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A mostrar mensagens de abril, 2018

"A maior loucura que um homem pode fazer é deixar-se morrer"

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POVO  26.04.2018 "Ai - respondeu Sancho, chorando - não morra vossa mercê, meu senhor, mas aceite o meu conselho e viva muitos anos, porque a maior loucura que um homem pode fazer é deixar-se morrer, sem mais nem aquelas, sem que ninguém o mate, sem que outras mãos o acabem além das da melancolia." Miguel de Cervantes in  "D. Quichote de La Mancha" Como na Quaresma, nos ajudou o sacrifício de Beltrame. Agora o sacrifício de Alfie vem iluminar o 'debate' sobre a Eutanásia.  "É um caso que abre interrogações a diversos níveis, todos muito complexos. (...)  No desafio que esta história representa, quero no entanto centrar-me brevemente na reflexão sobre a ligação misteriosa que acontece entre os pais e um filho doente ou deficiente, realidade que encontrei muitas vezes na minha profissão.(...)  quem duvida do valor destas vidas "difíceis" não são quase nunca as pessoas afetivamente mais próximas: são sobretudo os es

O mundo das pedras vulcânicas

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JOSÉ MARIA C. S. ANDRÉ Correio dos Açores,    Verdadeiro Olhar,    ABC Portuguese Canadian Newspaper,    Spe Deus, Clarim, O Alcoa, Notícias da Covilhã, O Progresso, 22-IV-2018 A recente Exortação apostólica do Papa Francisco, dedicada à santidade, evoca o curioso romance de Joseph Malègue intitulado «Pierres noires: Les Classes moyennes du Salut» (em português, significa «Pedras Negras: as Classes Médias da Salvação»). As pedras negras são as pedras vulcânicas que marcam a paisagem e as povoações do Auvergne e do Cantal, regiões da França onde a acção decorre. O tema do livro é a decadência de uma sociedade fechada, um mundo tradicionalista em que a referência ao cristianismo justificava rendas e privilégios de épocas passadas. Para uma certa classe social, a queda da monarquia e o advento da república tinham coincidido com a perda dessa estabilidade económica e social, de modo que o cristianismo e a política lhes pareciam aliados. Pairava nesses ambientes um

“Quid Veritas?”

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BERNARDO DO VALLE DE CASTRO     20.04.2018 Cara Catarina Marcelino, O meu nome é Bernardo do Valle de Castro, casado, pai de três filhos. Como a Catarina, quero ser feliz. Tenho tido a sorte de encontrar pessoas que me deram algumas ideias e, seguindo-as, posso dizer-lhe - reconhecendo o privilégio - que tenho sido profundamente feliz. Não tenho a certeza de muitas coisas, mas vivendo de certa forma, o tempo tem confirmado que alguns caminhos que arrisco percorrer me deixam verdadeiramente feliz.  Tenho tido a experiência de que há coisas assim na vida: só arriscando vivê-las profundamente as conhecemos bem. Tão bem que essa experiência nos dá a certeza acerca delas. Através dessa experiência, vivida no tempo, posso dizer, sem qualquer pretensão, que conheço a verdade em relação a alguns assuntos. Gostava de partilhar consigo algumas ideias acerca das questões que tem defendido, particularmente nas relativas ao género. Possivelmente não concordará, mas não queri

O bem e o mal não dependem das leis

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JOSÉ LUÍS NUNES MARTINS    AGÊNCIA ECCLESIA   20.04.2018 A sociedade atual tem uma perspetiva tão errada do que são os valores que se julga capaz de os determinar por via de leis. . O que separa o bem do mal não é o mesmo que separa o legal do ilegal. Os valores fundamentais são intemporais, fazem parte da nossa identidade enquanto seres humanos. Não são sujeitos a mudanças. Tentar alterá-los é tão perigoso quanto idiota.  . Hoje, muitos atentados contra a vida encontram suporte em leis, que os justificam e até prescrevem. . O aborto, por exemplo, é e será sempre algo condenável, no entanto, de acordo com as perspetivas atuais, chega a ser recomendável em muitos casos, sendo que, para tal, basta a mãe (ou será só mulher? Também pode ser homem que tenha mudado o cartão do cidadão!), não querer o filho (ou será apenas um conjunto insignificante de células?), para que o Estado (nós?) lhe realize essa sua vontade (mas não é involuntária a tal interrupção?). . São muitas as incertezas,

em Liverpool a acompanhar a luta de Alfie em primeira mão

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Giovanni Marcotullio       24.04.2018     www.pt.aleteia.org Nosso enviado especial da Itália, Giovanni Marcotullio, relata de dentro do hospital como foi esta noite ao mesmo tempo brutal e gloriosa. Amanhece, aqui em Liverpool, e termina uma noite em que temíamos o absurdo. Assim como ontem de manhã acordamos com o terror de testemunhar o assassinato de uma criança, também anoitecemos angustiados com a ideia de acordar para receber a notícia da morte de Alfie Evans, por quem foram feitos, ontem, os prodígios mais miraculosos da diplomacia e da política. Mas Alfie vive e, durante toda a noite, eu vi os seus pais entrarem e saírem do quarto, sob a provação de inúmeras horas de vigília e nervosismo, conscientes de que o seu pequeno está no centro de uma sanha feroz de morte; mas, relativamente mais calmos, confiante, às vezes até sorrindo. “ O Alfie está vivo! O Alfie está lutando! “, diziam Tom e Kate, trocando palavras com o padre Gabriel, que os acompanha há tempos, com passo

