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A mostrar mensagens de julho, 2012

Para melhor servir e amar!

Santo Inácio de Loyola faz hoje anos. Nasceu no País Basco e no século XVI foi um dos grandes responsáveis pela profunda viragem cultural e eclesial da época. Fundou os jesuítas. Deixou um livrinho, um guia prático, chamado Exercícios Espirituais . Exercícios, ginástica para o espírito, para, como ele diz, "em tudo amar e servir". Em tudo mesmo - pensamentos, obras, relações - em tudo ser gente, oferecendo-se! Em tudo amar e servir! NÃO HÁ SOLUÇÕES, HÁ CAMINHOS 365 vezes por ano não perguntes porquê, mas para quê Vasco P. Magalhães, sj Edições Tenacitas www.tenacitas.pt http://www.facebook.com/edicoes.tenacitas Boas férias!

Trabalhar para descansar

Agência Ecclesia, 2012-07-31 Tempo livre, tempo de descanso, no comum, férias. O tempo dilatado onde os ponteiros do relógio devem parar para que o equilíbrio seja restabelecido. Um novo fôlego que pode levar à contemplação, criatividade, procura de Deus ou simplesmente ao encontro com o outro. Vasco Pinto Magalhães, sacerdote jesuíta, aborda estes e outros temas, antecipando ainda o seu novo livro, ‘Só avança quem descansa’. Agência Ecclesia (AE) – Falar em férias implica falar em descanso. Descanso em Deus ou descanso para Deus? Vasco Pinto Magalhães (VPM) – As duas coisas. Este é um tema de que gosto muito de falar, porque não é nada um tema lateral. Às vezes pensa-se que se descansa para trabalhar, mas eu penso que devíamos trabalhar para descansar. Aliás, acabo agora de escrever um livro, que ainda não está publicado, que tem o título ‘Só avança quem descansa’. O tempo de férias pode ser muito ambíguo, porque é uma paragem no trabalho que às vezes visa mais o descanso

Que se lixem os ciclos

Público 2012-07-31 Pedro Lomba Uma das críticas que têm sido feitas ao governo é a de estar, antes de tempo, já a preparar as próximas eleições. Este é o governo que, mal tomou posse, começou logo a ser contestado por eleitoralismo. Carrega agora na austeridade, para em 2015 suavizar a receita. Vai no imediato para além do programa da troika, para mais tarde ganhar folga e poder recuar. É uma crítica que quase sempre vem de pessoas que, quando estiveram no poder, não foram, como se sabe, nada eleitoralistas. Nunca trocaram generosidade por votos. Mas não é a incoerência destes críticos que aqui interessa. É o irrealismo de acharem que, desde que a troika chegou a Portugal, faz sentido manter o debate político nestes termos. Podemos entender o período que vai de 1991 a 2011 como um grande e único ciclo político. PSD e PS governaram esses 20 anos, com predomínio dos socialistas. Mas não governaram de modo diferente. O PSD convenceu primeiro os eleitores de que era melhor a erguer

Uma nação de badochas (que exige medalhas olímpicas)

Henrique Raposo (www.expresso.pt) 8:00  Segunda feira, 30 de julho de 2012 Lendo uma revista de um hospital da zona de Lisboa, um sujeito fica a saber coisas que parecem saídas de um filme pós-apocalíptico, estilo   Mad Max foi à Cozinha :   menos de 1% das crianças portuguesas bebe água na quantidade adequada, e mais de 90% consome refrigerantes e fast-food pelo menos quatro vezes por semana . Para quê beber água, quando podemos ir ao MacDonald's beber uma soda bem fresquinha e com bolhinhas? Só 2% das crianças portuguesas come fruta todos os dias. As maçãs e as laranjas, como se sabe, são muito caras e, ainda por cima, deixam um cheiro esquisito nas mãos. É mais barato e higiénico comprar aqueles pedaços de pão com chocolate no meio, entre outros portentos de nutrição.   Quase 60% das crianças vai de carro para a escola . Andar dois quarteirões é, para além de qualquer dúvida, uma atividade perigosa. Nunca se sabe quando é que uma criança de 14 anos pode torcer um pé,

