresso, 20081028 Henrique Monteiro hmonteiro@expresso.pt Ser imediato, responder no momento, obter tudo em pouco tempo, comprar primeiro e pagar depois são hoje lugares-comuns. Mas o caminho que fizemos até aqui negou uma das bases da nossa cultura: o deferimento da recompensa Na tentativa habitual de encontrar culpados para a actual crise, esquecemos muitas vezes as causas remotas, ou quase indetectáveis, do autêntico circo financeiro que lhe deu origem. Ora, é bom compreender o fenómeno como um modo de tentar evitar erros semelhantes. A causa da crise assenta, sob muitos aspectos, em razões sociológicas. Não só por aquilo que Raymond Plant recentemente escreveu (afastámo-nos da virtude, disse ele, e o nosso afastamento das religiões ou filosofias que a pregavam também é causa da crise), mas porque a própria vida actual nos empurrou - a todos ou quase - para uma ideia que, vista hoje, é preocupante: a convicção de que a poupança, ou que amealhar para o futuro não faz qualquer sentid

25 de Outubro - S. Crispim e S. Crispiano

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Martírio de S. Crispim e S. Crispiano Aert van den Bossche 1494 óleo em madeira, 98x190 cm, Museum Palace at Wilanów, Warsaw, Poland

25 de Outubro - Dedicação da Sé Catedral de Lisboa

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Carta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

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Convocação para o abaixo-assinado pela vida e contra o aborto na ONU Grupos pró-aborto estão promovendo um abaixo-assinado para que a ONU reconheça o aborto como um suposto direito universal, aproveitando a festa dos 60 anos da promulgação da Declaração Universal dos Diretos Humanos, no dia 10 de dezembro. Nós, Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, entidades e movimentos em defesa da vida, estamos promovendo outro abaixo-assinado, ou seja, em favor da vida e contra o aborto. Precisamos de 50.000 assinaturas. Convocamos a todos para que divulguem esta nossa campanha a fim de neutralizar um flagrante desrespeito aos direitos humanos. Faça sua assinatura, defenda a maternidade e a vida inocente votando a favor da dignidade do embrião, do feto e da criança no útero materno. Para isso, acesse: http://www.c-fam.org/publications/id.101/default.asp Repasse esta mensagem à sua família, seus amigos, enfim, a todas as pessoas . “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19). Brasília,

Mimados

RR on-line, 20081024 Aura Miguel Testemunhos reflectem a tragédia de muitas famílias, religiosos e religiosas, sacerdotes e até bispos que sofrem por causa de Cristo. É impressionante o relato de cristãos cuja vida corre perigo. Durante os trabalhos do Sínodo dos Bispos, os testemunhos do Iraque e da Índia reflectem a tragédia de muitas famílias, religiosos e religiosas, sacerdotes e até bispos que sofrem por causa de Cristo. Mas, apesar das ameaças, do medo e da violência – mesmo arriscando-se a morrer – permanecem fortes na fé e no amor à Palavra de Deus.Comovente, também, o relato de um bispo da ex-URSS, proveniente de uma República Báltica, onde a polícia ordenou numa paróquia que todas as Bíblias fossem deitadas ao chão e espezinhadas pelo padre. E o Padre, em vez de as pisar, ajoelhou-se para as beijar e, por causa disso, foi condenado para a Sibéria.E nós, por cá, ou andamos distraídos ou ainda nos queixamos…Somos mesmo mimados! Aura Miguel

