100 anos das aparições do Anjo (1916)


Sou o anjo da Paz
D. Nuno Brás
Voz da Verdade, 2016.06.05

Tem passado particularmente despercebido o centenário das aparições do Anjo aos Pastorinhos. De facto, estas aparições tiveram lugar ao longo de 1916 e precederam as aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria. No entanto, as aparições do Anjo são um prenúncio importante da mensagem e dos acontecimentos de Fátima, ajudando-nos a perceber o seu fio condutor.
Na primeira aparição, quando um forte vento sacode as árvores no meio de um dia sereno, aos Pastorinhos aparece a figura de “um jovem dos seus 14 a 15 anos, mais branco que se fora neve, que o sol tornava transparente como se fora cristal, e duma grande beleza” (Memórias da Irmã Lúcia, I 62). Diz-se “Anjo da Paz” e convida à oração, ao reconhecimento de Deus, ligando desse modo a paz no mundo e a atitude de oração e de adoração.
Outra vez, no Verão e por entre brincadeiras, o Anjo mostra-se novamente a Jacinta, Francisco e Lúcia, identificando-se como “Anjo da guarda, o Anjo de Portugal”. Nesta altura, convida os Pastorinhos a uma das dimensões essenciais do serviço da fé: “De tudo o que puderdes, oferecei a Deus sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e súplica pela conversão dos pecadores”. E acrescenta: “Atraí assim, sobre a vossa Pátria, a paz”.
E, finalmente, na terceira aparição, o Anjo dá a comunhão aos Pastorinhos, convidando à adoração eucarística, à comunhão com Cristo e com os seus sofrimentos.
A paz no mundo aparece deste modo ligada à oração, à adoração eucarística, ao reconhecimento do lugar de Deus na vida do ser humano e ao modo como nós, cristãos, no entendemos como membros de uma humanidade sofredora e onde a ausência de Deus faz sofrer. 
Não creio que seja, de todo, um centenário a esquecer

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