Notícias de um país que também há

Público 2012-07-30 Maria João Avillez 1. Conheço-os, entrevistei-os, testemunhei in loco o seu trabalho fora de portas. Cabia-me moderar o debate que teriam sobre a diplomacia nos países onde se fala português, Brasil, Índia, as várias Africas. O hoje e o ontem de tudo isso. Era em Coimbra e celebrava-se mais uma sessão do 4º Festival das Artes, promovido pela Fundação Inês de Castro e um belo dia idealizado na Quinta das Lágrimas. Ouvi mais do que moderei. Não se modera a excelência. Havia antes que desatar o fio que unia a competência, a experiência, o talento de António Monteiro, Francisco Seixas da Costa e Marcello Mathias. E soltar essa lucidez sem ilusões com a pátria ao fundo que de modo tão diverso eles encarnam e representam. E então lembrei-me que estivera frente a um país que também existe - quem diria? - e é bem servido. Aqueles três cavalheiros, concordando ou discordando, foi dele que falaram. Pouco ouvido, escondido pela descrença que em rigoroso exclusivo forma

A natureza do homem é relação com o infinito

Aproximam-se as férias do Povo que, encontra já muitos dos seus amigos em férias. Vem a propósito, por isso, este oportuno artigo de José Luís Nunes Martins que nos chama a atenção para o apocalipse do sentido , uma cultura niilista que nos invade até à raiz da educação dos nossos filhos e netos . Por isso, a nossa consistência humana vê-se no modo como ocupamos o tempo livre , as féria s, o tempo a que realmente podemos chamar nosso. Dar sentido ao tempo pode ser ajudado por usar uma parte do nosso tempo livre numa Peregrinação. Convido-vos, por isso, a virem connosco na Peregrinação do CL a Fátima em Outubro , cuja ficha de inscrição anexo a esta mensagem. Pode também ser descarregada aqui

Maré baixa

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN2012-07-30 Na grave recessão produtiva, como é normal, ouvem-se muitas tolices e contradições. A real situação económica nacional é muito mais simples e até favorável do que se dá a entender. A situação financeira, que domina as atenções, evolui bem, como tinha acontecido nos anteriores programas do FMI. Hoje, como em 1978 e 1983, a cura está a ser rápida, com a balança de pagamentos a equilibrar em pouco tempo. E, tal como antigamente, o esforço vem quase todo da economia privada. Aliás, nos dois casos anteriores o défice público até piorou. Se desta vez der uma ajudinha, não será nada mau. Entretanto, como há 30 anos, os intelectuais e comentadores fazem tudo para sabotar o ajustamento. A coisa tem mais graça por os papéis estarem invertidos: há 30 anos a esquerda aplicava a austeridade e a direita protestava. O episódio financeiro, embora importante, é secundário pois é no lado produtivo que se joga o futuro. Aí as coisas estão a acontecer ainda mais

Frase do dia

‎ O pior momento para um ateu acontece quando se dá conta de que está verdadeiramente grato e não tem ninguém a quem agradecer G.K. Chesterton

O apocalipse do sentido

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Por José Luís Nunes Martins, publicado em 28 Jul 2012 - 03:00 | Actualizado há 2 dias 8 horas A falência do indivíduo, enquanto unidade original e de valor absoluto, é uma condição do sistema · Existe hoje um problema que atinge as fundações da sociedade em que vivemos que cresce de forma quase irrevogável, como uma espécie de tumor, e que muito em breve destruirá um dos mais importantes pilares da nossa essência colectiva: falta de fertilidade. No mundo de hoje há cada vez menos tempo, espaço e, principalmente, vontade de criar o novo. De construir sentidos para a vida. Consomem-se de forma capitalista os poucos sentidos pré--fabricados à disposição. As pessoas são muito parecidas... cinzentas – cada vez mais do mesmo tom de cinza –, cor do que já se consumiu, do que se desfez, daquilo que já não está aqui. A morte não é negra: é cinza. A degeneração da capacidade criativa do homem de hoje, quando se trata de construir novos e bons caminhos para a sua vida, afecta a base do que (

Mandarim ou caça?

Inês Teotónio Pereira , i-online  28 Jul 2012 - 03:00 Percebi o óbvio: os nossos filhos devem ser a geração mais ignorante de toda a história da humanidade Desde que a crise assentou arraiais e o princípio do fim foi anunciado que a educação dos meus filhos tomou uma proporção desmesurada na minha vida. O que até então tinha sido um processo mais ou menos descontraído e imperativo – “tira os pés da mesa”, “come de boca fechada”, “vai lavar os dentes”, “vai estudar”, etc. – passou a ser uma prioridade muito mais intensa, densa, dramática mesmo. Educá-los passou a ser uma questão de sobrevivência – a sobrevivência deles. De repente – e foi de um dia para o outro, depois de assistir a uma daquelas entrevistas trágicas do prof. Medina Carreira –, senti-me num daqueles episódios do National Geographic dedicados à educação das crias, que são ensinadas de forma implacável a caçar ou a fugir dos predadores para conseguirem sobreviver à selva. Assumi- -me, então, como uma dessas mães que não