Alargar a Família quando se tem um filho com doença crónica

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ALARGAR A FAMÍLIA   :: HDE 6 DEZ Eu sou a Mãe do Pedro, mas podem chamar-me Inês. Este foi o nome que me deram há mais de 5 anos, quando nasceu o nosso filho Pedro, com um síndrome genético raro. Antes do Pedro já era mãe do Gonçalo e do Francisco, e depois do Pedro ainda fui mãe da Leonor. Mas mãe do Pedro é o que melhor me define como a cuidadora principal de uma criança doente complexo.   Apesar da dificuldade alimentar que apresentou logo à nascença, quando o Pedro fez uma semana já estava em casa.  Os irmãos foram os que o receberam melhor.     Para mim, aquele tempo em casa, em que ele bebia o biberon, e não tinha qualquer tipo de aparelho médico de apoio, foi o mais difícil de todos do seus 5 anos. O diagnóstico era certo e incapacitante e eu não o queria. Nem ao diagnóstico, nem ao Pedro. Para ser totalmente franca, mesmo que não o conseguisse admitir a ninguém, nem a mim mesma, eu queria que ele morresse. Muitas vezes olhava-o enquanto ele dormia no

Lei Geral do Inconseguimento

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LAURINDA ALVES          OBSERVADOR          24.04.2018 Todos sabemos que uma coisa é a lei e outra a ética. A cegueira moral pode ser legislada, mas a ética tudo vê e tudo sabe. A lei permite, mas a consciência não. Essa é a voz que nunca se cala. Nunca ninguém conseguiu, nem conseguirá, esquecer a retórica do inconseguimento, bem como a pantanosa teoria filosófica a ele associada no momento em que a burlesca dissertação sobre conseguir, ou não conseguir, foi exposta em público. Passado um par de anos voltamos ao inconseguimento. Agora já não apenas como evocação literária delirante, de aspiração vagamente shakespeareana, ou como predicamento filosófico (predicamento rima tão bem com inconseguimento), mas como nova doutrina moral e ética. Na mesma casa onde Assunção Esteves elaborou de forma magistral sobre o inconseguimento, reina agora uma dinastia de seguidores inconseguidores. Deputados e senhores que tentam a todo o custo convencer-nos de coisas tão inconcebíveis que nem

MARCA pretende financiar causas com impacto positivo na sociedade

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O que pensa do 25 de Abril?

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" Muitos aderiram com entusiasmo à retórica dos demagogos. Mas através da confusão aqui e além, erguiam-se vozes defendendo outro entendimento de liberdade. E, aqui e além, a inteligência popular arrebitava a orelha.  Na televisão, certo dia, apareceu um jornalista a fazer uma reportagem nas terras do Norte. No ecrã via-se um camponês alto, magro e mudo, a subir a passos largos e pausados uma íngreme ladeira, enquanto o jornalista de microfone em punho, corria atrás dele. Finalmente consegui alcançá-lo e perguntou:  - O que pensa do 25 de Abril? - De que ano? - respondeu o camponês. E impassível, seguiu o seu caminho." Sophia de Mello Breyner Andresen In O cego,   Quatro Contos Dispersos Porto Editora

Médicos Católicos pedem ao Presidente da República que vete a Lei

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Lei sobre mudança de género aos 16 anos Médicos Católicos pedem ao Presidente da República que vete a Lei O Parlamento Português aprovou no dia 13 de abril uma lei que permite a mudança de género no registo civil aos 16 anos apenas mediante requerimento e sem necessidade de recorrer a qualquer relatório médico. A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) considera que a dispensa de um parecer médico se reveste de uma enorme gravidade em termos de saúde pública. A lei aprovada exclui a medicina, não tem qualquer base científica, já que não se apoia em qualquer diagnóstico médico de disforia de género, e dispensa o tratamento médico necessário para estes casos. A história ensina-nos que sempre que a medicina se subjugou à ideologia, os resultados foram desastrosos para a humanidade, pelo que a AMCP apela ao Sr. Presidente da República para que vete esta lei. A AMCP estranha que seja permitida a mudança de género numa idade em que se considera que os ci