O ódio dos piquetes de greve
Henrique Raposo (www.expresso.pt)
8:37 Quinta feira, 15 de novembro de 2012
Regressando do médico, entrámos num daqueles restaurantes populares que abastecem Lisboa à hora de almoço. Como o jogo de futsal já estava na TV, só tivemos de pedir jaquinzinhos e vinho. Entretanto, as mesas do restaurante ficaram repletas de povo. Deve ter sido por isso que um piquete de greve resolveu entrar pelo restaurante adentro aos berros, gesticulando e com cara de mau. Sabem qual é o efeito de um megafone dentro de quatro paredes? Não é bonito, é como ter os No Name Boys a fazer uma serenata mesmo junto aos tímpanos. Não, não foi bonito assistir à agressividade daquele piquete de greve. Cinco ou seis raparigas (entre os 20 e o 30) com os olhos embaciados pelo ódio do PCP começaram a insultar os empregados e clientes do restaurante. Naqueles dois minutos, a vanguarda do "Povo" nunca escondeu o ódio por aqueles que não tinham aderido à greve, nunca escondeu a raiva contra aqueles que não estavam nem aí para a sua jornada de luta. Ou seja, as meninas fizeram questão de mostrar o desrespeito que sentem pelas pessoas que pensam de outra forma. Na TV e nos jornais, os grevistas falam muito do "Povo", mas aquele piquete em concreto só conseguiu trocar palavras azedas com um povo em concreto, e a sua má-educação e arrogância acabaram escorraçadas por pessoas concretas. O concreto é lixado.
Às vezes, invento homens e mulheres de palha. Não é necessário.
Comentários
Eu,.............................................. , NIF . ..........................., Trabalhador/a da empresa.................................................,
DECLARO:
QUE estou absolutamente contra qualquer coação que limite a minha liberdade de trabalhar.
QUE, por isso, estou contra as greves, piquetes sindicais e qualquer tipo de violência que me impeçam a livre deslocação e acesso ao meu posto de trabalho.
QUE por um exercício de coerência com esta postura, e como mostra da minha total rejeição às violações dessas liberdades,
EXIJO:
1 º. QUE me seja retirado o benefício das 8 horas de trabalho diário, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e que me seja aplicada a jornada de 15 horas diárias em vigor antes da injusta obtenção deste benefício.
2 º. QUE me seja retirado o benefício dos dias de descanso semanal, dado que este beneficio foi obtido, por meio de greves, piquetes e violência, e que me seja aplicada a obrigação de trabalhar sem descanso de domingo a domingo.
3 º. QUE me seja retirado o benefício das férias, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de trabalhar sem descanso os 365 dias do ano.
4 º. QUE me seja retirado o benefício dos Subsídios de Férias e de Natal, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de receber apenas 12 salários por ano.
5 º. QUE me sejam retirados os beneficios de Licença de Maternidade, Subsídio de Casamento, Subsídio de Funeral dado que estes benefícios foram obtidos por meio de greves, piquetes e violência, e me seja a plicada a obrigação de trabalhar sem usufruir destes direitos.
6 º. QUE me seja retirado o benefício de Baixa Médica por doença, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de trabalhar mesmo que esteja gravemente doente.
7 º. QUE me seja retirado o direito ao Subsídio de Baixa Médica e de Desemprego, dado que estes benefícios foram obtidos por meio de greves, piquetes e violência. Eu pagarei por qualquer assistência médica e pouparei para quando estiver desempregado/a.
8 º. E, em geral, me sejam retirados todos os beneficios obtidos por meio de greves , piquetes e violência que não estejam comtemplados por escrito.
9 º. DECLARO, também, que renuncio de maneira expressa, completa e permanente a qualquer beneficio atual ou futuro que se consiga por meio da greve do dia 14 de Novembro de 2012.
Alice Vieira