Muito bem, PSP
Nuno Castelo-Branco
2012-11-15
Há muito se previam os acontecimentos
ontem despoletados pelo bando de potenciais terroristas urbanos. Por
toda a Europa existem grupos organizados e subsidiados não se sabe por
quem, abastadamente viajando de capital em capital espalhando a
destruição e tendo como único fim, a instalação do medo e do caos que
prenunciam o minar das instituições garantes do Estado de Direito. Tal
sucedeu ontem em Lisboa. Durante uma hora e meia, a PSP foi de uma
abnegada dedicação ao seu dever e se suportou durante um tempo infindo
as agressões, insultos ditos em português escorreito - ou melhor,
berrados por cúmplices nacionais - e a destruição da propriedade do
Estado, tal se deveu à espantosa coragem física dos agentes e ao
excepcional treino e preparação psicológica ministrado pelas
autoridades. Um exemplo que o mundo viu e comentou. Resta-nos questionar
acerca do paradeiro dos "brigadistas" que mercê Schengen livremente
cirandam por Berlim, Amesterdão, Paris, Madrid, Roma, Bruxelas ,
Atenas, Londres e Lisboa.
A lista de crimes cometidos é longa e pesada:
- intencional destruição de propriedade
pública, do Estado - calçadas, sinais de trânsito, contentores e
ecopontos, uma delegação do Banco estatal CGD.
- fogo posto
- deliberada destruição de propriedade
privada - montras de estabelecimentos e de residências, viaturas
parcialmente destruídas, sublinhando-se também agressões físicas e
verbais a pacíficos transeuntes desagradados
- desobediência às reiteradas intimações das autoridades do Estado postadas no local, diante da sede da soberani
- agressão verbal ao Estado e aos seus representantes
- extrema violência física dirigida ao Corpo de Intervenção da PSP;
ocultação da identidade dos bandoleiros que de cara tapada cometeram os
crimes, assemelhando-se estes a claros actos de terrorismo urbano.
Não podem vir advogados de toga ou de
políticas águas turvas, exercer qualquer tipo de coacção mediática -
aliás já ontem ajudados por um bastante inábil galináceo da SIC Notícias,
que fazendo a reportagem no final da Avenida D. Carlos I, dizia
existirem feridos ..."devido à acção da carga policial" -, pretendendo
eximir de responsabilidades e correspondentes penas, os autores morais e
materiais da violência a que todos assistimos.
Se as autoridades pecaram, isso ter-se-á
única e exclusivamente devido à excessiva contemporização e à
expectativa demasiadamente longa. A primeira rajada de pedras daria toda
a legitimidade de radical reacção da PSP, dispersando
facilmente aqueles que quando da investida de auto-defesa policial e
imposição da ordem pública, logo debandaram. Consentiu-se no prolongar
dos desacatos e destruição da propriedade pública e privada, talvez
assim se garantindo a total solidariedade de uma opinião pública
escandalizada. Quem ali se manteve assistindo aos crimes, neles
participou como auxiliar moral.
O Estado não pode transigir e bem esteve
hoje o residente de Belém, quando avisadamente marcou os limites do
suportável. Se existir uma próxima vez, esse panarício social deverá ser
de imediato lancetado, ficando os citados assistentes passivos
igualmente sujeitos aos respectivos "danos colaterais".
Como nota final, estranha-se ou talvez não seja caso para isso, a permissividade das "tropas de choque da Intersindical" - ou melhor, do até ontem cauteloso Partido Comunista - que como temos todos vindo a observar, são claramente encarnadas pelos nervosos e vociferantes estivadores. Esta espécie de S.A.
de bandeira tão vermelha como a pretérita germânica dos anos trinta,
entoou cânticos onde o nome do Primeiro Ministro e de outros titulares
de altos cargos públicos, foram associados a palavrões impronunciáveis.
Era esta a parte visível da manifestação da Intersindical. Estava assim preparado em pleno Chiado, o caldeirão que fervilharia de turras urbanos em S. Bento.
A Intersindical, ou melhor, o Partido Comunista,
possui recursos sobejamente capazes de afastarem os grupelhos de
facínoras oportunistas das grandes concentrações. Sabe-se qual é a
posição política que os chefes da Intersindical alimentam
quanto à existência deste regime apodado de "democracia burguesa".
Quanto a isso ninguém tem ilusões. Não detendo e consequentemente não
entregando os bandidos às autoridades quando facilmente o poderiam fazer
numa questão de escassos minutos, os promotores da manifestação
arriscam-se a surgir perante a opinião pública, como óbvios coniventes
com os perpetradores da destuição.
Nos telejornais, nem sequer faltaria o
salivoso comentário do normalmente tolo Saraiva de Carvalho. Mas esta já
é uma questão de folclore, desviando as atenções do essencial.
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