O divórcio de Cavaco

RR on-line, 20081023 Ângela Silva A promulgação da nova lei do divórcio é um excelente exemplo de como a política se torna absurda para o comum dos mortais. Cada vez admira menos que as pessoas estejam fartas de políticos. Casos desoladores não faltam e a promulgação da nova lei do divórcio é um excelente exemplo de como a política se torna absurda para o comum dos mortais. Vejamos: Cavaco Silva é Presidente da República e tem, entre os seus poderes, o de vetar leis que ache más para o país. Cavaco discordou da nova lei proposta pelos socialistas por ser facilitadora do divórcio. Porquê? Porque ao eliminar o conceito de culpa permite que um dos cônjuges desfaça de 'motu proprio' um contrato celebrado a dois. Com vantagens vastíssimas: quem quer romper só tem que repartir os bens adquiridos, mesmo que tenha casado em comunhão de bens. O divórcio fica mais convidativo e mais fácil. Cavaco é absolutamente contra.O que diz o Presidente? Que a lei ‘’conduzirá a situações de prof

Cuidados

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DESTAK 23 10 2008 09.39H Notícia recente: «Só três em cada dez portugueses sabem o que são cuidados paliativos» O que significa isto? Que o jornalista é parvo! Toda a gente sabe o que é cuidar de uma pessoa a morrer. O que muitos portugueses desconhecem é o termo técnico que um punhado de especialistas deu a algo que se faz desde que o mundo é mundo. Os jornais hoje acham que devemos saber estas coisas. O nosso tempo tem uma confiança cega nas possibilidades científicas de regulação da nossa existência. A vida tem de ser vivida dentro de um espartilho de teorias e modelos, técnicas e diagnósticos, regulamentos e sondagens, rigor científico e solidez epistemológica. Tudo muito bem intencionado, só querendo melhorar a nossa existência. Que vida tão boa eles querem que nós vivamos! A verdade é que já nem temos poder sobre o nosso almoço. Amontoam-se os especialistas que sabem tudo o que deveríamos comer. Directivas comunitárias já se arrogaram o direito de elimina

A família volátil e a imaturidade

Público, 23.10.2008, Pedro Afonso Há pessoas que consideram que a concepção de uma família estável e duradoura é um pensamento retrógrado Na nossa sociedade, há quem defenda que o progresso e a felicidade dos portugueses obrigam a uma mudança nas formas de organização das relações humanas, incluindo a vida em família e a família como instituição. O debate torna-se importante, uma vez que é na família que o indivíduo recebe o suporte económico, emocional e as mais eficazes e permanentes normas de sociabilização.Há pessoas em cujo espírito subsiste a ideia de que defender a concepção de uma família estável e duradoura, como alicerce para a saúde mental do indivíduo e para o bem da sociedade, corresponde a um pensamento retrógrado. Pressente-se, assim, que a estabilidade na família é vista com um cepticismo mordaz e como uma grilheta à liberdade individual.Embora careça de melhor explicação quais os modelos alternativos de família que defendem os vários partidos políticos, "a concepç

A rasteira que estava escondida no Orçamento

Público, 23.10.2008, José Manuel Fernandes O Governo tentou fazer aprovar, à boleia do OE, uma "oportuna" alteração à lei de financiamento dos partidos (2009 é ano de eleições) que fazia regressar a opacidade onde, apesar de tudo, a lei em vigor impunha alguma transparência O Ministério das Finanças produziu ontem de manhã um extraordinário comunicado. Apanhado "com a boca na botija" pelo Diário Económico, que revelava o modo como, sub-reptícia, traiçoeira e manhosamente, a Lei do Orçamento do Estado para 2009 alterava a lei do financiamento dos partidos (em ano eleitoral...), a assessoria de imprensa, noutras ocasiões muda e queda (como na véspera, em que não respondeu às perguntas daquele jornal), precipitou-se. E atirou-se a uma piscina sem água. E que disse ela, em nome do ministro Teixeira dos Santos? Primeiro, que "o que se pretende alterar com o artigo 133º da Proposta de Lei do OE/2009 é o referencial de fixação dos montantes legalmente previstos para o

