A extrema-esquerda e a fome

RR on-line 13-11-2012 8:57 por Francisco Sarsfield Cabral

A “esquerda caviar” indignou-se com as palavras de Isabel Jonet, que também é presidente da Federação Europeia de Bancos Alimentares. Acusou-a de “brincar à caridadezinha”. Não será o que pensam aqueles que recebem uma ajuda alimentar de emergência.

Foi instrutiva a maneira como certa esquerda – a do Bloco, nomeadamente – reagiu a palavras de Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar contra a Fome, de Lisboa, proferidas num canal de televisão há uma semana.

Essas palavras deveriam ter sido menos susceptíveis de interpretações abusivas, mas no essencial exprimem o óbvio: os portugueses viveram colectivamente durante anos acima das suas possibilidades (daí, o endividamento das famílias e do país), pelo que têm que adoptar estilos de vida mais sóbrios. Aliás, já o estão a fazer.

Pois a “esquerda caviar” indignou-se. Dar esmola a um pobre atrasa a revolução. E passou ao insulto, como é costume. Francisco Louçã classificou Isabel Jonet de membro do Movimento Nacional Feminino (organização do tempo de Salazar) e acusou-a de “brincar à caridadezinha”.

O facto é que Isabel Jonet (que também preside à Federação Europeia de Bancos Alimentares) fez mais pelos que passam fome do que todos os discursos ideológicos da extrema-esquerda, com a sua ridícula pretensão de superioridade moral.

Perguntem a quem recebe esta ajuda alimentar de emergência.

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