A inquietação, dúvida e conversão em Afonso Lopes Vieira
O programa de rádio da ECCLESIA deixa-lhe ao longo desta semana algumas sugestões de leitura para tempo de férias
Lisboa, 19 de Agosto de 2013 (Ecclesia) – Afonso Lopes Vieira foi um poeta português cuja poesia e vida espiritual foram marcadas pela inquietação, dúvida e conversão num percurso intimamente ligado a São Pedro de Moel, entre o mar e o pinhal.A frase "se o silêncio de Jesus Cristo não me dá uma resposta a mãe natureza vai-me dar uma resposta", marca uma fase na vida do escritor explica a professora e investigadora da obra literária do escritor, Cristina Nobre em declarações à Ecclesia que esta noite pode escutar no programa de rádio na Antena 1.
Para a docente "a poesia dele é uma natureza por isso ele continua a ser um panteísta", afirma, dando conta que não foi o autor que habitou São Pedro de Moel mas foi aquele local que "habitou Afonso Lopes Vieira".
O autor, que segundo a docente viu o chamado milagre do Sol a 13 de outubro de 1917 e a partir daí se deixou influenciar ao ponto de construir uma capela dedicada a Nossa Senhora na sua casa de São Pedro de Moel, levou uma vida conturbada e "inquieta" até à sua morte em 1946.
Nascido a 26 de Janeiro de 1878, em Leiria, Afonso Lopes Vieira definia-se "como um agnóstico", mas numa fase inquieta de vida o autor "andava à procura de algo", recorda Cristina Nobre.
Para a professora que se dedica ao estudo da sua biobibliografia o livro "Onde a terra se acaba e o mar começa" (1940), é o "melhor livro de Afonso Lopes Vieira porque tem grande parte das fases da sua obra", uma composição que respira os ares do Atlântico e do pinhal e que oscilou entre o agnosticismo e a conversão.
Para a professora "São Pedro de Moel foi a alma de Afonso Lopes Vieira" e a varanda da casa oferecida pelos seus pais foi o "local de eleição" onde grande parte da obra do poeta "foi pelo menos planeada e esboçada".
Ao longo da semana o programa de rádio da Ecclesia na Antena 1 vai ao encontro de alguns poetas e escritores que marcam a cultura portuguesa e deixa-lhe sugestões de leitura para este tempo de férias.
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