José António Saraiva recorda o seu tio José

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SOL 28 de Julho, 2012 José António Saraiva José António Saraiva, director do SOL, recorda José Hermano Saraiva, o seu «Tio José». Para mim era o ‘Tio José’. Na família Saraiva são quase todos Josés ou Antónios. O meu Tio José teve cinco filhos, e os mais velhos chamam-se José, o primeiro, e António, o segundo. O meu pai era António José, eu sou José António, o meu irmão mais velho é António Manuel. O meu Tio José era o meu tio rico. Tinha um enorme Buick preto onde nos levava às festas em casa dos meus avós. O meu pai foi demitido do ensino por razões políticas e depois emigrou, enquanto o Tio José ocupou lugares importantes, tendo sido deputado, ministro e embaixador. Além disso foi advogado, professor do liceu, reitor, professor universitário, director de instituições públicas – e, depois do 25 de Abril, figura popularíssima da televisão. Por um período curto também foi director de um jornal (o Diário Popular). O acaso do destino levou a que a sua última grande entrev

Manoel de Oliveira ligado à vida

Rui Osório Sol 2012-07-27 “Em três ou quatro longas conversas deixou-me uma marca funda. Quase tão funda como alguns dos filmes que me ajudaram a desenhar o mundo dentro da cabeça – a importância do que se pressente e nunca é dito, as palavras que existem não apenas para mostrar mas também para dissimular, tanta coisa que me ofereceu com Francisca, Vale Abraão ou Douro, Faina Fluvial.Manoel de Oliveira. Que nas últimas horas saiu dos cuidados intensivos. Estranha notícia a do seu internamento; vejo-o como um homem jovem dentro de um corpo que não lhe pertence. Há muito mais de dez anos, em sua casa, enquanto me mostrava fotografias dos anos de piloto perguntei-lhe como gostaria de ser recordado. Guardou as imagens, colou os olhos em mim e falou: «Elegante maneira de me perguntar pela morte… Gostaria de o ser como aquilo que sou, não de outra maneira. Procuro a autenticidade e a sinceridade. É aquilo que realmente penso e sinto, o que devo continuar a fazer até ao último dia. Inte

Do tempo livre à libertação do tempo

Do Tempo Livre

Elogio do tempo livre

O caráter lúdico da existência, a festa, o divertimento, mais ou menos organizado, tomou formas distintas ao longo da história e nas diversas culturas. Aí plasmava-se o Homo ludens , e manifestava-se a impossibilidade de definir o homem a partir da caracterização unidimensional do Homo faber . A gratuidade do lúdico mostra uma dimensão existencial que não podemos negligenciar, abre uma clareira no utilitarismo habitual com que se pensa o tempo ( time is money ) e, em consequência, o homem. (...) Pensar o que se faz do tempo é refletir como se define o homem. Fica assim indicada uma possibilidade de entendimento do tempo livre. Ele não é apenas um tempo «entre» tempos, já ocupados, mas interroga-nos, antes de mais, sobre a realização pessoal e social que projetamos, sobre o projeto que pessoal e socialmente desejamos para as nossas vidas. Mesmo o descanso autêntico pede para ser enquadrado nesta dinâmica maior da responsabilidade pela realização pessoal e social. O tempo livre é tem

30ª Peregrinação Lisboa-Fátima de Comunhão e Libertação

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 “Bestiais como sempre, carnais, egoístas, interesseiros e obtusos como sempre haviam sido / E ainda assim lutando, sempre reafirmando e recomeçando a marcha num caminho que fora iluminado pela luz; / Tantas vezes parando, perdendo tempo, desviando-se, atrasando-se e voltando, mas jamais seguindo outro caminho”. don Giussani sempre nos chamou a atenção para esta descrição da posição justa da condição humana de T. S. Elliot nos coros de “A rocha”. É esta posição que nos permite recomeçar todos os dias com a certeza do caminho. É esta conversão que devemos pedir (na nossa peregrinação): viver a fé como uma experiência porque, como diz don Giussani, “uma fé que não pudesse ser encontrada e descoberta na experiência presente, e confirmada por esta, útil para responder às suas exigências, não seria uma fé capaz de resistir num mundo onde tudo, tudo, dizia e diz o oposto».” Padre Julián Carrón, na abertura dos Exercícios da Fraternidade Comunhão e Libertação, 20 de Abril de 2012