50º aniversário da morte de Georges Lemaître
POVO 20.6.16
Passa hoje o 50º aniversário da morte de Georges-Henri Édouard Lemaître (Charleroi, Bélgica, 17 de Julho de 1894 - Louvain, 20 de Junho de 1966) que foi um padre católico, astrónomo, cosmólogo e físico belga.
Lemaître propôs o que ficou conhecido como teoria da origem do Universo do Big Bang, que ele chamava de "hipótese do átomo primordial" ou também conhecido como "ovo cósmico".
A hipótese de Lemaître estipula que todo o universo (não somente a matéria mas também o próprio espaço) estava comprimido mum único átomo chamado de átomo primordial ou "ovo cósmico". O estudioso afirmava que a matéria comprimida naquele átomo se fragmentou numa quantidade descomunal de pedaços e cada um acabou fragmentando-se em outros menores sucessivamente até chegar aos átomos actuais numa gigantesca fissão nuclear.
Lemaître propôs uma teoria percursora do da hoje chamada Teoria do Big Bang, mais tarde desenvolvida por George Gamow.
Recebeu em 1953 a primeira Medalha Eddington.
Essa teoria foi chamada sarcasticamente de "Big Bang" durante uma transmissão de rádio na década de 1940 por Fred Hoyle, defensor da teoria do universo estacionário.
Todavia, não deixa de ser estranho que Lemaître seja um ilustre desconhecido para a maioria das pessoas. Porque não ganhou o prémio Nobel? Porque é que os estudantes não ouvem o sue nome nos liceus e na sua formação média nas universidades técnicas? Fora George Lemaître um radical de esquerda ou judeu, maçon ou gay e muitos lobbies se entreteriam a promovê-lo e muito!
Eis alguns pensamentos de Georges Lemaître
… Espero ter-vos demonstrado que o universo não está para além da capacidade do homem. É o Éden, o jardim que foi posto à sua disposição para que ele o cultive, para que ele o olhe.
O universo não é demasiado grande para o homem. Não excede as possibilidades da ciência, nem a capacidade do espírito humano.
Existem dois meios de se alcançar a verdade. Eu decidi seguir ambos. Nada na minha vida profissional, nada do que pude aprender nos meus estudos científicos ou teológicos me fez mudar de opinião. Não tenho nenhum conflito para resolver. A ciência não abalou a minha fé na religião e a religião nunca me fez pôr em causa as conclusões que atingi pelos métodos científicos.
O cientista permanece um filho de Deus quando cada manhã coloca os olhos sobre o seu microscópio e, quando na oração da manhã, é toda a sua actividade que coloca sob a proteção do seu Pai dos céus. Quando ele pensa nas verdades da fé, sabe que todos os conhecimentos sobre micróbios, átomos ou estrelas não lhe serviram de socorro nem de perturbação para aderir à luz inacessível e que lhe faltará, como a qualquer homem, a tarefa de se fazer um coração de criança para entrar no reino de Deus. E assim, fé e razão, sem mistura inconveniente nem conflito imaginário, unem-se na actividade humana.
in "Folha paroquial 27, ano III, Paróquia de Nossa Senhora do Monte da Caparica"
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