NOVO HUMANISMO, PRECISA-SE !

MATILDE SOUSA FRANCO
(excerto da intervenção aquando da entrega do Prémio Europeu Prof. António de Sousa Franco, Reitoria da Universidade de Lisboa, 3 Junho 2016)
A propósito de a Unesco ter estabelecido que este é o Ano Internacional do Entendimento Global, quando a Europa e o Mundo tão necessitados estão de mais diálogo e solidariedade, permitam-me que, neste ambiente universitário, 
lembrando eu os anos em que dei aulas, aqui ao lado, na Faculdade de Letras, e também na Universidade Católica (por coincidência as duas Universidades ligadas a este prémio) , lance um apelo para a urgência de educar e actuar tendo em vista sobretudo uma nova humanidade, a favor da Paz.
Robert Schuman enfatizou o objectivo de uma “solidariedade de facto” na ocasião que muitos reconhecem como a génese da Comunidade Europeia.
No entanto, ainda estamos muito longe da sonhada solidariedade, como este Ano Internacional do Entendimento Global nos interpela com premência.
Foi há dias concedido ao Papa Francisco o Prémio Internacional Carlos Magno, que desde 1950 anualmente distingue personalidades de destaque e mérito no contributo para a União Europeia. 
Lembrado dos Pais fundadores dessa União, o Papa afirmou então que “a transfusão de memória permite inspirar-nos no passado para enfrentar corajosamente o complexo quadro multipolar dos nossos dias, aceitando com determinação o desafio de “actualizar” a ideia de Europa; uma Europa capaz de dar à luz um novo humanismo baseado sobre três capacidades: a capacidade de integrar, a capacidade de dialogar e a capacidade de gerar”.
Peço licença para uma nota pessoal. Quando, de 2005 a 2009, fui deputada à Assembleia da República, humildemente várias vezes, solicitei, supliquei, um novo Humanismo, designadamente em Declarações de Voto, publicadas no “Diário da Assembleia da República”.
Parece-me que sendo o Papa Francisco escutado também por ateus, agnósticos e crentes de outras religiões, o novo humanismo que ele pediu para a Europa gerar poderá ser estimulante desafio para todos nós, de vários grupos etários, mas evidentemente mais para os jovens, em quem reside a Esperança. 
Espero que os promissores galardoados com o Prémio Europeu Professor António de Sousa Franco, futuros premiados e muitos outros jovens se motivem na defesa de UM NOVO HUMANISMO, também pelo facto de o próprio inspirador do prémio ter sido, convictamente, europeísta, humanista e a favor da Paz.

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