um país de bandidos

Blasfémias, 19 SETEMBRO, 2016
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A filosofia do governo da geringonça consiste numa ideia muito simples: as coisas não correm bem porque há um bando de tratantes que foge ao fisco e que se esconde por trás do sigilo bancário. Isto tem sido dito, à boca cheia, pela menina Mortágua, o que até se compreende, e foi sacramentado por António Costa num discurso deste fim de semana, onde ele disse que o estado tem o direito de não se deixar enganar por estes malandros, pelo que lhes terá que ir às contas bancárias. A diabolização do inimigo é, em política, uma técnica muito velha, conhecida e tratada pelos clássicos, de Maquivel a Carl Schmitt e Julien Freund. Ela tem várias finalidades, entre as quais a de dar coesão ao grupo, de o desresponsabilizar pelos erros cometidos e, principalmente, de justificar um ataque violento aos que estão de fora. No caso das contas acima de mais de 50 mil euros, o governo prepara-se para lançar uma suspeição generalizada sobre todos os portugueses nessas circunstâncias e agir em conformidade. Passaremos a ser todos possíveis criminosos, até prova em contrário. E é isto feito por razões de «justiça fiscal»? Vão brincar com outro!

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