Nao se riam dos islandeses para eles não se rirem de nos

Público, 22.10.2008, Rui Ramos A economia mundial, nos últimos dez anos, cresceu como nunca. Nós não. Não pudemos Ésempre assim: há crise no mundo, e logo os portugueses se declaram em situação de "oásis". Com os centros comerciais ainda abertos e o Governo entretido com as casas decimais de uma estagnação subitamente lisonjeira, a tribo inteira tem-se juntado à volta dos seus velhos ídolos para gozar a versão ao contrário da fábula da cigarra e da formiga. Onde estão agora as Irlandas aplicadinhas e trabalhadoras que nos diziam para imitarmos? Esses países que andavam no topo de todas as boas tabelas onde nós aparecíamos em baixo - onde estão eles, esses "modelos", essas formigas, que durante tanto tempo nos fizeram sentir cigarras no Inverno? Estamos vingados. Imagino que no Chade ou no Burkina Faso sintam o mesmo. Porque também eles, na crise actual, são "oásis". Mas não são oásis só agora, nos maus tempos. Também já eram oásis antes, nos bons tempos. C

Gatos Fedorentos ridicularizam católicos

Pedro Afonso O Inimputável, 20081022 Chegou ao nosso conhecimento que no programa “Zé Carlos” dos Gatos Fedorentos, a propósito do computador Magalhães, foi realizada uma sátira de mau gosto de contornos claramente ofensivos para os católicos, achincalhando símbolos religiosos e satirizando despudoradamente a Eucaristia. Ou seja, neste caso foram ultrapassados claramente os limites do tolerável em democracia. Deste modo, apresentamos o vídeo para que possam visionar e fazer a vossa avaliação. ver o resto da notícia A data de emissão do programa (necessária para o preenchimento do formulário on-line de protesto junto da ERC) é 19 de Outubro de 2008.

22 de Outubro - S. Martinho de Dume

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Representaçãode S. Martinho de Dume no Códice Albeldensis, c. 976 (Biblioteca doMosteiro de San Lorenzode El Escorial, Madrid) Sabemos pelo próprio testemunho de Martinho (Epitáfio), confirmado por Venâncio Fortunato (Carminum libri, 5, 2) e Gregório de Tours (Historia Francorum, 5, 37), que era oriundo da Panónia (actual Hungria), ou descendente de panónios. Presume-se que seria de origem romana. Feitas as contas a partir de outras datas prováveis, chega-se à conclusão que o ano do seu nascimento se situa próximo de 520. Como aconteceu com muitas outras personagens do seu tempo, foi seduzido pela necessidade interior de se familiarizar com os Lugares Santos, como afirmam Gregório de Tours (Historia Francorum, 5, 37) e Isidoro de Sevilha (De viris illustribus, 35, 45). A estadia no Oriente enriqueceu-o pela oportunidade de contacto com personagens cultas que demandavam estas paragens e pelo conhecimento da vida monástica ao estilo dos Padres do Deserto, muito desenvolvida. Foi também

"Volta, companheiro Vasco, que estás perdoado!"

PÚBLICO, 21.10.2008, Helena Matos O Eixo Norte-Sul cria uma catarata em dias de chuva que inunda em segundos os prédios que ficam por baixo É tempo de fazermos justiça ao general Vasco Gonçalves. Ele foi provavelmente o único homem que, sentado na cadeira de primeiro-ministro em Portugal, acreditou que, quando dizia que o país ia ser socialista, tal propósito era mesmo para ser levado à letra. Nacionalizou quanto pôde, defendeu ao limite o colectivismo e por essa via teria entusiasticamente prosseguido, não fosse ele e o seu fervor comicieiro terem-se tornado obviamente dispensáveis em Setembro de 1975, quando o país já podia arrumar a revolução e as violas no saco. Em África, já estava repartido o que havia a repartir e, por cá, os verdadeiros protagonistas preparavam-se para outros jogos de poder, onde Vasco Gonçalves não só já não era necessário como muito menos tinham lugar o misto de candura e destravamento que o caracterizavam. Talvez por nunca lhe terem perdoado os embaraços que