Interesse público

Ângela Silva
RR on-line 05-01-2012 8:39

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, recusou-se a confirmar se pertence ou não à Maçonaria. Até hoje, nenhum político fez diferente. O que tem variado é o léxico escolhido por vários políticos para fugirem à questão.
Montenegro foi imaginativo: “Os senhores jornalistas conhecem muito melhor a Maçonaria do que eu’’... Este alto responsável do partido que governa o país deu, assim, a entender que não tem nada a ver com lojas maçónicas, mas sem nunca desmentir pertencer a uma. Por sinal, a mesma a que pertence o ex-responsável das secretas, que passou informações para um grupo empresarial privado.
A deputada do PSD que quis escrever num relatório oficial que há ligações perigosas entre os serviços secretos, a Maçonaria e os vários centros de poder chegou ao Parlamento há pouco tempo.
Teresa Leal Coelho foi livre, mas ingénua. E, embora ela jure que ninguém lhe censurou a liberdade com que escreveu o que apurou, a verdade é que o texto em causa foi substituído por outro.
E o PS acha bem que se tenha limpado o conteúdo relativo à Maçonaria. Ricardo Rodrigues, deputado do PS, assume que achou mal o relatório inicial. Ou seja, o Parlamento resiste a dizer, preto no branco, que há conluios entre secretas e maçons. Com políticos pelo meio.
Convém lembrar que ocultar ligações perigosas viola a mais elementar ética democrática. Não está em causa violar a privacidade de cada um. Está em causa saber das cumplicidades ocultas de políticos, empresários, juízes ou espiões.
Quem não perceber que isto é interesse público não deve ocupar cargos públicos. Abençoada ingenuidade da deputada recém-chegada.

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