Nós e os outros: o que nos torna humanos?

PÚBLICO  15.11.16


O fotógrafo, realizador e ecologista francês  Yann Arthus-Bertrand passou os últimos 40 anos a fotografar o planeta e a diversidade humana. "Sou um homem entre sete mil milhões de outros. Tenho a impressão de que a humanidade não está a progredir. Nem sempre conseguimos viver juntos." As inquietações e questões começaram a surgir na cabeça de Yann Arthus-Bertrand. Foi à procura das respostas: "Não procurei a resposta em estatísticas ou análises, mas no próprio homem", explica no site do documentárioHuman.

A resposta ganhou a forma: são mais de duas mil entrevistas de pessoas comuns, agora reunidas no documentário Human, que o realizador de 70 anos criou com o objectivo de encontrar a essência e o que é comum ao ser humano, em muitas culturas do mundo. Fala-se de amor, da morte, do ódio, da discriminação, de desigualdade, da fome, da esperança. Uma conversa global, com lições de vida: "Inventámos uma montanha de consumos supérfulos", diz, por exemplo, José Mujica, ex-Presidente do Uruguai. "Compra-se e descarta-se. Mas o que se gasta é tempo de vida." Entre os entrevistados estão refugiados sírios, trabalhadores fabris, veteranos de guerra norte-americanos, presidiários no corredor da morte, aborígenes, camponeses africanos e muitas outras pessoas das mais diferentes origens e culturas do planeta.

Yann Arthus-Bertrand ficou mundialmente conhecido por projectos como o livro de fotografia aérea "A Terra Vista do Céu" e a exposição "7 mil milhões de Outros", que passou por Lisboa, em 2014 e 2015.

Disponível gratuitamente na plataforma YouTube, em três volumes de 90 minutos, Human já ultrapassou três milhões de visualizações. O documentário demorou três anos a estar concluído e envolveu 2020 entrevistas em 60 países e mais de 500 horas de filmagens aéreas. Human foi exibido esta segunda-feira,14 de Novembro, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa e na RTP.

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