O que tem a coerência ideológica a ver com educação?

Camilo Lourenço
Jornal de Negócios, 2016.06.15

No artigo de 15 de Maio explicámos porque tinha António Costa arriscado tanto ao cortar o financiamento às escolas privadas (criando fissuras dentro do próprio PS e irritando o Presidente da República). Costa precisava de dar alguma coisa em troca ao PCP e Bloco que, já o sabiam, teriam de ceder no "salvamento" da Caixa Geral de Depósitos. Os dois partidos precisavam de se agarrar a algo propenso à radicalização ideológica para retirar importância à discussão sobre os 4 mil milhões de euros que o contribuinte vai ter de meter na Caixa...
Essa estratégia começa agora a ficar clara: PCP e Bloco, que se diziam absolutamente contra a recapitalização de bancos pelos contribuintes, meteram a viola no saco e já aceitam a injeção de dinheiros públicos na CGD. E o que ela traz, por imposição de Bruxelas: despedimentos (provavelmente 2 mil trabalhadores) e venda de ativos.
Há dois anos uma medida destas (sobretudo os despedimentos) provocaria violentas manifestações de repúdio e provavelmente uma greve. Agora é recebida com um encolher de ombros. É a coerência ideológica no seu melhor

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