Crise Alimentar, Joao Miranda, DN080510
CRISE ALIMENTAR
João Miranda
investigador em biotecnologia
jmirandadn@gmail.com
Nos últimos meses, o preço dos bens alimentares tem vindo a aumentar nos mercados internacionais. Os responsáveis pelo Programa Alimentar Mundial consideram que está em curso um "tsunami silencioso" que penaliza os mais pobres. Este "tsunami silencioso" introduz uma dose de realidade na opinião pública ocidental.
As elites ocidentais olham para os problemas mundiais do ponto de vista dos muito ricos. A discussão pública é dominada por questões como o aquecimento global e os modos de vida ecológicos. Para responder a estas preocupações prioritárias, os governos ocidentais subsidiam a agricultura dita biológica e os biocombustíveis e penalizam as culturas geneticamente modificadas e a importação de alimentos.
A crise alimentar mundial mostra até que ponto estas políticas são superficiais e contraproducentes. A aposta na agricultura biológica desvia terrenos agrícolas para uma forma de agricultura menos produtiva. Os subsídios aos biocombustíveis desviam cereais da alimentação humana para a produção de combustíveis. Os subsídios à agricultura, o proteccionismo e a penalização dos transgénicos contribuem para a manutenção em actividade de empresas agrícolas ineficientes.
Os muito ricos não se sentem ameaçados por problemas básicos de sobrevivência e por isso tendem a preocupar-se com causas simbólicas. A luta contra o aquecimento global acabou por se tornar na causa simbólica prioritária. Os ambientalistas nunca reconheceram os verdadeiros custos de uma redução significativa do consumo de combustíveis fósseis. A crise alimentar revela alguns desses custos. Se forem desviados recursos agrícolas para a produção de combustíveis, os custos da alimentação aumentam. Este não é um problema específico dos substitutos agrícolas. É um problema geral. No actual estádio de desenvolvimento tecnológico, as fontes de energia alternativas são, em geral, mais caras que os combustíveis fósseis. A realidade acabará por mostrar, caso a caso, até que ponto a rejeição dos combustíveis fósseis é utópica e irrealista.
As elites ocidentais olham para os problemas mundiais do ponto de vista dos muito ricos. A discussão pública é dominada por questões como o aquecimento global e os modos de vida ecológicos. Para responder a estas preocupações prioritárias, os governos ocidentais subsidiam a agricultura dita biológica e os biocombustíveis e penalizam as culturas geneticamente modificadas e a importação de alimentos.
A crise alimentar mundial mostra até que ponto estas políticas são superficiais e contraproducentes. A aposta na agricultura biológica desvia terrenos agrícolas para uma forma de agricultura menos produtiva. Os subsídios aos biocombustíveis desviam cereais da alimentação humana para a produção de combustíveis. Os subsídios à agricultura, o proteccionismo e a penalização dos transgénicos contribuem para a manutenção em actividade de empresas agrícolas ineficientes.
Os muito ricos não se sentem ameaçados por problemas básicos de sobrevivência e por isso tendem a preocupar-se com causas simbólicas. A luta contra o aquecimento global acabou por se tornar na causa simbólica prioritária. Os ambientalistas nunca reconheceram os verdadeiros custos de uma redução significativa do consumo de combustíveis fósseis. A crise alimentar revela alguns desses custos. Se forem desviados recursos agrícolas para a produção de combustíveis, os custos da alimentação aumentam. Este não é um problema específico dos substitutos agrícolas. É um problema geral. No actual estádio de desenvolvimento tecnológico, as fontes de energia alternativas são, em geral, mais caras que os combustíveis fósseis. A realidade acabará por mostrar, caso a caso, até que ponto a rejeição dos combustíveis fósseis é utópica e irrealista.
Comentários