Roma demite padre católico maçon
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Roma demite Padre católico maçom
Por Jean-Marie Guénois - Publié le 24/05/2013 à 20:02
O Pároco de Megève (França), Pascal Vesin, foi demitido das suas funções pastorais pela Santa Sé em razão da sua pertença maçónica.
O facto é raro. Roma suspende um Padre católico francês, Pascal Vesin, de 43 anos, pároco de Megève (Haute-Savoie), pela sua "pertença activa" a uma loja maçónica do Grande Oriente de França. O anúncio foi feito sexta-feira através de um comunicado da Diocese de Annecy, cujo Bispo é D. Yves Boivineau.
O caso remonta a uma carta anónima que denunciou esta situação, recebida em 2010 pelo Bispo e pela Nunciatura Apostólica de Paris. Interrogado, o Padre em questão inicialmente negou totalmente, mas, confrontado em 2011, foi-lhe expressamente pedido que deixasse o seu envolvimento maçónico. Acabou por rejeitar esse pedido, depois de um longo diálogo com o seu Bispo.
Este sacerdote, ordenado em 1996 e membro do Grande Oriente desde 2001, declarou ao Figaro: "Eu não escolhi a Maçonaria contra a Igreja. Este gesto não é, portanto, um combate maçonaria versus Igreja Católica. É, sim, a expressão da minha liberdade absoluta de consciência dentro da instituição católica. "
Para ele, "o tempo do confronto passou." "Sereno", ele desejava poder viver uma "dupla filiação", e acrescenta que ele propôs ao Bispo retirar-se para formar um grupo de trabalho e reflexão em vista de um "melhor diálogo" entre a Igreja Católica e a Maçonaria.
Mas, em Roma, a Congregação para a Doutrina da Fé, responsável por esta área, não pensou da mesma maneira. Este organismo do Vaticano comunicou ao Bispo, no passado 7 de Março - pouco antes do Conclave, que elegeu a 13 de Março o Papa Francisco após o final do pontificado de Bento XVI em 28 de Fevereiro - a ordem de demitir das suas funções o Padre Pascal Vesin.
É verdade que, se o Código de Direito Canónico de 1983 deixou de fazer referência explícita à Maçonaria ao contrário do que fazia o Código de 1917 por ele revogado, uma nota da Congregação para a Doutrina da Fé, com data de 26 de Novembro de 1983 imediatamente pôs fim a essa ambiguidade, ao explicitar que "o juízo da Igreja sobre as associações maçónicas permanece inalterado (...) e que a inscrição nelas continua proibida pela Igreja."
O Bispo de Annecy esteve inacessível nesta sexta-feira, mas deixou claro no comunicado que ele ainda tinha "esperança de que um caminho fosse possível" e que "com a aprovação de Roma", ele manteve, antes da sanção, "um diálogo com o Padre que lhe permitisse alterar as suas posições."
Quanto ao futuro, a Diocese diz que "nada está fechado", porque "a pena, considerada medicinal (linguagem eclesiástica para dizer que uma tal sanção - pela qual continua a ser sacerdote, mas sem o direito de exercer o sacerdócio - se destina a fazer reflectir o interessado) pode ser revogada. Cabe ao padre Pascal Vesin manifestar claramente a sua decisão de regressar à Igreja.
A misericórdia anda a par com a caridade. A consternação é grande nesta grande e bela paróquia na montanha. Um velho paroquiano diz: "Nada nas suas homilias deixava transparecer fosse o que fosse."
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