O presidente, Costa e os outros
Rui Ramos Observador 31/5/2016 Na política portuguesa, quase todos estão neste momento reféns uns dos outros, isto é, destituídos de iniciativa. Não há aqui Maquiavéis, mas apenas náufragos num regime à deriva. Talvez o presidente gostasse de se libertar de António Costa; talvez Costa preferisse acabar com a sua dependência do PCP e do BE; e talvez o PCP e o BE não desdenhassem aumentar a sua influência. Talvez seja assim. Mas isso não quer dizer que eles saibam como obter esses resultados. Não há aqui Maquiavéis, mas apenas náufragos num regime à deriva. Comecemos por Costa e o presidente. Costa perdeu as eleições e, para salvar a carreira, entregou-se ao PCP e ao BE. Uma boa relação com um presidente eleito pela direita é a última ponte que lhe resta para o lugar onde o PS costumava estar, e sobretudo uma prova de normalidade. Mas o presidente também precisa de Costa. A “popularidade” de Marcelo Rebelo de Sousa não é a da estrela televisiva, mas a do presidente que, ao con