Os yes men os may be men e as velas
Quando li o May be man de Mia Couto " no Facebook vi este comentário de um amigo leitor do Povo:
"Estamos rodeados de "may be man" e "jotas". Tanto uns como outros não têm profissão. A sua "profissão" é o poder. Mas, porque existirão tantos "may be man" e "jotinhas"? Porque o "povo" (peço desculpa por usar o termo, na verdade deveria apenas dizer a massa ou a turbe) acha que os políticos devem ganhar pouco (mas é capaz de ir para os estádios idolatrar ídolos da bola que ganham mais numa semana do que a maior parte de nós ganha num ano). E não percebe que assim só atraem "may be man" e "jotas".
Existem, todavia, uns quantos "heróis" que se dispõem a prejudicar a sua vida na procura de servir o bem-comum. Que os há, não tenham dúvidas".
Existem, todavia, uns quantos "heróis" que se dispõem a prejudicar a sua vida na procura de servir o bem-comum. Que os há, não tenham dúvidas".
É destes heróis que vos quero falar: Estes dias estão cheios deles, nós é que damos pouco conta disso. No sáabado passado foi a memória de dois grandes homens, o contrário dos yes man: S. Tomás Moro e S. John Fisher ambos mártires ingleses, decapitados por não cederem à vontade de Henrique VIII. Bastava-lhes terem disto que sim e não teriam perdido a vida… Hoje, festa que celebra o nascimento de S. João Baptista, não podemos não nos lembrar da forma como também ele perdeu a vida. A pedagogia dos santos é o exemplo da história da sua vida (e da sua morte).
Como nos disse ontem o papa Francisco há muitas outras formas de perder a vida, ganhando-a. É disto que fala o Padre António Vieira na frase do dia de ontem: Há homens que são como velas.
Foi ontem o funeral de um bom amigo, particularmente da minha mulher que, com ele trabalhou na direcção de duas instituições de solidariedade social. Recordo isto porque, depois da sua aposentação, dedicou os 15 anos de vida seguintes à direcção de três instituições de apoio a crianças e idosos na paróquia onde vivia. Fazia-o com o profissionalismo com que trabalhou toda a sua vida de trabalho remunerado.
Que é que isto tem a ver com os yes men ou com os may be men? Nada. Tem que ver com os homens que são como velas, que se vão queimando para nos iluminarem a nós.
Obrigado Dr. Mário
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