Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2007

Nos 80 anos do Papa Bento XVI

D. Javier Echevarría  Público 19.04.2007  Ser Romano Pontífice significa tornar-se pai de uma multidão de filhos e filhas e amá-los em todas as circunstâncias O aniversário do Papa Bento XVI traz-me à memória a fumata bianca do dia 19 de Abril de 2005. O fumo branco da chaminé da Capela Sistina anunciou, mais do que uma eleição, uma oblação, isto é, uma entrega. Foi sinal da aceitação alegre do peso de ser sucessor de São Pedro, quando no horizonte do cardeal Joseph Ratzinger se podia antever um justo e merecido descanso, depois de longos anos de trabalho intenso na vinha do  Senhor. Deus concedeu ao Papa uma paternidade universal. Ser Romano Pontífice significa tornar-se pai de uma multidão de filhos e filhas, ser seu guia, atender às suas muitas solicitações, e amá-los em todas as circunstâncias. Num aniversário, o pensamento costuma olhar para o passado, mas também é um momento para contemplar o presente e projectar o futuro. Imaginar os saborosos frutos que a árvore da Igre

A vida humana, afinal, é violável

João César das Neves DN 2007.04.16 É oficial: em Portugal a vida humana é violável. Continua em vigor o artigo 24.º n.º 1 da Constituição da República Portuguesa, que afirma taxativamente: "A vida humana é inviolável." Mas, com a promulgação do decreto da Assembleia n.º 112/X de "exclusão da ilicitude nos casos de interrupção voluntária da gravidez", a vida humana passou a ser violável. É apenas durante as primeiras dez semanas de particular fragilidade. Mas é indiscutivelmente vida humana e é inegavelmente violável. Vale a pena lembrar que, durante a enorme discussão à volta do referendo recente, ninguém respeitável se atreveu a dizer que o zigoto, embrião ou feto não constituíssem vida humana. Alguns fizeram grandes esforços para afirmar não se tratar de uma "pessoa humana". Dado ser um conceito filosófico, é susceptível de enormes discussões. Mas não foi possível recusar o facto cientificamente demonstrado de que se trata de uma vida, nem a evi

O sacristão de S. Paulo

Alice Vieira , Escritora Jornal de Notícias, 20070409 Hoje vou contar uma história. A história de um homem que era sacristão na igreja de São Paulo, em Londres. Um dia, por motivos burocráticos, foi-lhe pedido que assinasse um documento e, para espanto de todos, o sacristão assinou de cruz. Para espanto de todos, o sacristão não sabia ler nem escrever. Um sacristão da Igreja de São Paulo analfabeto era coisa inadmissível e ele foi despedido. Abatido, sem saber o que fazer à vida, andou o pobre homem ali pelas imediações quando lhe apeteceu, desesperadamente, um cigarro. (Isto é ainda na era do pré-fundamentalismo antitabágico). Olhou em volta, mas não viu por ali nenhum lugar onde pudesse comprá-lo. Andou mais um pouco - e nada. "Se calhar era boa ideia abrir aqui uma pequena tabacaria", pensou. E, com algum dinheiro que tinha guardado e outro que pediu emprestado, foi o que fez. A tabacaria foi um sucesso. De tal maneira que, logo a seguir, abriu outra. E depois mais outra.

Noli me tangere

Imagem
João Benard da Costa, Publico 20070408 Noli me tangere Ticiano 1511-12 Oleo sobre tela, 109 x 91 cm National Gallery, London Familiares ou amigos mais distantes contavam-me como na província era bom: a visita do padre a todas as casas, ou um calicezito para o senhor abade, a roupa a corar, as casas todas a cheirar a enceradinho e a lençóis doces. Muitos bolos com nomes apetitosos Já cai a noite e já tomba o dia. É quarta-feira, essa Quarta-Feira que antigamente se chamava de Trevas (ainda a chamam assim?) e precede o mistério do Trídolo Pascal que em Quinta-Feira Santa começa e na noite da Ressurreição acaba. Na noite de Trevas, escrevo ou dito eu esta crónica que será lida no dia da Ressurreição. "E se Cristo não tivesse ressuscitado toda a nossa Fé seria vã", como São Paulo escreveu no célebre e misteriosíssimo capítulo 15 da Epístola aos Coríntios. Como são belos estes rituais da Semana dita Santa! Três dias de luto, igrejas enegrecidas. "Crucif

Pearls before breakfast

Pearls Before Breakfast Can one of the nation's great musicians cut through the fog of a D.C. rush hour? Let's find out. By Gene Weingarten Washington Post Staff WriterSunday, April 8, 2007 HE EMERGED FROM THE METRO AT THE L'ENFANT PLAZA STATION AND POSITIONED HIMSELF AGAINST A WALL BESIDE A TRASH BASKET. By most measures, he was nondescript: a youngish white man in jeans, a long-sleeved T-shirt and a Washington Nationals baseball cap. From a small case, he removed a violin. Placing the open case at his feet, he shrewdly threw in a few dollars and pocket change as seed money, swiveled it to face pedestrian traffic, and began to play . It was 7:51 a.m. on Friday, January 12, the middle of the morning rush hour. In the next 43 minutes, as the violinist performed six classical pieces, 1,097 people passed by. Almost all of them were on the way to work, which meant, for almost all of them, a government job. L'Enfant Plaza is at the nucleus of federal Washington, and these we