O futuro padre e o pequenito
DN 2012-01-11
Ferreira Fernandes
É uma daquelas histórias bonitas - até certo ponto, porém -, boa de contar mesmo quando é antiga.
Estranhamente, o jornal popular inglês Daily Mail chamou-lhe: "Talvez o mais terrível ato de generosidade da História."
Outros jornais europeus pegaram no assunto e as caixas de comentários têm fervilhado.
Vamos à história.
Num dia de janeiro de 1894, em Passau, cidade da Baixa Baviera, uma criança de quatro anos caiu ao gelado rio Inn e estava a afogar-se quando um rapaz o salvou.
Por esses dias, um jornal local, o Donauzeitung-Danube - Passau é "a cidade dos três rios", juntam-se lá o Inn, o Ilz e o Danúbio -, narrou o ato abnegado, não dando nome aos intervenientes mas, porque a sua linha editorial era de esquerda, chamou "camarada corajoso" ao salvador. Este, Johann Kuehberger, tornou-se padre e, muitas décadas depois, passou a paróquia ao padre Max Tremmel, que foi famoso organista, na catedral de Passau.
O padre Tremmel na década de 80 revelou que o seu antecessor lhe dera a identidade do rapazito salvo.
Uma escritora, Anna Elisabeth Rosmus, em 2004, contou o episódio num livro sobre Passau. E, agora, com a descoberta da notícia original do Donauzeitung-Danube, dando credibilidade ao que se contava sobre o antigo salvamento, os jornais de todo o mundo puseram-se a contar a história.
Daí ter-se aberto a discussão: não valia mais que o futuro padre Kuehberger não tivesse salvado o pequenito Adolfo Hitler?
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