Números dos bons
Procurar boas notícias é sinal de desespero. Vêem-se bem de mais as coisas más. Já as que não são saltam-nos à vista.
No PÚBLICO de ontem havia três. As primeiras duas eram a peça de Joana Amaral Cardoso sobre a reabertura de 60 cinemas pelo grupo Orient e a de Nicolau Ferreira sobre um estudo liderado por Rui Costa que "ajudou a identificar a área do cérebro que controla a passagem de uma acção automática para uma acção intencional [e] pode vir a ajudar pessoas com vícios e compulsões". Esperemos que a descoberta não seja aproveitada por génios do mal para tornar certas compulsões (como o jogo) em acções naturais.Talvez a mais feliz das reportagens tenha sido a de Ana Rute Silva, sobre a crescente auto-suficiência agrícola de Portugal. Na fruta, atingiu 75% em 2011/2012. O consumo também tem mudado para melhor, tornando-se menos perdulário: "Antes, o consumidor comprava dois quilos de peras (...) e deixava estragar três ou quatro peças em casa. Agora, vai mais vezes e (...) tudo o que compra é para consumir".
É triste que só produzamos 44% das batatas mas já somos excedentários no leite, no vinho e no arroz com casca. O arroz branqueado já vai nos 97% e a produção de azeite subiu 48% entre 2008 e 2011. Tudo isto levou a nossa auto-suficiência alimentícia de 64,9% em 2008 para 90,2% em 2012: um progresso espectacular.
É bom saber que, se rebentar a bernarda, havemos de arranjar maneira de termos o suficiente para comer e beber.
Comentários