Há poucos problemas morais
Miguel Tamen | Observador 29/4/2016 Nenhuma teoria sobre justiça nos ensina a distinguir o que é justo, ou muito menos a fazer o que é certo. A ideia de que há muitos problemas morais é indissociável da ideia de que estamos sempre a deliberar sobre o que devemos fazer. Faz parte da noção de que passamos as vidas atarefados com questões éticas. Quer a ideia quer a noção são exageradas. Não quer isso dizer que sejamos hoje piores que os nossos antepassados. Somos muito parecidos: nunca, eles ou nós, precisámos de grandes deliberações para saber o que é uma boa acção. O caso da guerra é um bom exemplo. Somos normalmente contra, menos nalguns casos. Pode parecer que nesses casos precisamos de deliberar. Acontece que as teorias disponíveis (por exemplo aquela que nos diz que uma guerra é justa quando os seus objectivos são justos) não são de grande ajuda. Nenhuma teoria sobre justiça nos ensina a distinguir o que é justo, ou muito menos a fazer o que é certo; as opiniões dos part